Arquivo da tag: EXÚS

POVO DA ENCOSTA DA PRAIA E DO FUNDO DO MAR


Muito se fala dos caboclos, das crianças e dos pretos-velhos da Umbanda. Também é relativamente fácil achar textos sobre os boiadeiros, marinheiros, ciganos, povo do oriente.
Mas o mundo é muito grande, e estou falando apenas do nosso, este que conhecemos, ou achamos que conhecemos, pois há uma enormidade de coisas que sequer imaginamos, mas nem por isso estas coisas inexistem…Continue Lendo

SOBRE OS CANGACEIROS DE ARUANDA


Na linha dos boiadeiros, trabalham espíritos que serviam ao cangaço, principalmente do grupo de Virgulino Lampião. Eram homens valorosos, muitos cometeram atrocidades, mas n a espiritualidade resgataram suas dívidas e hoje estão protegendo e usando seu conhecimento no auxílio dos problemas nossos de cada dia. Continue Lendo

FOLIA, EXUS, POMBAGIRAS, MALANDROS E MALANDRAS – CURTA COM MODERAÇÃO E RESPEITO


No carnaval, ainda há o resquício de simpatiquíssimas práticas que ainda hoje são seguidas. Na antiga Grécia, haviam as festas pelas vitórias das guerras, e acreditavam que deviam reverenciar ao deus Dionísio (Baco, para os romanos).  Continue Lendo

DESPACHO OU OFERENDA? OBRIGAÇÃO OU ENTREGA?


A oferenda na Umbanda é sempre um ato de Amor, de agradecimento, ou um pedido para renovar as energias. Geralmente feita na encruzilhada, nas matas, campos, à beira mar.
A entrega ou Amalá é um ritual em que o umbandista oferece elementos para que o Orixá possa trabalhar por uma…Continue Lendo

LIVROS POVO DE ARUANDA – Volumes I, II e III


01   Povo de Aruanda II - Orações   POVO DE ARUANDA vOL III

(Clique acima nas capas dos Livros e saiba como adquiri-los)

OU Compre todos em um único livro:

POVO DE ARUANDA I, II e III

(Clique na capa do livro e será direcionado onde poderá adquirir este livro.)

Os livros I, II e III de Povo de Aruanda chegam num momento em que a Terra vive um impasse. São tempos de grandes transformações morais, e muitas vezes a Humanidade parece se encontrar à beira de abismos como a ganância, o orgulho, a vaidade, e os habitantes das trevas se ufanam, muitas vezes acrescentando mais crueldade e infâmia.
Mas por detrás dos véus, há a Luz Estelar de miríades de espíritos elevados, que trabalham no silêncio e na invisibilidade para que o Planeta mantenha seu rumo de ascensão.
Está na hora deste mundo ter mais Justiça e Sobriedade, arrancar suas máscaras e vãs ilusões. É momento de reconstrução das estruturas físicas, mentais e emocionais, de se equacionar os motivos da existência e cada um redirecionar suas buscas na cruzada pela temperança, Equilíbrio e Verdade.
Aqui estão neste livro, algumas palavras, vindas de um espírito buscador, cujo mérito é amar sua religião e ser firme em suas crenças. Que estas palavras sejam de incentivo e conforto para alguns, e caminho para outros buscadores.
Que as Forças Maiores brindem o leitor com as suaves luzes de Aruanda, trazendo reflexão, encorajamento, mas, sobretudo, Paz.
E que todos possamos reverenciar o Mestre Amado Jesus em sua Magnificiência Cósmica, e que o Governador do Planeta oriente cada ser humano em sua busca, de acordo com seu merecimento.
Que a Justiça Divina forje no despertar desta Era, os espíritos que corajosamente escolheram trilhar pelos caminhos do conhecimento, da percepção e da realização de seus desígnios.

Paz a todos, e que Zambi sempre esteja em seus pensamentos e corações.

Pelo espírito do Caboclo Sete Pedreiras

LIVRO POVO DE ARAUNDA – Vol. I


Amados Irmãos, hoje é um dia feliz consegui editar meu primeiro livro, aqui neste espaço tempos atrás fiz uma enquete sobre a publicação de livros com o conteúdo deste Blog, então juntei tudo que tinha e deu 3 livros, um destes livros é o de Orações.
O primeiro livro já pode ser adquirido basta CLICAR AQUI e será direcionado para o site Clube dos Autores.

01

window.location.href = ‘http://dragon-dicas.blogspot.com/’;

PARABÉNS BRASIL! PARABÉNS, UMBANDA!



um1

O Dia Nacional da UMBANDA poderia ser em um 13 de Maio, consagrado aos Pretos Velhos, ou 22 de Novembro, dia de Araribóia, mas foi 15 de Novembro a data escolhida.

Pois foi quando, em 1908, manifestou-se plenamente em terra, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, trazendo a mensagem que nascia uma nova religião, cujos caminhos haviam sido longa e àrduamente traçados na Espiritualidade, e que a partir dali iria orientar, confortar, curar, mudar a vida dos homens, convocando-o ao trabalho na seara espiritual com a verdadeira Caridade e o Verdadeiro Amor no Coração.

Todo umbandista sabe que em 15 de Novembro, Zélio, doente, foi levado à Federação Espírita de Niterói, onde manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas, ainda sem revelar seu nome, dizendo que no dia seguinte estaria trazendo uma nova religião.

São as palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas:

“Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados. O vidente retrucou: “Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto” ? perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse: “cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei”.

Quinze de Novembro, também comemora a data do início de nossa República. Para muitos pode ser apenas mais um feriado prolongado, mas é necessário uma reflexão que a República teve seu berço na Grécia antiga, e seu significado nos dias de hoje ensina a LIBERDADE.

Será que todos sabem o que é REPÚBLICA, o que é LIBERDADE? Antes de tudo, a garantia de um ser humano viver dignamente.

Há uma lógica que devemos buscar, temos de ter olhos para ver em cada passo e em cada detalhe que a Espiritualidade nos traz. A Umbanda concretiza que todos somos iguais perante Zambi, e quem vem nos ajudar, vem nas vestes espirituais dos mais discriminados, os pretos velhos, o caboclos, seguidos da pureza das crianças. A estes agregaram-se os boiadeiros, os marinheiros, os ciganos o povo do Oriente, os Exus de Lei e coroados, e muitos outros.

À medida que Portais foram se abrindo, Orixás muito antigos foram se manifestando. A Umbanda que estudamos e conhecemos, trabalha no Astral com as Sete Linhas, e sabemos que verdade alguma é absoluta, nem a nossa, nem a de ninguém.

um

Hoje é um dia para festejarmos a nossa República. Há repúblicas socialistas, comunistas, democratas. Precisam de um Presidente ou Parlamento e uma Constituição, que deveria ser conhecida e adotada por todos. Nós, brasileiros, estamos vivendo e respirando uma Democracia como nunca antes vista, e devemos estar felizes por isso.
A República no Brasil hoje é Federativa, dividida nos diferentes Estados, assim como existe nossa abençoada diversidade. Onde nossa Constituição Federal no artigo 5º, VI, assegura ser inviolável a LIBERDADE de ciência e consciência, assegurando ao LIVRE exercício da Lei, a proteção aos locais de culto e liturgia.

Somos ainda um país LAICO, onde para garantir a Liberdade de todos e a Liberdade de cada um, a Laicidade distingue e separa o Domínio Público , onde se exerce a Cidadania, e o Domínio Privado, onde se exercem as liberdades individuais (de pensamento, de consciência , de convicção) e onde coexistem as diferenças (biológicas, sociais, culturais). Pertencendo a todos, o espaço público é indivisível, e nenhum cidadão ou grupo de cidadãos deve impor as suas convicções aos outros.

Ao mesmo tempo, no Estado (Governo) Laico, proíbe-se intervir nas formas de organização coletivas (partidos, igrejas, associações, etc.), as quais qualquer cidadão pode aderir e que relevam mo direito privado.

A casa física, em Neves, São Gonçalo, residência do médium Zélio de Moraes, a qual foi palco único no mundo, de um dos maiores avanços da Humanidade, apagou-se do cenário recentemente. Não sobreviveu para comemorar os 105 (cento e cinco) anos de existência.

Para quem percebe as raízes plantadas nos corações e os laços com as origens da Umbanda, permanece sintonizado no caminho luminoso até Aruanda, caminho este iluminado pelos constantes e inúmeros atos de Amor e Caridade que seus emissários incansavelmente irradiam. Estes percebem que a Anunciação do Caboclo das Sete Encruzilhadas bastou, como bastou a vinda única do Mestre Jesus há milênios atrás.

Muitos ficam sempre evocando e sonhando com a vinda de mais e mais Mestres e Avatares, a volta do Mestre Jesus, e outros mestres. Quantos mais seriam necessários para enfim, estes que esperam, façam nascer a FÉ em seus corações?

O Mestre Jesus era severo com os ímpios e muito chorou porque não acreditavam ou entendiam na Sua Verdade, que é a Verdade Cósmica, Universal. Seus ensinamentos são os mesmos que muitos antes e depois DELE, os que se iluminaram, proclamavam. O que é preciso mais ???!!!!

A Umbanda não é Religião apenas, é CAMINHO. E um Caminho Luminoso, que não precisa de ostentação ou afirmação. Ela lá está, para os que têm olhos de ver, coragem para largar as vestes velhas e segui-la.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas foi um emissário, tal qual os Anjos das antigas escrituras. Muito de acordo com nossas origens, veio como um nativo de nossa Pátria. Ele sabia muito bem o que estava fazendo, como tudo na Espiritualidade. O importante está muito além das palavras. Ele estava ciente do momento certo, das palavras certas, das pessoas que ali estavam, como até hoje é assim com as coisas do Astral Maior.

SALVE A LUZ DIVINA!
SALVE O CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS!
SALVE TODAS AS LINHAS DA UMBANDA!
SALVE ZÉLIO DE MORAES!
SALVE NOSSO MESTRE JESUS!
SALVE ZAMBI!

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

SALVE A JUREMA SAGRADA!


(O culto da Jurema na Paraíba)


Marinaldo José da Silva e Maria Ignez Novais Ayala
– Universidade Federal da Paraíba


Seu Zé de Nana meu nêgo
Você não é camarada
No meio de tanta moça
Roubou minha namorada

O que é que eu faço da vida
Par Paraíba eu não vou
A namorada que eu tinha
Seu Zé de Nana roubou



“Salve a Jurema Sagrada, salve eu, salve vói, salve minha tronqueira e salve minha cachaça, salve meu cachimbo e salve minhas encruza! E quem pode mais do que Deus? Só Deus e mais ninguém, né nêgo? Agora me daí meu chapéu, meu cachimbo e minha cachaça par eu molhar a guela e dançar aquele coco com uma nêga bem boa!”


O pau pendeu não caiu
Zé de Nana chegou
E ninguém viu

É característico dos Mestres juremeiros quando chegam em terra saudarem a Jurema Sagrada, a sua tronqueria1, e tudo que a eles pertence e a Deus. E pedem para cantar o seu ponto, que pode ser um coco ou não.

No universo da literatura oral, a própria criação se nutre da imaginação que se ancora na realidade daqueles que fazem da cultura popular uma circundante poética onde transitam mitos, narrativas, religiões e vários costumes afro-brasileiros. São evidentes as marcas da diáspora negra nessas variações populares, cabendo à Jurema e ao coco, elementos de estudo deste trabalho, a contemplação do afro-brasileiro-mágico-religioso, considerados fazedores de cultura. É no sentido de “trânsito” entre as atividades diversas pertencentes ao mundo da oralidade que nos propusemos a mostrar os vários pontos em comum da Jurema Sagrada e do coco de roda.

O caráter religioso desta dança tem despertado nossa atenção, levando-nos, inicialmente, a reunir os cocos que se referem a santos católicos e às práticas do catolicismo popular. Recentemente, em meio a uma das religiões brasileiras, que tem muitos adeptos na Paraíba – a Jurema Sagrada ” encontramos vários cocos, que aparecem como pontos de gira. A Jurema Sagrada é um dos vários cultos com fortes marcas indígenas que se mesclam com traços do catolicismo popular, do espiritismo e das religiões negras do Brasil ” candomblé e Umbanda.

Difícil dizer hoje a origem ou o que predomina nesse culto afro-brasileiro, fundamentado em ervas, raízes e casacas de árvore usadas com função mágica para acura ou para afastar males e recuperar as energias dos fiéis e de todos aqueles que procuram o auxílio dos Mestres juremeiros. Muitas vezes essas ervas são utilizadas em forma de fumo, que serve para a defumação da casa, e de amaci, fusão de ervas que serve para o batismo do iniciado na Jurema, além da semente e do vinho extraído da árvore sagrada num sentido mágico-religioso.

Nos estudos que compõem a bibliografia sobre as religiões afro-brasileiras, são muitos os títulos dedicados ao candomblé, ao catimbó, ao xangô e à Umbanda; aparecem referências à Jurema como uma linha da Umbanda. O culto da Jurema era elemento principal do catimbó, conforme os estudos de Câmara Cascudo, Roger Bastide e Oneyda Alvarenga. Essa última publicou em 1949 Catimbó, a partir da bibliografia então existente e da farta documentação reunida em 1938, pela Missão de Pesquisas Folclóricas, da Discoteca Municipal de São Paulo, por meio da pesquisa de campo no Nordeste.

Na década de 30 houve grande perseguição policial aos catimbós e aos catimbozeiros, com prisões, fechamento, destruição das casas e apreensão de objetos utilizados no culto. Até hoje, os termos catimbó e catimbozeiro têm conotação pejorativa no Nordeste, comportando forte carga de preconceito.

Na Paraíba, atualmente, o culto da Jurema se encontra ajustado à Umbanda. Nas casas por nós visitadas, as cerimônias ocorrem no mesmo salão em que são desenvolvidos os cultos aos orixás da Umbanda, diferindo apenas os pejis e as camarinhas, ou em espaço contíguo, dedicado exclusivamente à Jurema.

Como linha da Umbanda ou como culto independente que se abriga no mesmo teto, mas que reconhece Alhandra como a cidade da Paraíba tida como local de onde se irradiou o ritual religioso, a Jurema tem muitos adeptos que ressaltam os poderes de cura dos Mestres juremeiros.

Além da cidade de Alhandra, existe a “cidade encantada de Tambaba”, local de muitos mistérios dos senhores Mestres encantados. Citando René Vandezande:

“A tradição diz unanimemente que no alto da praia de Tambaba houve uma Cidade da Jurema de igual nome, anos passados: porém, esta cidade foi “devorada” pelo mar, e de lá teria origem o culto que ainda hoje os juremeiros prestam ocasionalmente nesta praia. Una juremeiros que foram lá em nossa companhia demonstraram o máximo respeito para o lugar. Diversas vezes fomos a essa praia solitária, encontrando, cada vez, objetos de culto e velas. O barulho que as ondas produzem nas rochas de formas fantásticas é interpretado como a voz dos Mestres.” 2

E hoje Tambaba é uma praia de nudismo muito visitada pelos turistas.

Mestres são as entidades principais desse culto que aparecem nas sessões semanais das casas destinadas à Jurema e nas festas periódicas dedicadas a eles. São Exus, índios, caboclos, reis de iorubá, caboquinhas de pena, boiadeiros, baianas, pretos velhos, marinheiros, pescadores e também ciganas, Pomba-gira, Zé Pelintra, Maria Padilha e toda sua companhia. E como se não bastasse, a Cumade Fulozinha e a figura do cangaceiro, Também personagens das narrativas e contos populares, transitando na Jurema Sagrada. Segundo a fala de um dos depoentes umbandistas: “Cumade Fulozinha é uma identidade muito perigosa: ela tanto trabalha pro bem, como trabalha pro mal.”

Todos animadíssimos com seus pontos cantados e com o som dos elus, gaitas e maracás, a cachaça, o vinho da Jurema e a fumaça dos cachimbos de Jurema ou de angico, de um ou de sete canudos de fumaça (e em raros casos de charutos), constantemente fumados ao contrário, com o lado da brasa dentro da boca.

A Jurema tem vários tipos de ritual: Jurema de chão, Jurema traçada, Jurema de meia-noite armada.

A Jurema de chão é um ritual em que os juremeiros ficam sentados no chão em frente ao gongá (altar de Jurema) com imagens de Mestres , índios, pretos-velhos, caboclos e até mesmo Padre Cícero. A tronqueira do mestre da casa com um cachimbo de sete-fumaças, uma cumbuca com fumo de várias ervas: alecrim do campo, liamba, erva-doce, fumo-de-rolo, abre-caminho; e muitos cachimbos. Invocam as entidades para darem passes e fazerem consultas. Nessa sessão também são invocadas, sem obedecer a uma seqüência, todas as entidades ao mesmo tempo e pode Ter batuque dos elus (tambores) ou não. Há ponto cantado. A Jurema de meia-noite armada ocorre realmente à meia-noite, também no chão; é arriada no centro do terreiro a tronqueira do mestre da casa, que é responsável pela sessão; jarros com ervas da Jurema (pinhão roxo, comigo-ninguém-pode, pé da felicidade, aroeira), sete qualidades de cachaça, champanha, vinho tinto, vinho branco, cerveja, mel, uma garrafada de Jurema “preparada”, um cruzeiro de velas brancas, alguidares com frutas, três alguidares com fumos preparados (fumo de queda, fumo de descarrego e fumo de levanta), cachimbos cruzados, charutos e cigarros, palitos de fósforo cruzados, velas coloridas cruzadas e uma garrafa de plástico com Jurema para passar no corpo como descarrego.

Nessa Jurema não há elu, pois é apenas cantada para a realização de “trabalhos” em hora grande, horário especial dos Mestres fazerem as coisas funcionarem melhor, com mais força, pois só com o canto e a concentração no silêncio da madrugada fazem render resultados positivos, trabalhando com o que eles mais gostam: cachaça, cachimbo e os cocos ” daqui e de lá do outro mundo.


Mas eu pisei na rama
A rama estremeceu
Não beba dessa água, oi morena
Quem bebeu morreu

Esse coco é meu
É da Paraíba
É de Catolé
É de macaíba

Meu avião de alumínio
Que voa de norte a sul
Mulher que rapa o cangote
Do céu não vê o azul

Ô Lili, minha Lili
A mulher que eu mais amava
Nas tranças dos seus cabelos
Aonde eu me balançava

Ganham sentido de pontos cantados, louvações e orações. Cocos que remetem a vários sentidos além do “sagrado” e da “brincadeira”, que se fundem independentemente de temas específicos para prenunciar a alegria e a força do trabalho na Jurema encantada.

Nos próprios pontos cantados de Jurema, podemos perceber vários elementos informativos do culto, encontrados em uma das Juremas da Torre:


Era uma mesa branca
Toda enfeitada de flores
E hoje é uma tenda de Jurema
De paz, de luz e de amor
(…)3

Zum, zum, zum ô Jurema
Vamo trabalhar ô Jurema
Desmanchar macumba ô Jurema
Catimbó e azar ô Jurema4

Jurema minha Jurema
Meu tesouro rico
E olha o tombo da Jurema
Que ela vale ouro
(…)5

A Jurema é minha madrinha
Jesus é o meu protetor
A Jurema é pau sagrado
Deu sombra a Nosso Senhor6


NA PANCADA DOS COCOS

Os instrumentos da Jurema são basicamente os mesmos da brincadeira do coco. Os instrumentos utilizados são todos de percussão. Na brincadeira é usado um zabumba e na Jurema um elu, tocado pelo ogã. Ambos são cobertos por um couro de bode, existindo uma pequena diferença no zabumba, que é coberto por dois couros: um couro de bode e outro de “boda”.

Nos rituais de Jurema, o mestre aceita qualquer batida do elu; o mais importante é o coco cantado, que tem força para “seus trabalho”, com sua cachaça e com suas namoradas. Ainda temos o ganzá, que está presente nas duas manifestações, muitas vezes improvisado com uma lata vazia, com pedrinhas ou sementes dentro. Maracás, espécie de chocalho, com som semelhante ao do ganzá, também fazem parte. O triângulo, instrumento apenas da Jurema tem o formato correspondente ao nome, feito artesanalmente, a partir de restos de ferros utilizados na construção civil, batido com um bastão do mesmo material. Também pode aparecer gaitas feitas de bambu, semelhantes a uma pequena flauta, como asa tocadas pelos participantes das tribos indígenas do carnaval.

Os pontos são acompanhados por palmas e batidas de pés. O espaço para o ritual tanto pode ser fechado (o interior dos terreiros), quanto aberto (a rua, a encruzilhada, o mato).

Os cocos cantados como pontos de Jurema foram encontrados em espaços abertos e fechados, nos diferentes tipos de ritual. Também encontramos o que parece ser ponto de Umbanda ou Jurema, cantado como coco em festas de São João nas ruas do bairro da Torre. Os limites da cultura popular são muito tênues.

No bairro da Torre, em João Pessoa (PB), são encontradas muitas casa de Umbanda e Jurema. O bairro também se caracteriza pela riqueza de manifestações populares, dentre as quais a malhação de Judas em várias ruas, palhoças e quadrilhas, cocos e cirandas, blocos de carnaval, tribos (o nome que se dá na Paraíba à dança conhecida como caboclinhos em Pernambuco), escolas de samba.

Em 1938, integrantes da MPF (Missão de Pesquisas Folclóricas), fizeram diferentes registros da cultuar popular na então Torrelândia: narrativas populares, sessões de catimbó, tribo dos índios africanos, barca.

Em vista desses argumentos mencionados, vimos através das manifestações populares afro-brasileiras, a presença de vários cocos de roda cantados como canto religioso no sentido de trânsito entre atividades diversas pertencentes ao grande universo da literatura oral.

E salve a Jurema Sagrada!


NOTAS

1. Parte de um tronco de Jurema aonde fica “assentado” o mestre. Morada do mestre.

2. VANDEZANDE, René. Catimbó. Pesquisa exploratória sobre uma forma de religião mediúnica. Recife: PIMES do IFCH da UFPE, 1975, p.44. Apud CABRAL, Elisa Maria. A Jurema Sagrada. João Pessoa: PPGS-UFPB, 1997, p.23-24.

3. Lembranças da mesa branca do espiritismo

4. Desfeitura de trabalhos pesados

5. Mistérios e encantos da Jurema

6. Sobre a árvore sagrada

DESCONHEÇO O AUTOR E AS FONTES PESQUISADAS

(Este texto foi baixado no e-mule)

ESPÍRITOS DEMÔNIOS ENCOSTOS MAGIAS


DESPACHOS OU MENTES DESEQUILIBRADAS?

Observamos, no decorrer de anos de trabalhos a fio, nuances preciosos que irão margear bem o que iremos decorrer nessa nossa discussão. Dentro da psiquiatria moderna, iremos encontrar estudos preciosos quanto aos transes religiosos, as visões de espíritos, a crença nas feitiçarias, magias negras, encostos, demônios, etc.

O grande psicanalista suíço, Carl Jung, teorizou que os maus espíritos, ou as figuras aterrorizantes, são imagens gravadas coletivamente na mente humana e foram batizados de arquétipo. Esses arquétipos acompanham a humanidade há milhares de anos.O diabo é um desses arquétipos, que muitos acreditam incorporar, e representa forças destrutivas dentro da própria pessoa.Através dessa crença, muitos procuram as religiões para que seja efetuado um “exorcismo”, cuja função seria livrar a pessoa dos maus que a apoquentam, e que esse “exorcismo” puniria o delinqüente que estaria perturbando a pessoa, por mais poderoso que seja.

O apelo ao demônio é forte porque atende a uma grande camada da população que vive imersa na superstição. Em geral, acreditam piamente na força destrutiva da magia negra e das forças ocultas. O povo acha que o demônio e os espíritos do mal estão por aí, agindo através dos incautos. Jogar a culpa por tudo que há de errado no demônio ou em espíritos do mal é uma solução confortável para quem busca alívio através de cultos religiosos, mas as conseqüências podem ser graves, pois a pessoa sai do culto religioso acreditando que não tem responsabilidade moral pelos erros que comete, e fica convencido de que possui uma personalidade frágil e influenciável.

Tudo isso se aplica também à Umbanda, onde muitos cometem os erros crassos de somente culpar uma pretensa “macumba”, “despacho” ou “mal feito”, encomendado por um desafeto, como fatores conclusivos de suas vidas encontrarem-se em desgraça. Muitos se entregam ao pensamento obsessivo e conclusivo de perseguições espirituais ou mesmo “demandas” diárias em sua vida. Se convencem e geralmente convencem a outros que são perseguidos por hostes infernais, ou mesmo pessoas que lhe querem mal. Lembre-se que cada um projeta seu próprio inferno.

Com o passar do tempo, cada um constrói um inferno competente em suas vidas e passam a vivenciá-lo de forma efetiva, e com isso, através da lei de afinidades, atraem para si legiões de seres que vibram na mesma faixa de pensamento. Com isso, a vida desse infeliz passa a ser um mar de perturbações, demandas, magias negras e por ai afora, e com certeza vão rapidinho culpar alguém por efetuar as tais “macumbinhas” contra ele.Criam na mente das pessoas, que geralmente são presas fáceis e manipuláveis, que tudo o que ele tem de ruim em sua vida, foi pelo fato de alguém, por olho gordo, inveja, ou ódio, levantou forças ocultas negras poderosas contra eles, através de matanças de animais, velas pretas, bonequinhos, etc., e que a vida dessas pessoas está no fundo do poço, devido a uma “feitiçaria” encomendada contra elas.

Outros ainda se convencem, e convencem as pessoas, que estas são perseguidas por quiumbas, Exús ou Pombas Giras, porque não desenvolveram a sua mediunidade, e que irão entrar para o mundo da perdição enquanto não se livrarem desses encostos. E haja trabalho. E haja dinheiro. Outra coisa muito corriqueira no meio Umbandista é a crença que tudo de errado que está acontecendo com o “pai de santo” ou com o “terreiro”, é provindo de uma “demanda” encomenda¬da por aqueles que querem destruí-lo.

Muitos médiuns e sacerdotes acreditam estarem sendo perseguidos por falanges negras, demônios, quiumbas, Exús e Pombas Gira, que querem transformar suas vidas em miséria. Vejam bem que a coisa é complicada, e existe uma crença coletiva de que existe essa perseguição das trevas em suas vidas. Mudaram-se os tempos, mas não mudaram as formas e a perseguição continua. Até quando iremos nos apegar à superstição desse tipo? Até quando iremos dar atenção às coisas que nos fazem mal?

Existem as forças negras em ação, e isso é patente. Mas o mal foi criado pela mente humana e existe por uma necessidade humana. Deus não criou o bem e o mal. Só o bem é eterno. Não existe essa coisa de luta eterna entre o bem e o mal.

Se o mal vence uma situação momentaneamente é porque a pendenga ainda não terminou.Se alguém, por maldade ou ignorância, nos envia alguma carga negativa e ativa forças negativas poderosas contra nós, só vai dar resultado se nós estivermos na mesma faixa vibratória dessa maldade, ou seja, se estivermos em discordância com as forças positivas reinantes no universo. Deus não é injusto com ninguém.

Ele a tudo vê e a tudo permite. Portanto, tudo o que sofremos, com certeza é por merecimento. Veja que Jesus quando praticava curas, ao final sempre dizia às pessoas: “Vá e não peques mais”.

Com isso, Jesus já alertava que tudo o que a pessoa tinha, era por merecimento, ou seja, tinha dado abertura para que tal mal a acometesse. Sabemos que existem “demônios” e que são poderosos, mas estão assentados em poderes vibratórios negativos e comandam forças negativas criadas por condição da mente humana, e quem cair nesses reinos, está em consonância vibratória com os mesmos. É simples: a cada um, segundo seu merecimento.

“A semeadura é livre, mas a colheita é obrigatória, e quem colhe é Deus Pai Todo Poderoso” –
disse Jesus. Agora, acreditar que esses “demônios” estão em luta constante contra Deus, e que estão atuando em nossas vidas por vingança particular, ou querem minha alma imortal, é outra ignorância das leis imutáveis que regem todo o universo.

Sabemos da existência de magias negras e feitiçarias, mas essas somente atuarão de forma negativa na vida de alguém, se esse estiver vivendo totalmente em desacordo com as Leis de Deus. Uma coisa grave observada por nós durante todos esses anos é a proliferação de “videntes” que por toma lá qualquer coisa, rapidinho vêem aura até em poste na rua.

Que absurdo. A vidência é um dom paranormal natural e não tem como desenvolvê-la. Agora, existe muita gente tresloucada e com uma imaginação fértil, se dizendo vidente, e por qualquer coisa, rapidinho dizem estar vendo demandas, espíritos do mal, luzes prá tudo quanto é lado, espíritos com vestimentas exuberantes, fadas, gnomos, demônios horrorendos e por ai afora. Quanta ingenuidade (ou maldade né?). E por essas e outras, acabam por influência de outros, enxergando o que não existe, ou seja: enxergando somente o que suas mentes ou as mentes de outros concebem como verdade. É por isso que prolifera tanta crença na demanda e feitiçarias, todas, invariavelmente “vistas” por um desses falsos videntes.

Então vejam que neste momento, através de mentes desequilibradas, maldosas, muitos que se dizem videntes, se utilizam de um falso dom, para denegrir, atormentar e criar falsas verdades em cima de inocentes, fazendo com que as pessoas que também são desequilibradas se voltem contra os inocentes, criando rancores, ódios e pensamentos destrutivos. Nessa hora eu pergunto: Onde estão os verdadeiros Guias Espirituais que estas pessoas dizem ter, que não as alertam do erro? Mistério. Se Guias Espirituais verdadeiros vissem algo patente, imediatamente iriam procurar um meio de desfazer o mal feito, mas com certeza, sem alardear o tal fato e muito menos “fofocar” para não trazerem ódios, desforras e nem pensamentos ruins. Cuidado. “Guias espirituais” que somente ficam verbalizando demandas, magias negras, fofocas, com certeza são quiumbas, ou também pode ser puro animismo, onde a mente doentia do “médium” entra em ação. Os quiumbas costumam convencer as pessoas de que são portadoras de magias negras, olhos gordos, invejas, etc. inexistentes, sempre dando nome aos bois, ou seja, identificando o feitor da magia negra, geralmente um inocente, para que a pessoa fique com raiva ou ódio, e faça um contra feitiço, a fim de pretender atingir o inocente para derrubá-lo. Agindo assim, matam dois coelhos com uma cajadada só: afundam ainda mais o consulente incauto que irá criar uma condição de antipatia pelo pretenso feitor da magia, e pelo inocente que pretendem prejudicar. É chegada a hora de pararmos com essas atitudes negativas contra nós mesmos e contra as pessoas que nos procuram e procurarmos cultivar nas pessoas que elas estão em um Templo religioso a fim de se reencontrarem com Deus e consigo mesma, e a fim de se reequilibrarem para seguirem felizes e em paz suas vidas. Devemos incitar o amor, o perdão, a bondade, a união, a fraternidade e a benevolência. É só analisarmos com atenção e chegaremos à conclusão que se todos os espíritos, ou seres humanos, fossem portadores de dons sobrenaturais poderosos e tivessem liberdade irrestrita para realizarem o que bem entendessem, o mundo viraria uma bagunça. Afinal, você, e só você tem o direito do livre arbítrio em sua vida. Jamais outra pessoa tem o direito de mexer em nosso livre arbítrio, a não ser que permitamos. Onde estaria Deus em tudo isso? Onde está os Guias Espirituais em tudo isso? Onde está os Sagrados Orixás em tudo isso? É triste observarmos médiuns acreditando tão somente em forças destrutivas presentes em suas vidas. Vamos falar mais em Deus. Vamos incitar mais o amor e o perdão. Vamos estudar e vivenciar mais o Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo, do que querer aprender contra magias. Vamos pregar a imortalidade da alma, e que existe paz e união entre todos. O mal existe, mas não vamos dar o devido crédito a ele. O olho gordo existe, mas não vamos dar o devido crédito a ele. Nós não somos a imagem e semelhança de Deus, mas sim, a presença viva do Deus vivo em nossas vidas. Jesus disse: “Sois Deuses. Podeis fazer tudo o que fiz, e até mais”. – “Pedi e obtereis”. – “Orai e vigiai, para não cairdes em tentação”. – “Tudo é possível, àquele que crê”. Quando um irmão nos procura e diagnosticamos uma presença espiritual negativa junto dele, devemos pro¬ceder à retirada dessa energia/espírito negativa e bem orientar a esse irmão, que essa aproximação deveu-se a uma simbiose de pensamento e atitudes, e não a uma perseguição gratuita. Não podemos criar em nossas mentes que nossos Templos são alvos constantes de “demandas”, pois estaremos dando vazão à credibilidade excessiva de nossas mentes doentias, e a nossa mente acaba absorvendo esse conceito criado pelo nosso inconsciente. Deus não é injusto. Deus a tudo observa, e a tudo permite. Portanto, nós merecemos o que estamos recebendo. Deus se manifesta na Terra, através de toda a Natureza, mas se materializa e se comunica através do nosso espírito imortal, da nossa mente e do nosso coração. Assim também o mal se materializa através da nossa mente e do nosso coração. Por isso, vamos nos educar, vamos nos evangelizar, vamos seguir fielmente os conselhos de nossos Guias Espirituais e transformar nossas vidas em bênçãos. Vamos criar em nossas mentes positivismo e cuidar bem de nossa saúde mental e física. Não vamos dar crédito somente à negatividade, mas sim, criar em nossas vidas e em nossos Templos um clima de paz, amor e alegria, pois estaremos realizando a verdadeira missão da Umbanda, que é a libertação do homem.

Texto extraído do livro: O ABC do Servidor Umbandista no prelo – autoria: Pai Juruá

Exus e Pomba Gira na Umbanda – Simbolismo e Função –


Pai Juruá.

QUEM É A POMBA GIRA

Quem são as Guardiãs Pombas Gira?

Vamos falar bem reduzidamente o que seriam as Guardiãs Pombas Gira:

Se os Guardiões Exus são marginalizados, mais ainda são as senhoras Guardiãs Pombas Gira.

Há muitas pessoas que as associam com prostitutas, ou simplesmente, mulheres que gostam de se expor aos homens e sedentas por sexo. As distorções e preconceitos são características dos seres humanos quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os. Essas nossas irmãs em Deus nada mais são que espíritos desencarnados, que como os Exus, viveram na Terra e hoje, por afinidade fluídica, militam como mais uma corrente de trabalho portentosa dentro da Umbanda.

Não temos culpa se certos “Médiuns” medíocres dão passividade para quiumbas ou mesmo fingem uma incorporação de uma Guardiã Pomba Gira, para serem aceitos e terem suas opiniões e mesmo trejeitos aceitos pela comunidade religiosa. Com certeza, exteriorizam somente aquilo que suas mentes doentias acham serem certos.

Dentro da hierarquia das Guardiãs Pombas Gira, estão divididas em níveis diversas outras Pombas Gira, da mesma forma que as demais legiões. É claro que em alguns casos podem ocorrer que uma delas em alguma encarnação tivesse passado pela experiência dolorosa de ser uma prostituta, mas, isso não significa que as Guardiãs Pombas Gira tenham sido todas prostitutas e que assim agem. As que foram, hoje estão integradas na Umbanda, a fim de realizarem a grande reforma íntima através da caridade e do Mediunismo redentor.

Não se torna uma Guardiã Pomba Gira pelo simples fato de se ter errado perante as Leis Divinas. Afinal, quem nunca errou na vida? Ser uma Guardiã Pomba Gira exige preparo, conhecimento, magia, discernimento e muito amor. É mais uma corrente de trabalho espiritual na Umbanda, onde espíritos seletos atuam na faixa vibratória que mais se afinizam.

As Guardiãs Pombas Gira não são a representação da sexualidade e nem da sensualidade, mas sim frenam os desvios sexuais dos seres humanos e direcionam essas energias para a construção da espiritualização, evitando a destruição espiritual e material de cada ser.

A sensualidade desenfreada destrói o homem: a volúpia. Este vício moral é alimentado pelos encarnados e desencarnados pela invigilância das Leis de Deus, criando um ciclo ininterrupto, caso as Pombas Gira não atuem neste campo emocional, frenando-o e redirecionando-o.

As Guardiãs Pombas Gira são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São executoras da Lei.

Cabem as Guardiãs Pombas Gira esgotar os vícios ligados ao sexo, equilibrando o ser humano.

Gostaríamos de salientar que as Guardiãs Pombas Gira não são Exus fêmeas como dizem muitas das literaturas encontradas, mas sim, é mais uma das hierarquias de Deus;

Tudo que se refere ao estudo sobre os Guardiões Exus vale também para as Guardiãs Pombas Gira, ou seja, elas se manifestam na Umbanda através de espíritos incorporados as suas hierarquias. Elas são elementos mágicos ativados através de oferendas e elementos religiosos quando ativados num Templo. Também são agentes da Lei de Deus que podem ser ativadas pela Lei Maior. Os Guardiões Exus vitalizam/desvitalizam, as Guardiãs Pombas Gira esgotam o emocional ou despertam o desejo.

As Guardiãs Pombas Gira de Trabalho são tão maravilhosas quanto os Guardiões Exus. Elas realizam curas até mesmo de enfermidades dadas como incuráveis, desmancham trabalhos de magia negra, resolvem problemas, nos dão conselhos preciosos de como bem dirigir nossas vidas, enfim, fazem tudo pelas pessoas bem intencionadas que as procuram para a prática da caridade. È uma pena que ainda existam pessoas que as procuram somente para desmanchar relacionamentos amorosos ou conquistar alguém.

Como nossos irmãos Guias Espirituais, os Guardiões Exus, e as Guardiãs Pombas Gira, quando terminarem o círculo de trabalhos espirituais e permanência nas correntes de trabalho na Umbanda irão para uma faixa de espiritualidade superior, e serão conduzidas pelas Leis do Eterno Amor para o seu verdadeiro destino, a sua perfectibilidade e a verdadeira e eterna felicidade nas moradas do Senhor. Por isso, considerando que as Guardiãs Pombas Gira são criaturas como nós, filhos de Deus, considerando que bem orientadas por Orixás, e Guardiãs Pombas Giras de Lei trabalhem somente para o bem, devemos tratá-las com todo carinho, respeito, procurar compreendê-las e conduzi-las (as não esclarecidas. As que estão iniciando o seu caminho rumo a espiritualidade maior) para o caminho da redenção.

A Legião das Guardiãs Pombas Gira atuam:

• Nas descargas para neutralizar correntes de elementares/elementais vampirizantes, bem conhecidos como súcubus e íncubos, que atuam negativamente, por meio do sexo, fazendo de suas vitimas verdadeiros escravos das distorções sensuais.

• Cortando trabalhos de magia sexual negativa e as ditas “amarrações”, pois ninguém deve se ligar a ninguém a força. Isto é considerado pelos tribunais do astral como desvio de carma e as sanções para aqueles que realizam tais trabalhos são as mais sérias possíveis.

• Cortando trabalhos de magia negra, pois não é permitido pela Lei Divina que as pessoas ou espíritos possam fazer o que bem entenderem, ainda mais ferindo o Livre Arbítrio alheio.

• Neutralizando correntes e trabalhos feitos para desmanchar casamentos.

• Trabalham incansavelmente no combate as hostes infernais, quando estas procuram atingir injustamente quem não merece.

• Trabalham no combate das viciações que escravizam os Médiuns, protegendo-os das investidas do baixo astral, quando se fazem merecedores.

• Fazem à proteção dos Templos onde habita a Espiritualidade Maior, principalmente onde se pautam pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

• Combatem a leviandade, promovendo a firmeza que trás o respeito através do poder da palavra. Tais atributos e a harmonia de seus efeitos combinados, trazem a serenidade mental, onde os Sagrados Orixás atuam, pois quem não sabe o que pensa, não sabe o que diz.

• Trabalham incansavelmente fazendo de um tudo para que seus Médiuns possam galgar graus conscienciais luminosos perante a espiritualidade maior, equilibrando-os, auxiliando-os, mas jamais são coniventes com os desmandos de seus pupilos, corrigindo-os, às vezes, implacavelmente, para que possam enxergar seus erros e retomarem a senda da Luz.

• A Guardiã Pomba Gira, como entidade de trabalho, não são e nunca foram espíritos lascivos, tenebrosos, viciados, atrasados e maldosos, como muitos querem doutrinar.

• A Guardiã Pombas Gira atuam no combate aos quiumbas (na medida do possível ajudando-os a evoluir) e no combate das energias desvairadas e viciantes; nas cobranças e nos reajustamentos emotivos e passionais; nas cobranças da Lei Divina (carma); nas emoções e nas ações dos indivíduos.

• As Guardiãs Pombas Giras conhecem profundamente os mais íntimos segredos dos seres humanos e que apesar dos absurdos em seus nomes, ainda assim, nos auxiliam a evoluir, esperando pacientemente à hora de nossa maturidade.

• A Guardiã Pombas Gira são valorosas Guardiãs da Antiga Sabedoria, da Tradição da Umbanda. Não são vulgares. São guerreiras, heroínas, protetoras e grandes magas.

Lembre-se que nenhuma Guardiã Pomba Gira jamais atua negativamente na vida de qualquer ser, promovendo desuniões, feitiçarias, magias negras, fofocas, maledicências e toda sorte de coisas ruins. Infelizmente a maldade é um imperativo humano. Quando um ser humano, negativamente invoca o poder da Guardiã Pomba Gira, não é a entidade em si que vai atender ao seu pedido maléfico, mas sim, a força Pomba Gira, força magnética ígnea telúrica, que vai ser acionada e utilizada. Seria a mesma coisa que utilizarmos à força elétrica; podemos usá-la para o bem ou para o mal. A força é a mesma, mas não tem vontade própria.

Vamos agora usar de um artigo maravilhoso (de autor desconhecido), adaptando-o, e encontraremos que é a fiel imagem da uma mulher. E isso é ser a Senhora Guardiã Pomba Gira:

SER GUARDIÃ POMBA GIRA….

• Ser Guardiã Pomba Gira é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora, é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos.

• Ser Guardiã Pomba Gira é caminhar na dúvida cheia de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.

• Ser Guardiã Guardiã Pomba Gira é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita, é esperar quando ninguém mais espera.

• Ser Guardiã Pomba Gira é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa, é ser enganada e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.

• Ser Guardiã Pomba Gira é estar em mil lugares de uma só vez, é fazer mil papéis ao mesmo tempo, é ser forte e fingir que é frágil pra ter um carinho.

• Ser Guardiã Pomba Gira é se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas, é distribuir emoções que nem sempre são captadas.

• Ser Guardiã Pomba Gira é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever, é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.

• Ser Guardiã Pomba Gira é saber dar o perdão, é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é estender a mão a quem ainda não pediu, é doar o que ainda não foi solicitado.

• Ser Guardiã Pomba Gira é não ter vergonha de chorar por amor, é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem, é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista.

• Ser Guardiã Pomba Gira é entender as fases da lua por ter suas própria fases. É ser “nova” quando o coração está a espera do amor, ser “crescente” quando o coração está se enchendo de amor, ser “cheia” quando ele já está transbordando de tanto amor e “minguante” quando esse amor vai embora.

• Ser Guardiã Pomba Gira é hospedar dentro de si o sentimento de perdão, é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficaram esquecidas.

• Ser Guardiã Pomba Gira é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e especial a vida toda.

• Ser Guardiã Pomba Gira é conseguir encontrar uma flor no deserto, água na seca e labaredas no mar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é chorar calada as dores do mundo e em apenas um segundo já estar sorrindo.

• Ser Guardiã Pomba Gira é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda, é tropeçar, cair e voltar a andar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar cinderela quando a noite chega.

• Ser Guardiã Pomba Gira é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo.

REVELAÇÃO DE UMA GUARDIÃ POMBA GIRA
Mensagem psicofônica da Senhora Pomba Gira Sete Encruzilhadas – Médium: Luely Figueiró

Nós andamos agitadas nas encruzilhadas, não estamos gostando do que certos escritores mal informados, que apenas cruzam pelos terreiros e que nem possuem a experiência de incorporação ou de trabalhos dentro da curimba de uma Pomba Gira, se arvoram em falar sobre nossa corrente, sobre nossos trabalhos.

Nos comentam como se fossemos lixo do astral ou menos espíritos apaixonados. Como se bastasse apenas nos oferecer elementos físicos, grosseiros materiais, para fazermos a vontade de todas as criaturas da face da Terra.

Pessoas que escrevem sem possuir o menor gabarito espiritual para comentar os mistérios da hierarquia de um espírito.

Nós estamos realmente agitadas no espaço que ocupamos e muito trabalhamos para formar a corrente deste aparelho, para que ela pudesse verdadeiramente receber a vibração e o ensinamento de todo o trabalho de uma Pomba Gira. Vocês não duvidem e não confundam as coisas que vocês vêem por aí. Aprendam se quiserem a ter o merecimento da proteção e do trabalho de uma Pomba Gira, seus giras.

Pomba Gira é gente já com gabarito de incorporação no exército divino, e quem já se encontra incorporado, como elemento deste exército, para a elaboração de evoluções maiores; não é sofredor nem lixo do espaço e nem desavisado e muito menos apegado a elementos tão físicos e baixos como querem nos apregoar.

Tenham mais humildade para aceitar as coisas do grandioso Senhor, que elabora no dia-a-dia a evolução dos universos siderais e não só o vosso.

Não pensais, pois, que sois o centro do universo, porque não sois não. Em todas as horas, em todos os momentos, o grande Senhor nos envia provas através, até mesmo, de aparelhos Mediiúnicos que nos deixam perplexos, bestializados com os que eles fazem como simples aparelhos e nada mais.

Porque eles são meros veículos de forças maiores; aqui, neste planeta, somos espíritos de certa envergadura, com milênios de aprendizado; nos chamam de Pomba Gira; poderiam ter-nos colocado outros nomes, não importam os nomes que nos tenham colocado.

Nós vos saudamos aqui na Terra, com esta indumentária; respeiteis e saibais compreender nossa natureza espiritual, para que não sejam publicadas aberrações que visem apenas ao comércio medíocre sobre o trabalho sagrado e santificante que traçamos para evolução de todos os paranormais em comunicação conosco.

Isto é de rara importância para todos aqueles que dirigem seus Médiuns, seus filhos.

É de rara importância, queridos, que coloqueis sempre a vossa destra sobre os nossos enviados, filhos de Santo, com uma certa humildade e conhecimento de que todos os irmãos que se comunicam através de sua coroa são espíritos já incorporados num exército divino para elaborar uma tarefa de amor e fraternidade e de respeito por vossas vidas e não de desrespeito, porque este sempre parte de vós e não de nós.

Se existem nos planos do baixo astral desrespeitosos Eguns, é porque daqui partiram assim sem o merecimento de serem incorporados em nossas milícias. São esses pobres vagabundos do astral menor que necessitam mais de orações e caridade.

Vós, como chefes de terreiro e guias menores da Terra, que colocais sobre o peito montões de colares para assim serem reconhecidos, pois sois vós que devereis organizar os trabalhos. Sim, de mãos interpostas conosco, os irmãos do outro lado.

Para estes Eguns e sofredores, estes vagabundos, desairosos e desvairados dos espaços, sejam socorridos e não enlameados com vossos propósitos mesquinhos.

Muitas vezes, tomados por vossas vaidades, não sabeis reconhecer quem pisa dentro de vosso terreiro.

Aquele que é sofredor, aquele que é um mistificador de uma Pomba Gira verdadeira.

Porque a vossa vaidade vos cobre os olhos e vosso peito envergado de tantas “guias” não vos permite ver; cuidado…

Por hoje é só.

Dona Sete.

Pai Juruá.