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IBEJADA EM FESTA


Salve São Cosme e São Damião! Salve os santos curadores da coroa de Pai Oxalá! Trazendo alegria aos homens da terra, trazendo Paz, união, e Magia do Bem, mesmo quando não são aceitos ou considerados.
A verdade não precisa de cortinas ou histórias, e as lendas são construídas para maior compreensão por parte do ser humano…Continue Lendo

HOJE É DIA DE SÃO JERÔNIMO, É DIA DE PAI XANGÔ!


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Vamos neste dia, pedir a Xangô que cuide de seus filhos nesta Terra que está tão desequilibrada, onde a insensatez em muitos lugares toma conta. Vamos pedir para que a Sua Justiça chegue aos lugares mais ermos, sustentando aqueles que estão em provação, fugindo das guerras, e vamos pedir pelos brasileiros nas grandes cidades que estão sofrendo nas ruas tantas violências.

Que Xangô incuta em seus filhos o bom senso necessário, para que eles vejam que esta pressa que parece permear tudo não leva a lugar algum senão o esquecimento dos bons costumes, da educação que deveria ser costumeira, do respeito que não precisaria ser sempre lembrado.
Que cada um de nós que caminha por estes tempos, meu Pai Xangô, veja que sem olhar para o lado, sem olhar para aqueles que mais precisam, sem admirar a beleza do dia que amanhece e o por do sol ao anunciar a noite, que se não valorizarmos as pequenas coisas que são as mais importantes, nunca conseguiremos estar em Harmonia e em Equilíbrio.

Seu machado esteja nos guardando de todas as demandas, Pai Xangô, nosso Protetor, vem de Aruanda, do alto de sua pedreira, nos ensinar a exaltar a Umbanda, fazendo a caridade, mantendo nosso coração puro e tranquilo, nos mostrando os caminhos certos. Que não sejamos nós os justiceiros, mas que confiemos na Sua Justiça, e dilapidando nossas arestas, para que nos tornemos cristais puros, quartzos translúcidos refletindo sua Luz, sua Sabedoria, sua equanimidade.

xan2Que estejamos em sua Paz, em sua Serenidade, com a certeza que os desígnios nos conduzem às estradas do conhecimento, do discernimento, e se recebermos pedras, em vez de atirá-las de volta, as utilizemos para pavimentar caminhos largos onde muitos possam caminhar conosco com os mesmos sentimentos de humildade e fervor em uma Força Maior.

Xangô, filho de Oxalá e Iemanjá, esteja conosco em todas as horas, pois a cada momento temos que decidir entre o passo certo e o errado. Nos ajude, não nos deixe cair, irradie sobre nós seu Fogo Sagrado, ilumine nossa estrada .

E que a Linha do Oriente sob sua égide, todos os Magos e Médicos que pertencem a esta abençoada falange, estejam conosco, escutando nossas preces, pois necessitamos da Saúde do corpo, da mente e sobretudo, a do Espírito. Que a Linha Cigana que trabalha convosco, esteja presente em nossas vidas, alegrando com seus cantos e danças astrais nosso pensamento, transmutando nossas preocupações em soluções para nosso dia a dia.

E assim, aproveitamos a vibração imantada de seu dia, Pai Xangô, e agradecemos por tudo o que nos deste até aqui, e temos a certeza que junto estarás em todas as horas, e é esta certeza que nos impulsiona para frente, caminhando sem cessar, pelas pedras pontiagudas, sabendo que nosso espírito está sendo burilado no crisol que nos transformará em seres mais evoluídos.
Saravá, Xangô! Kaô, Kabecile! Kaô! Kaô!!!!!!!

 

Alex de Oxóssi

Rio Bonito – RJ

A MISSÃO NA TERRA


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Ao reencarnarmos, ainda sob a influência da Bondade e da Magnificência do Mundo Espiritual, seja de onde viermos, estaremos tendo a oportunidade de continuar nossa jornada na evolução.

Quanto mais, quando encarnados, estivermos afinizados com a certeza que há algo mais que a matéria, veremos que o mais simples fato cotidiano estará de acordo com o caminho que temos de trilhar. Por isso, nunca devemos reclamar das dificuldades do caminho, pois embora esquecidos, fomos alertados que as vicissitudes virão.

Muitas vezes deixam de acontecer os fatos que desejamos, mas tenhamos a certeza que nada ocorre por mera coincidência, se ainda não alcançamos aquilo que almejamos, é porque ainda não é a hora, ou aquilo de fato não seria o ideal para nosso enriquecimento pessoal.

Em outras ocasiões, perdemos o momento certo de embarcar em novos caminhos, porque talvez não estivéssemos prontos, e temos de aguardar com paciência mais uma rodada na vida para que tenhamos a oportunidade de vivenciar a plenitude de mais um portal que se abre.

Perante tanta injustiça e arbitrariedades, vemos que frequentemente somos protegidos de um mal maior, e se estivermos atentos, saberemos prever e evitar caminhos que nos façam sofrer.

Há, porém, aqueles que preferem não arriscar e se paralisam, ou se acomodam achando que já obtiveram tudo que a vida tem para oferecer. Mas, até o último suspiro haverá oportunidades para o aprendizado, para ações, e para permitir aflorar mais sentimentos benignos que levaremos conosco para a eternidade, que são nossa única bagagem.

Nunca é tarde para viver, e nunca é tarde para exercer o bem que recebemos a cada dia, desde o primeiro dia da nossa existência, quando temos a oportunidade de inflar nossos pulmões com a atmosfera deste planeta, que é tão repleto de Luz e Vida abundante em toda parte. O que ocorre é que muitas vezes nos esquecemos de ter olhos de olhar e ouvidos de ouvir, deixando de apreciar as pequenas coisas que nos acenam com sua força e beleza, as flores incessantemente se abrindo, o mar incansavelmente nos mostrando as ondas únicas que vão e vem, o rio cercado de areias e pedras por onde passa uma única vez, tudo maravilhosamente se modificando a cada dia, mostrando que é possível a reconstrução diária.

Muitos vivem cada dia como se fosse o último, e realmente talvez seja, para alguns, mas não é motivo para gastar energias desesperadamente e imprudentemente, pois a grande Verdade, é que sim, a matéria um dia se decompõe e vai se tornar outra coisa, mas é importantíssimo lembrar, que se as coisas da Terra tem inicio, meio e fim, tal não ocorre com as coisas do “céu”, onde a palavra “céu” aqui quer dizer a vida do outro lado, que está presente em todos os momentos. Então, não podemos concordar que tudo acaba, mas sim, que devemos semear sem fronteiras , e estas sementes etéreas se transformarão em frutos e árvores frondosas, através dos amigos espirituais, através das obras divinas e estaremos fazendo parte ilimitadamente de algo imorredouro e indestrutível.

Incansavelmente, os avatares do passado e aqueles que estão camuflados sob vestes comuns e que nos cercam no dia a dia, nos mostram que a melhor ferramenta, a melhor arma e o ato mais sublime, é AMAR, aprender esta arte, burilar nossas almas, ultrapassar as intempéries e prosseguir, sem nunca mercadejar com este sentimento máximo, sem nunca arrefecer na busca de seu aperfeiçoamento, valorizando cada momento de paz interior, de silencio íntimo , onde se consegue senti-lo em toda a sua pujança, e representá-lo muitas vezes sem palavras, mas apenas por um olhar, ou um ato pueril, ou às vezes em ato de grande coragem, quando é preciso.

Quando estivermos diante de situações desagradáveis, quando nos depararmos com perseguidores de outras épocas, quando a injúria, a inveja, altercações inúteis nos assediarem, lembremo-nos que tudo faz parte do caminho, e depende de nós nos afastarmos se não for possível harmonizar naquele momento, o que nos poupará de darmos mais voltas e subirmos mais montanhas espinhosas até retornarmos ao nosso rumo verdadeiro.

Somos todos andarilhos nestas paragens terrenas, sempre devemos ter tempo para o outro, pois na imensidão cósmica, há muitos seres invisíveis que se propõem a andar palmo a palmo conosco, nos auxiliando em nossos tropeços, nos protegendo em todas as horas, mesmo sem nos darmos conta, na maioria das vezes. E eles nos ensinam o valor da Verdade transcendental, o verdadeiro AMOR que temos de aprender e exercer sempre.

 

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

PARABÉNS BRASIL! PARABÉNS, UMBANDA!



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O Dia Nacional da UMBANDA poderia ser em um 13 de Maio, consagrado aos Pretos Velhos, ou 22 de Novembro, dia de Araribóia, mas foi 15 de Novembro a data escolhida.

Pois foi quando, em 1908, manifestou-se plenamente em terra, o Caboclo das Sete Encruzilhadas, trazendo a mensagem que nascia uma nova religião, cujos caminhos haviam sido longa e àrduamente traçados na Espiritualidade, e que a partir dali iria orientar, confortar, curar, mudar a vida dos homens, convocando-o ao trabalho na seara espiritual com a verdadeira Caridade e o Verdadeiro Amor no Coração.

Todo umbandista sabe que em 15 de Novembro, Zélio, doente, foi levado à Federação Espírita de Niterói, onde manifestou-se o Caboclo das Sete Encruzilhadas, ainda sem revelar seu nome, dizendo que no dia seguinte estaria trazendo uma nova religião.

São as palavras do Caboclo das Sete Encruzilhadas:

“Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã (16 de novembro) estarei na casa de meu aparelho, para dar início a um culto em que estes irmãos poderão dar suas mensagens e, assim, cumprir missão que o Plano Espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome, que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque para mim não haverá caminhos fechados. O vidente retrucou: “Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto” ? perguntou com ironia. E o espírito já identificado disse: “cada colina de Niterói atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei”.

Quinze de Novembro, também comemora a data do início de nossa República. Para muitos pode ser apenas mais um feriado prolongado, mas é necessário uma reflexão que a República teve seu berço na Grécia antiga, e seu significado nos dias de hoje ensina a LIBERDADE.

Será que todos sabem o que é REPÚBLICA, o que é LIBERDADE? Antes de tudo, a garantia de um ser humano viver dignamente.

Há uma lógica que devemos buscar, temos de ter olhos para ver em cada passo e em cada detalhe que a Espiritualidade nos traz. A Umbanda concretiza que todos somos iguais perante Zambi, e quem vem nos ajudar, vem nas vestes espirituais dos mais discriminados, os pretos velhos, o caboclos, seguidos da pureza das crianças. A estes agregaram-se os boiadeiros, os marinheiros, os ciganos o povo do Oriente, os Exus de Lei e coroados, e muitos outros.

À medida que Portais foram se abrindo, Orixás muito antigos foram se manifestando. A Umbanda que estudamos e conhecemos, trabalha no Astral com as Sete Linhas, e sabemos que verdade alguma é absoluta, nem a nossa, nem a de ninguém.

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Hoje é um dia para festejarmos a nossa República. Há repúblicas socialistas, comunistas, democratas. Precisam de um Presidente ou Parlamento e uma Constituição, que deveria ser conhecida e adotada por todos. Nós, brasileiros, estamos vivendo e respirando uma Democracia como nunca antes vista, e devemos estar felizes por isso.
A República no Brasil hoje é Federativa, dividida nos diferentes Estados, assim como existe nossa abençoada diversidade. Onde nossa Constituição Federal no artigo 5º, VI, assegura ser inviolável a LIBERDADE de ciência e consciência, assegurando ao LIVRE exercício da Lei, a proteção aos locais de culto e liturgia.

Somos ainda um país LAICO, onde para garantir a Liberdade de todos e a Liberdade de cada um, a Laicidade distingue e separa o Domínio Público , onde se exerce a Cidadania, e o Domínio Privado, onde se exercem as liberdades individuais (de pensamento, de consciência , de convicção) e onde coexistem as diferenças (biológicas, sociais, culturais). Pertencendo a todos, o espaço público é indivisível, e nenhum cidadão ou grupo de cidadãos deve impor as suas convicções aos outros.

Ao mesmo tempo, no Estado (Governo) Laico, proíbe-se intervir nas formas de organização coletivas (partidos, igrejas, associações, etc.), as quais qualquer cidadão pode aderir e que relevam mo direito privado.

A casa física, em Neves, São Gonçalo, residência do médium Zélio de Moraes, a qual foi palco único no mundo, de um dos maiores avanços da Humanidade, apagou-se do cenário recentemente. Não sobreviveu para comemorar os 105 (cento e cinco) anos de existência.

Para quem percebe as raízes plantadas nos corações e os laços com as origens da Umbanda, permanece sintonizado no caminho luminoso até Aruanda, caminho este iluminado pelos constantes e inúmeros atos de Amor e Caridade que seus emissários incansavelmente irradiam. Estes percebem que a Anunciação do Caboclo das Sete Encruzilhadas bastou, como bastou a vinda única do Mestre Jesus há milênios atrás.

Muitos ficam sempre evocando e sonhando com a vinda de mais e mais Mestres e Avatares, a volta do Mestre Jesus, e outros mestres. Quantos mais seriam necessários para enfim, estes que esperam, façam nascer a FÉ em seus corações?

O Mestre Jesus era severo com os ímpios e muito chorou porque não acreditavam ou entendiam na Sua Verdade, que é a Verdade Cósmica, Universal. Seus ensinamentos são os mesmos que muitos antes e depois DELE, os que se iluminaram, proclamavam. O que é preciso mais ???!!!!

A Umbanda não é Religião apenas, é CAMINHO. E um Caminho Luminoso, que não precisa de ostentação ou afirmação. Ela lá está, para os que têm olhos de ver, coragem para largar as vestes velhas e segui-la.

O Caboclo das Sete Encruzilhadas foi um emissário, tal qual os Anjos das antigas escrituras. Muito de acordo com nossas origens, veio como um nativo de nossa Pátria. Ele sabia muito bem o que estava fazendo, como tudo na Espiritualidade. O importante está muito além das palavras. Ele estava ciente do momento certo, das palavras certas, das pessoas que ali estavam, como até hoje é assim com as coisas do Astral Maior.

SALVE A LUZ DIVINA!
SALVE O CABOCLO DAS SETE ENCRUZILHADAS!
SALVE TODAS AS LINHAS DA UMBANDA!
SALVE ZÉLIO DE MORAES!
SALVE NOSSO MESTRE JESUS!
SALVE ZAMBI!

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

A SUAVE LUZ DO TERREIRO DE UMBANDA


Soa a campainha três vezes, chamando os médiuns. É hora de mais um encontro sagrado com os Orixás.

Encaminhando-se lentamente em direção ao terreiro, já se sente o aroma das ervas queimadas, e os cânticos de quem vai cruzando o templo com os defumadores.

Cada um vai se concentrando, guias de variadas cores na mão, já sentindo as vibrações no plexo esplênico, sintonizando-se com as vibrações das entidades protetoras da casa. Os atabaques começam a tocar, e cada um passa cantando pelo defumador na entrada, sensação boa de irmandade com aqueles que defumam cada filho de santo e depois toda a assistência, preparando para mais uma noite de trabalhos espirituais.

Ao pisar no espaço abençoado, o pensamento de cumprir mais uma missão, permeando todo o corpo com os fluidos magnéticos que impregnam o ambiente, e que circulam sob as batidas persistentes, sob as vozes uníssonas.

Chega-se ao congá, pedindo proteção aos chefes espirituais, às entidades que participam das egrégoras do terreiro, e em muda prece, faz-se a oração de alma, pedindo proteção por mais esta noite, batendo cabeça para cada orixá ali presente e sobretudo, á Oxalá, que através da imagem ali presente, parece olhar cada um, enchendo de ânimo, Amor e Fé.

Enfim, o médium conseguiu ali chegar, lutando contra o cansaço, a fome, os percalços do dia, seus problemas pessoais, seus embate e vivências. Conseguiu combater o desânimo, a preguiça, e toda uma série de contratempos que parecem lhe afastar da meta. Mas ali está, nada mais importa, agora é o tempo dos caboclos, dos pretos velhos, e de todas as falanges que lhes seguem, compondo o círculo sagrado das emanações da Luz Divina.

Ao início dos trabalhos, sempre cantando, o corpo acordando para as danças ancestrais, pede-se proteção ao anjo da guarda na missão abençoada, e todos se prostram para mais uma gira, reverenciando humildemente todas as evocações do chefe espiritual da casa, já incorporado no Babalorixá, comandando com a firmeza de sempre, mostrando sua Força ao manter tudo na mais perfeita harmonia, mesmo entre tantas emanações que reverberam em toda parte, incluindo a assistência, de onde vem angústias, dores e empecilhos.

Os caboclos chegam girando, cortando as demandas, quebrando grilhões com seus gritos, que cortam o ar, em mais vibrações que são como raios que dispersam toda dor, toda aflição.

Desfilam os caboclos de Oxóssi, trazendo o frescor das matas, o Prana vital da Natureza. Os caboclos de Ogum perfilam-se em harmonia, guerreiros incansáveis da Paz. E os atabaques contam as façanhas de Xangô, e o terreiro se enche de caboclos que trazem das pedreiras a Magia, a Luz, a energia que tudo equilibra.

A gira prossegue, e agora são os pretos velhos que se aproximam, com seu passo lento e olhar sereno, procuram seus cavalos, seus banquinhos, seus cachimbos, pembas e mandingas, e começam suas consultas. Sem pressa alguma, acolhem cada filho, lhes dão passes, e palavras de alento. Aconselham, contam histórias, trabalham com seus cambones, de maneira calma e ininterrupta, dando assistência a todo e qualquer apelo, corrigindo os pensamentos sem uma palavra rude, mostrando os caminhos, sem interferir nos arbítrios, ao mesmo tempo que em silêncio, vão limpando as auras, curando dores, atuando muito mais do que falam, pois são os mais sábios.

A madrugada se aproxima, é preciso terminar os trabalhos. Vão-se os pretos velhos em suas manifestações, para se colocarem ao lado de seus médiuns, junto de todos os outros guias espirituais.

Todos se ajoelham novamente, agradecem por mais uma oportunidade de trabalho edificante, cada um com seus próprios anseios apaziguados. Além do cansaço físico, sentem-se renovados em energia, pois o maior alimento é a Caridade prestada.

As luzes voltam a clarear com força, trazendo cada um ao plano terreno. É o momento de todos se confraternizarem com abraços e sorrisos, enquanto se reúnem mais uma vez, para bater a cabeça diante o congá, imantado das poderosas forças que lhe habitam. Cada um cumprimenta o Babalorixá e prepara-se para a volta para casa. Muitos, levarão horas para chegarem em seus destinos.

E,enquanto isso, no terreiro, nesse momento iluminado apenas com as luzes das velas, ainda ficará muitas horas fervilhando com a espiritualidade ali presente, até que todos os pedidos sejam auxiliados, todos os nós desatados, todas as demandas desmanchadas.

Suave Luz do terreiro de Umbanda, que permanece mostrando a presença da Senhora Velada, a infinita Sabedoria traduzida em Paz, Amor, Perdão, Serenidade e Equilíbrio, a verdadeira Jornada.

Salve Umbanda querida! Salve Orixás Benditos! Que sua Luz sempre brilhe sobre nós, que estamos na Busca.! Obrigado pelos caminhos, obrigado pelas lições, obrigado por ter-nos permitido vê-la, e em ti vivê-la!

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

MAGOS NEGROS


Ninguem se iluda. Todos somos Luz e Sombra. Qualquer um pode, de acordo com circunstâncias propícias, viver toda uma vida de bondade, generosidade, desde que não seja desafiado em seus pontos fracos.

Por outro lado, alguém com alto senso de Justiça e pensamentos humanísticos, pode passar provas das quais suas atitudes o mergulharão em um mundo de subversão e violência.

Há aqueles que nada querem, nada pensam, passam pela vida como se estivessem dormindo, sem ousar nenhuma atitude em referência ao Bem ou o Mal. Estes, geralmente são deixados quietos, tanto por um lado quanto por outro. Ficam como em estado de latência, e um dia, mais cedo ou mais tarde, serão obrigados a sair da letargia.

A filosofia milenar taoísta preconiza que o equilíbrio está no Yin e Yang, Sombra e Luz, e onde um termina começa o outro. Não é questão de evolução, e sim de ver com outras lentes. Está muito cristalizado dentro de todos, que fazendo coisas boas, se torna bonzinho, ninguém quer saber de ter sido mago negro. Todos acham que são reencarnação de reis, rainhas, santos, mártires e heróis. Haja herói para tanto espírito reencarnante…

Em “A Gênese” , escrito por Allan Kardec, encontramos que “Tal qual ocorreu com a estrutura física da Terra, a evolução moral tem caminhado gradualmente, sem processos descontínuos”

Já Emmanuel, no livro “O Consolador”, comunicou psicograficamente a Chico Xavier, que “dentre os mundos inferiores, a Terra pertence à categoria dos de expiações e provas, porque existe a predominância do mal sobre o bem. Aqui, o homem leva uma vida cheia de vicissitudes por ser ainda imperfeito, havendo para seus habitantes, mais momentos de infelicidades do que de alegrias”.

Alguns dizem que os Magos Negros, são seres proscritos do Sistema Capela, onde seus habitantes altamente evoluídos, conduziram o planeta a um nível mais elevado, de regeneração e benesses. Isto foi há centenas de milhares de anos. Nosso planeta está chegando num momento assim atualmente. Os espíritos que eram recalcitrantes e não aceitaram a evolução, foram impedidos e reencarnar ali, sendo projetados para planetas menos evoluídos, alguns vieram parar no nosso planeta. Dotados de grande poder intelectual e mental, recusaram-se a tomar o corpo físico rudimentar dos habitantes da Terra daquelas longínquas eras, e se mantiveram na espiritualidade. Como fugir às Leis naturais têm um preço, “venderam” sua alma, preferindo, ao invés do caminho de evolução através das provas e reencarnações, o acumular poder à custa de outros, e em vez de subirem aos cumes da Luz, desceram aos abismos das trevas.

Na realidade, qualquer que seja sua origem, os Magos Negros são como os vampiros das história de terror, que ficam na escuridão, sobrevivendo artificialmente a partir da captação de energia de outros, que lhe caem nas armadilhas. Neste momento, sua sociedade do mal está em estado caótico, pois para tudo tem um limite, e o planeta está na iminência de trocar seu “status” vibratório, e não irá mais comportar seres como estes. Da mesma forma, estão extenuados e suas energias estão em pane pela longevidade, não conseguem mais se manter ilusoriamente jovens , formosos e carismáticos. Se formos observar a Terra, há caldeirões de atrocidades o lado de atuações cada vez mais altruístas de seus habitantes. Inequivocamente estamos evoluindo, por mais que eles queiram nos manter na ilusão da Escuridão.

Magos contra Magos. Muitos estão se reencontrando e passaram por tormentos sem fim para finalmente se elevarem como espíritos luminosos. Temos exemplos muito perto de nós, umbandista. Vamos conhecer as histórias dos pretos e pretas velhas, dos caboclos, do povo do Oriente e exus. Todos são exímios desmanchadores de magia negra, porque sabem do que se trata, conheceram e se redimiram com louvor. E é nessa água bendita onde navegam nossos guias, são nas histórias que eles nos trazem quando acalmamos nossas mentes para ouvi-los, que vamos encontrar as chaves, que nos fará também guerreiros do Bem, mantendo em equilíbrio a Luz e a Sombra. Deixando-a quieta e acorrentada a seus próprios degraus evolutivos. Não há porque ficarmos infinitamente nas mesmas expiações, nos mesmos erros e sofrimentos. Temos de mudar, como os guias mudaram, e seremos donos de nossos destinos, e Mago Negro algum, poderá enfim, lançar sua deletéria influência sobre nós. Mas o preço da liberdade sempre foi, e sempre será, a eterna vigilância, e podemos acrescentar a profunda Fé e confiança na Proteção Maior.

Ultimamente, o escritor Robson Pinheiro tem dedicado quase a totalidade de seus livros a denunciar, esclarecer e combater a ação dos Magos Negros, ou dragões, como alguns chamam. Outros autores os têm citado, como no livro “Libertação”, ditado por André Luiz a Chico Xavier. Também outros como Rubens Saraceni., Roger Bottini Paranhos, Roger Feraudy.

Vejamos algumas passagens de livros de Robson Pinheiro:

1) “Entidades cuja vibração se afina a tais interesses egoístas estabelecem ligação mais intensa com seus médiuns, os magos negros, a fim de vampirizar suas energias. É comum observar, em casos assim, processos de simbiose espiritual. Os parceiros do conluio tenebroso passam a vibrar em conjunto, alimentando-se um do outro durante longos períodos, até que o elemento dor os desperte e coloque limites nos desregramentos e abusos cometidos”

Livro “Aruanda”

2) …”— O que os magos negros pretendem com os espíritas e umbandistas, especificamente?

— Como já infiltraram seus agentes e suas idéias escabrosas entre aqueles que se julgam os únicos representantes legítimos do Cordeiro, os líderes religiosos e fiéis tomados pelo fanatismo, agora pretendem investir em novo núcleo. Os chamados médiuns, os chefes de terreiro e os dirigentes espíritas oferecem solo fértil nos quais semear tais pesquisas, pois também trazem elementos ambíguos e espinhosos, que poderão ser enfocados pelos magos negros. Por exemplo, podemos citar o desejo de aparecer, a busca pelo aplauso e pelo reconhecimento público, ou ainda a vontade de sobrepujar o outro na destreza para lidar com as forças sutis da natureza, no exercício de um pretenso poder, outorgado pela própria megalomania e pela vaidade. Para alcançar êxito nessa etapa inicial de sedução, os magos apresentam às suas futuras cobaias propostas subjacentes, aumentando a importância desses fatores na mente das pessoas. A sede egocêntrica ganha relevo. Quando elas vislumbram a possibilidade de atingir os objetivos que almejam, então cedem voluntariamente à ação dos magos negros, que se disfarçam em mentores e mestres de reconhecida autoridade moral. Dessa forma, são conduzidas a esta cidade (abordando a estrutura encontrada no plano astral), onde se transformam em cobaias de experiências mentais e emocionais…”

Livro “Legião – Um olhar sobre o reino das sombras”

3)…”— Sabe, meus filhos, a compreensão do ser humano e da realidade que cria em torno de si é rica e elaborada, inclusive no que se refere às questões mais simples do seu cotidiano. Imagine quando levamos em conta seus dilemas e os conceitos esdrúxulos que advém de experiências dramáticas, vivenciadas nos dois planos de existência.

— Sendo assim, no que concerne à fase fetichista e sobre esse estágio de aprendizado, é possível notar que os espíritos consorciados aos magos negros, já naquela época (Atlântida, Lemúria, Babilônia e Caldéia) bastante distante do conhecimento iniciático, efetivamente introduziram sacrifícios humanos e de animais em suas práticas. Visavam não apenas à condensação da força mental, mas também formavam campos magnéticos de baixíssima frequência, desprezando por completo o ensino espiritual. Davam início à magia negra mais primitiva e vulgar, que descambaria de vez, mais tarde, na chamada feitiçaria. Nesse conluio com as entidades das trevas, homens e espíritos desavisados se transformaram em instrumentos das forças do abismo. É um período que, cronologicamente, encontra seu ápice na Idade Média; felizmente, logo depois, é suplantado por idéias mais humanas e sadias, muito embora os efeitos de conchavos do gênero ainda perdurem nos dias atuais, em processos obsessivos gravíssimos.

Livro “Legião – Um olhar sobre o reino das sombras”

Para não nos estendermos muito, ainda Robson Pinheiro , no livro “Senhores da Escuridão”, mostra como Pai João de Aruanda destrói toda a empáfia e poderio do mago negro da região trevosa onde ele e os guardiões se encontravam. Transfigurando-se na verdadeira entidade de Luz que é, rapidamente colocou correr a criatura.

Que me perdoem os espíritas, mas hoje em dia parece que os obsidiados todos são considerados culpados de terríveis crimes. Porém, atualmente, ninguém está imune em algum momento de fiar sob o jugo das poderosas armadilhas que o submundo espiritual pode articular. Principalmente aqueles que mais estão em evidencia na luta contra as trevas, são os mais atacados. Temos que realmente nos revestirmos de Caridade e Amor e compreender que há mecanismo pelo qual só se livra com auxílio externo, e para isso aí estão as giras e os guias trabalham sem cessar.Vamos falar um pouco dos instrumentos tão bem manipulados pelos magos negros:

FASCINAÇÃO

A vítima não acredita que está sob efeito de qualquer força negativa, e assim fica muito difícil d reconhecê-la. . Na verdade, algumas vezes, ela julga que é a única que não está obsedada, enquanto todos à sua volta estariam.

O espírito obsessor vai se inserindo discretamente e ganhando espaço na vida do obsedado; como uma planta daninha, vai se enraizando, plantando desconfianças e medos, manias e desejos, até o ponto em que se instala definitivamente. A pessoa estará de tal forma envolvida que quase se forma uma simbiose psíquica que, caso se concretize, tornará ainda mais complexa a situação. Por vezes esta obsessão provoca a perda da razão, e mesmo à esquizofrenia.

SUBJUGAÇÃO

A vítima encarnada está sob domínio completo de uma força desencarnada. Quando esse tipo de obsessão ocorre, vemos a pessoa apática como se estivesse sonâmbula, tendo vontades que estão em desacordo com sua personalidade, e até afastando pessoas próximas que a critiquem ou que questionem suas “novas” atitudes.

A sua cura exige uma mudança vibracional no obsedado, o que envolve uma grande disciplina moral e muito estudo, além do auxílio de entidades de Luz que transformem o obsessor, ou o removam dali até que ele também se recupere e regenere.

AUTO-OBSESSÃO

Os magos negros ainda podem induzir a pessoa, através de seus sentimentos de culpa e baixa auto estima a achar que jamais poderão receber a Luz Divina, e não encontram objetivo em nada. Em grande parte das vezes, infligem a si mesmos os mais diversos castigos e, mesmo quando recebem a ajuda de outros espíritos e das almas iluminadas, eles argumentam que seus crimes são imperdoáveis e anseiam por “castigos” que possam “purificá-los”. Vivem acreditando que são indignos de qualquer perdão, e se não forem auxiliados, podem chegar inclusive ao suicídio.

A prática da magia negra é explicada, à luz da doutrina espírita pelo Livro dos Espíritos em suas questões 549 e 550, sob o título de “Pactos”, de 551 a 556, sob o de “Poder Oculto, Talismâs e Feiticeiros”, e 557 “Bençãos e Maldições”. Ali se ensina que as ações de espíritos voltados para o mal sobre as pessoas podem ser impedidas, caso a pessoa objeto dessas ações invocar, em sua proteção, a ação de espíritos voltados para o bem. Ensina, ainda, que para que uma pessoa tenha a ajuda de espíritos voltados para o bem, ela deverá manter-se em harmonia com eles, envolvendo-se, em todas as suas atividades e práticas, com pensamentos nobres e sempre procurando auxiliar aos necessitados.

Alguns espíritas erram ao achar que é só querer que se livra da obsessão. O médium altamente treinado, consegue…mas a sofisticação das obsessões só faz crescer. Hoje em dia não existem mais obsessões simples. Em geral são complexas, agravadas pela instalação de aparelhos na região para-cervical (no corpo fluídico). Porém, as condições predisponentes são realmente dadas pela própria pessoa, que é ignorante ou ignora voluntariamente a Lei de Causa e Efeito, e usa seu arbítrio erroneamente, ou nem ao menos exercita durante a vida seu direito de escolhas. Geralmente não é quem erra muito quem mais fica sob o jugo dos magos negros, mas quem se deixa levar, quem não se esforça para evoluir, e não compreende que suas dificuldades, na verdade são lições que ainda precisam ser aprendidas, exercitadas, restauradas. Preferem o lugar de vítimas, ou seguem o “deixa a vida me levar” ao pé da letra, ou pior, fazem escambo com a escuridão em troca de benefícios próprios.

Gostaria de enfatizar algumas palavras já conhecidas, mas que cabem muito bem neste contexto:

“Por que, no mundo, tão amiúde, a influência dos maus sobrepuja a dos bons?
(questão 932 do Livro dos Espíritos)

Responde o Espírito da Verdade: “Por fraqueza destes. Os maus são intrigantes e audaciosos, os bons são tímidos. Quando estes o quiserem, preponderarão.”

E termino com uma frase de Pai João de Aruanda no prefácio de “Sabedoria de Preto Velho”, psicografado por Robson Pinheiro : “União sem fusão… distinção sem separação.” Assim seremos Livres, seremos Fortes, seremos Unidos em todas as religiões, sem cair na mistificação e no Poder da Escuridão.


Alex de Oxóssi

Rio Bonito – RJ

FONTES CONSULTADAS:
Kardec, Allan.- O Livro do Espíritos -
Oliveira, Wanderley- Os Dragões – pelo espírito Maria Modesto Cravo. Ed. Dufaux
Pinheiro, Robson- Aruanda- espírito Ângelo Inácio- pag.36 Editora Casa dos Espíritos
Pinheiro, Robson- Legião - Um olhar sobre o reino das sombras. espírito Ângelo Inácio- pag.277 e 331- Editora Casa dos Espíritos
Pinheiro, Robson – Sabedoria de Preto Velho- espírito Pai João de Aruanda- Introdução- Editora Casa dos Espíritos

VIBRAÇÕES DE PRETO VELHO


Quando falamos em Preto Velho, nos vem à mente quatro palavras básicas: calma, sabedoria, humildade e caridade.

Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potencias européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objetos de venda de trabalho.

Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerra e trazendo como escravos os que eram vencidos.

No Brasil, em principio os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.

Para a África, o trafico negreiro custou caro: em quatro séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 MILHÕES de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.

Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar dez anos.

Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não serem trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.

O que restava ao negro africano escravo no Brasil era sua fé, e era em seus cultos que ela resistia, como um ritual de liberdade, protesto a reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.

Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na Casa Grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referencia para mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e religião.

ATUAÇÃO DOS PRETOS VELHOS

Esses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referencia para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar.

Um Preto Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Pretos Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.

Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de Pretos Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação.(grifo nosso)

Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.

MENSAGENS DE PRETO VELHO

A principal cararacterística de um Preto Velho é a de conselheiro; para alguns, são como psicólogos, amigos e confidentes, para outros, são os que lutam contra o mal com suas mirongas, banhos de ervas, pontos riscados, sempre protegidos pelos Exus de Lei.

A figura de um Preto Velho representa a paciência e a calma que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente, essa é a sua principal mensagem.

Certas pessoa costumam procurar um Preto Velho apenas para resolver problemas materiais, usando os trabalhos na Umbanda para beneficio próprio, esquecendo de ajudar ao próximo. Quanto a isso, esses maravilhosos Espíritos de Luz deixam sempre uma importante lição, a de que essas pessoas, preocupadas apenas consigo próprias, são escravas do próprio egoísmo, mas sempre procuram ajudá-las brincando de “pedir obrigações”. Mas em meio a essas pessoas, sempre haverá os que podem ser aproveitados, que em pouco tempo vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada um de nós.

Pretos Velhos levam a força de Zambi a todos que buscam aprender a encontrar sua fé, sem julgar ou colocar pecado em ninguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando os sofrimentos cármicos e elevando o espírito. Assim fortalecem a todos espiritualmente, aliviando o peso do fardo de cada um, e cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente, de acordo com a forma de encarar os acontecimentos de sua vida: “Cada um colhe o que plantou. Se plantares vento, colherás tempestade. Mas, se entender que lutando poderá transformar seu sofrimento em alegria, verá que deve tomar consciência de seu passado, aprendendo com os erros, galgando o crescimento e a felicidade futura. Nunca seja egoísta, sempre passe aos outros aquilo que aprende. Tudo que receber de graça, deverá dar também de graça. Só na fé, no amor e na caridade, poderá encontrar seu caminho interior, a luz e Deus” (Pai Cipriano)

APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE

O termo “Velho, Vovô e Vovó, são usados para mostrar sua experiência, pois, quando pensamos em alguém mais velho, entendemos que este já viveu muito mais tempo do que nós, com coisas para nos passar e historias para nos contar através de sua longa experiência. No mundo espiritual isso é bastante parecido, e a característica da entidade Preto Velho é sempre o conselho.

Suas vestes são bem simples e não necessitam de muitos apetrechos para trabalhar, apenas da concentração e atenção de seu médium durante a consulta. Costumam usar cachimbo, lenços, toalhas e algumas vezes fumo de corda ou cigarro de palha.

Sua incorporação não necessita de dançar ou pular muito. A vibração começa com um “peso” nas costas, fazendo com que o médium incline o corpo para frente, sempre com os pés bem fixos no chão. Andam apenas para as saudações ao Atabaque, Conga e Babalorixá. Atendem sentados praticando sua caridade. Raras às vezes alguns mantêm-se em pé.

Sua simplicidade se manifesta em sua maneira de ser e de falar, sempre usando um vocabulário simples. A maneira carregada com que falam é para mostrar que são bastante antigos.

A Linha de Preto Velho possui suas características gerais, mas cada médium tem uma coroa diferente, determinando as diferenças entre os Pretos Velhos.

As diferenças ocorrem porque cada Preto Velho trabalha em nome de um Orixá, utilizando a essência de cada força da natureza em sua atividade. Essas diferenças são facilmente percebidas na forma de incorporação.

Retirado da Revista Espiritual de Umbanda (Edição Especial 1 Editora Escala)- Pesquisa e texto: Virgínia Rodrigues

Referencias Bibliográficas:

– Portal Guardiões da Luz
– Luz da Fraternidade
Revista USP nº 28 – As Religiões Negras do Brasil
– As Religiões Negras do Brasil

Grafite sobre papel de Lima Peres

Flor Mediúnica


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Mediunidade é o trabalho do desapego, o trabalho feito com o coração no Todo, um reto-agir…

Mediunidade é darma em ação, resgatando carmas antigos e fazendo novas flores desabrocharem na atmosfera física e espiritual do mundo…

Mediunidade é oportunidade de evoluir acima de tudo, trabalho de assistência e autoconhecimento íntimo e espiritual. Mediunidade é uma porta aberta para o congraçamento entre irmãos, nessa grande jornada espiritual que é a Vida…

Mas Mediunidade não é culto desmedido as entidades espirituais, tampouco a negação das capacidades do ser pessoal (anímico). Em verdade, Mediunidade é um processo de mão-dupla, um processo anímico-mediúnico ou medianímico, onde a consciência encarnada dá as mãos a uma consciência desencarnada e AMBAS, JUNTAS, trabalham, sorriem, amam e aprendem mutuamente. Uma não é melhor que a outra, são simplesmente amigos, se completam.

A supervalorização da comunicação espiritual, do fenômeno e do trabalho mediúnico é uma barreira para o desenvolvimento das capacidades anímicas. Uma não substitui a outra, mas sim, se co-relacionam e completam-se integralmente.

Antes do desenvolvimento das capacidades mediúnicas, que tal o desenvolvimento pessoal, interno, da própria consciência. Essa será a base firme e amorosa que qualquer entidade comunicante poderá utilizar-se para um sadio e criativo contato mediúnico.

Vocês todos são o elo material da corrente. Como anda esse elo?

Não falamos de tolos moralismos, falamos de serenidade ao viver. Falamos de uma consciência com sintonia contínua com a espiritualidade superior, aberta as idéias de luz que brotam do mais alto. Pessoas tocadas pela grande mão de amor do Pai-Mãe de Tudo.

Percebam, observem mais. Um trabalho mediúnico antes de auxiliar o próximo, deve auxiliar vós mesmos. Deve ser capaz de abrir sua consciência, expandir seus horizontes, melhorar seus sentimentos mais nobres e equilibrar suas densas emoções. Um trabalho mediúnico deve ser também um trabalho de auto-conhecimento e auto-realização. Uma ferramenta, muito útil e valorosa, na grande jornada da Vida.

Caso contrário ela não florescerá, não te trará bem-aventurança, não se instalará em seu coração. Caso contrário, com o tempo, o brilho nos olhos diminuirá e não mais a Mediunidade exercerá seu brilho atrativo sobre você. Por fim, quando a hora do desencarne chegar, poucas portas você terá aberto, não aproveitando a oportunidade-semente que Deus te deu. Medite nisso!

Cuidado também com o ego de Médium. O ego de Médium não é, como dizem por aí, a vaidade de si mesmo como pessoa. O ego de Médium não se manifesta como uma auto-valorização de si mesmo, mas sim, da manifestação mediúnica. A sombra do ego é sorrateira, disfarçando-se sobre a pseudo-humildade de quem se diz apenas instrumento, mas no seu íntimo julga-se o grande e insubstituível instrumento. Esse é o ego de Médium. O ego de ser o melhor canalizador de todos, disfarçado em falsa humildade. O ego de julgar seus guias os melhores. Aquele ego que sempre encontramos nos julgadores, naqueles que sempre olham a comunicação mediúnica dos outros com o rabo dos olhos, contrariados, desconfiados, não por discernimento, mas por pura armadilha do ego. Esquecem que uma comunicação mediúnica deve ser sentida com o coração e discernida com os olhos da alma. Cuidar do argueiro nos olhos do outro sem olhar o entrave no seu, já dizia Jesus.

Também não se deve cair na desvalorização tola do próprio eu. Como dito acima, muitas vezes isso é uma armadilha do ego, principalmente no caso da Mediunidade, onde normalmente desvaloriza-se o eu (anímico) para supervalorizar o espiritual (mediúnico), com a falsa desculpa da humildade. Meio termo e equilíbrio na senda.
Anímico e espiritual. Você e seus amigos extrafísicos juntos, de mãos dadas, sorrindo e trabalhando. Construindo firmes atmosferas de luz nesse planeta, tão engolido pelas brumas da ilusão e da treva. Caso vocês acertem, o mérito é de TODOS. Caso vocês errem, o erro também é de TODOS. Assim a Mediunidade pode desenvolver-se de forma mais equilibrada. A responsabilidade é de TODAS as consciências que estão envolvidas no processo. Caso contrário, algo está errado, algum lado está sendo super valorizado.

Por último, pense bem quais são seus objetivos na senda mediúnica. Existem pessoas que buscam “poderes”, outros que buscam resolver todos seus problemas materiais.
Outros ainda querem apenas o título de médiuns, como um alto grau na hierarquia espiritual. Mas a Mediunidade não tem nada disso a te oferecer, a não ser a bem-aventurança interna que se instala no céu estrelado do seu coração, apenas por poder ser útil à existência. Pense nisso!

Trabalho desapegado, transformação interna,

Frutos lindos e belos da Mediunidade.

Tocar as estrelas, irmanados nas ondas da compaixão…

E de mãos dadas, com seus amigos espirituais,

Voar sobre a densa mata de brumas e mistérios da morte.

Ser flecha de luz

A trespassar e a levar o brilho do espírito

Para todos os lugares.

Sê luz, trabalhar com a Luz!

Sê coração, trabalhar com Amor!

Sê Deus, Trabalhar tocado por Deus…

Quando a sintonia acontece, o milagre surge

E a tristeza e a saudade desaparecem.

O Consolador brilha e sorri, bem-humorado,

Enquanto os Orixás dançam festivos;

Krishna toca sua flauta doce,

Fazendo Buda florescer no horizonte!

Fusão de egrégoras e almas;

Fusão de idéias e sentimentos;
Fusão de Energia!

O mundo não vê, mas o firmamento abençoa,

As reuniões onde as almas se fundem

E de Luz enchem a Terra…

Se todos somos UM

E o TODO está em TUDO

Quem fala para quem?

Quem escreve o quê?

O que é mais importante:

O mensageiro ou a mensagem?

Sim, a flor da Mediunidade é isso,

É poesia e canção…

Distante do julgamento tolo dos olhos raivosos

E imaturos pela mera competição.

Distante do ego sombrio, e da falsa humildade

Que tanto envolve na confusa ilusão.

Mas, tão perto do Eu,

Tão perto… Bem aqui, entre Eu e Você…

Lá está Ela, a Flor Mediúnica!

A ponte de luz que nos liga em espírito…

A nau dourada que desliza sobre o oceano da imortalidade…

Levanta a cabeça e contempla a imensidão.

Trabalho sem apego,

Autoconhecimento e transformação.

O gongo do eterno bateu

E finalmente a Flor Mediúnica desabrochou

No nosso coração!

Mensagem recebida por Fernando Sepe inspirado por um espírito amigo, que sabe que pouco importa o mensageiro, mas sim a mensagem.

P.S.: Esse amigo espiritual ainda deixa uma dica as pessoas que estão desenvolvendo a Mediunidade:

“A Mediunidade é como um rio. Ela flui do coração do espírito comunicante até o coração do Médium. No caminho, o leito, formado por seus sentimentos e pensamentos.
Cuide desse leito, para que a água verta mais límpida possível.

Não tenha pressa, aproveite. O começo do desenvolvimento mediúnico é como a infância, moldará o resto de sua vida. Ele deve ser trilhado como um caminho de surpresas e descobertas. De celebração e alegria. Não se apresse você deixará passar despercebidas lindas flores que ornam o caminho. Também não force não se preocupe.
Siga o fluxo do rio. Do coração do guia ao seu coração. Não tem segredo… As palavras básicas são: fluidez, intuição e serenidade…

Lembrem-se: cada um com seu tempo! Assim como o desabrochar daquela rosa é momento único na criação, e nunca mais se repetirá, assim é com a sua Mediunidade. É como uma flor que desabrochará no momento certo. Regue-a, cultive-a. Quando o momento chegar, os Anjos cantarão. Até lá, “curta seu próprio desenvolvimento e melhore como pessoa…”

P.S. (II): Finalizando esses escritos sobre Mediunidade e auto-realização, deixo um belíssimo texto sobre a jornada da vida, escrita por Sri Aurobindo, retirado do clássico: A Sabedoria de Sri Aurobindo – Edt. Shakti.

“Quando tivermos passado além dos conhecimentos, então teremos o Conhecimento;
a Razão foi o auxílio, a Razão é o entrave.

Quando tivermos passado além do querer, então teremos o Poder;
o Esforço foi o auxílio, o Esforço é o entrave.

Quando tivermos passado além dos prazeres, então teremos a felicidade;
o Desejo foi o auxílio, o Desejo é o entrave.

Quando tivermos passado além da indivualização, então seremos pessoas reais;
o Ego foi o auxílio, o Ego é o entrave.

Quando tivermos passado além da humanidade, então seremos o Homem;
o Animal foi o auxílio, o Animal é o entrave.

Então…

Transforma tua razão em intuição ordenada;
que tudo em ti seja luz. Este é teu alvo.

Transforma teu esforço em um conhecimento igual e soberano da força da alma;
que tudo em ti seja força consciente. Este é teu alvo.

Transforma teu prazer em êxtase igual e sem objetivo;
que tudo em ti seja felicidade. Este é teu alvo.

Transforma o indivíduo dividido na personalidade universal;
que tudo em ti seja divino. Este é teu alvo.

Transforma o animal no Pastor de rebanhos;
que tudo em ti seja Krishna (Cristo). Este é teu alvo.”

FERNANDO SEPE

Desperta irmãos!


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O que buscas?

Se buscas o teu conforto material ou um ambiente que te permita dar expansão às tuas vaidades pessoais, teu lugar não é num terreiro.

Não tentes comprar com dinheiro os primeiros lugares num terreiro. Jamais poderás comprar com dinheiro os poderes mediúnicos, nem valores espirituais, e será o mais infeliz dos seres, pois que muitas decepções te aguardam. E sem que percebas, descerás às profundezas do ridículo, e verás que por mais que te esforces, não convencerás aos que pretende doutrinar.

Quando fazemos parte de um terreiro e como médiuns praticamos os rituais, buscamos algo que não sabemos bem o que seja, ansiamos por apoio, por uma resposta que nos tranqüilize a alma.

Na incontida ânsia do saber, sentimos que algo maravilhoso e indescritível nos impulsiona em alguma direção. Sentimos que buscamos alguma coisa maior, melhor e mais durável do que tudo que até agora temos encontrado.

No princípio todas as nossas preocupações desabrocham no ambiente, em forma de lamentos, tristezas e ansiedades. Contamos nossos problemas como se fossem os piores e mais cruéis do mundo.

Os espíritos de sabedoria, de amor e de justiça nos ouvem atenciosamente e por vezes choram conosco a nossa dor e assim, sem que se perceba, começa a nossa aprendizagem. À medida que somos orientados pelos mensageiros do Bem e da Luz, a nossa matéria se molda a nosso Orixá.

Nossas preocupações diminuem, nossa atenção volta-se para nossos semelhantes em nossa alma e mais seguros e positivos, passamos a raciocinar com lógica. Já não nos agrada condenar, ao contrário, buscamos sempre um motivo para todos os males da vida. Preocupamo-nos com nosso semelhante como se eles fossem nossos próprios irmãos.

A luz se fez e já podemos divisar com mais clareza o que buscamos, começamos a sentir que penetramos num mundo diferente, onde a dor não existe e a felicidade é eterna. O MUNDO DA ESPIRITUALIDADE.

Nina de Oxum

(Esta mensagem foi encontrada no E-mule em um arquivo denominado textos e mensagens de Umbanda)

A Visita


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Cassio Riberio

Lá vai o velho caminhado pela estrada. É noite quando chega à cidade. Poucos
notam sua presença. A cidade tem pressa, o trânsito está insuportável. Pessoas
preparam-se para chegar em casa, outras para ir à escola. Muitos cansados e
desiludidos enfrentam horas de fila na vã esperança de obter uma colocação no
mercado de trabalho.

Ele observa as pessoas, tem pena daquele que já não carregam a esperança
dentro de si.

Vagarosamente caminha em direção ao bairro nobre da cidade. Lá chegando aborda
um abastado senhor. Pede-lhe um prato de comida. Como resposta recebe um monte
de impropérios. É escorraçado dali, pois a segurança é acionada. Entristecido,
dirige-se à periferia. Avista uma casinha de alvenaria, é atendido por uma
senhora jovem, em cujo rosto percebe as marcas da tristeza. Pede-lhe comida.

A moça argumenta que todos ali estão passando por dificuldades. O marido está
na cama sofrendo grave enfermidade. Ela está desempregada, assim como os dois
filhos mais velhos, o pequenino já não vai à escola, pois o dinheiro para a
compra de material foi usado com remédios para o esposo.

O velho ouve o relato emocionado. Prepara-se para ir embora, mas ela o
surpreende convidando-o a entrar. Diz: “onde comem cinco, comem seis”.

Sobre a mesa arroz, feijão e ovos fritos. Tudo o que podem fazer. Todos se
sentam à mesa, menos o esposo que permanece no quarto gemendo de dor.

Antes de iniciarem o jantar, ela convida a todos para rezarem, pedindo a Oxalá
que abençoe aquele alimento e as pessoas que moram na casa, e também pede saúde
ao amado esposo. Faz mais do que isso, durante a prece, ela pede a Zambi que
guie os passos do visitante, sinceramente comovida com a sorte de um velho
solitário e errante.

O velho sorri para ela emocionado e agradecido. Ela explica que é Umbandista,
freqüenta um terreiro ali mesmo no bairro. Está na gira há pouco tempo, mas ama
profundamente os Orixás e Guias, pois foi com eles aprendeu a ter paciência e
fé, nunca se desesperar, e a estar sempre pronta para prestar à caridade. E
assim ela foi com prazer e alegria.

É verdade que a família passa por dificuldade, mas, isso não os torna
rancorosos ou revoltados. Assim que eles terminaram o jantar, o velho agradece a
hospitalidade e deseja boa sorte a todos da casa. Lá fora a noite já chegou.

Se dependesse da família, ele dormiria ali, porém a casa é tão pequena que
isso seria quase impossível. Ainda assim, ofereceram para ele o sofá da sala.

Ele agradece e acalma a todos dizendo que realmente deve partir. Antes pede para
ver o marido que está no quarto gemendo de dor.

Ato contínuo adentra no quarto. Nesse momento algo de muito estranho acontece:
uma enorme luminosidade toma conta do dormitório. O doente que até então gemia
grita emocionado. A esposa e os filhos estavam na cozinha correm assustados.

Encontram o homem sentado na cama chorando emocionado. Nem sinal do velho.
Após o choro a revelação.

Quando o velho entrou no quarto suas roupas se transformaram numa roupa de
palha e forte luz saiu dele, envolvendo o doente que imediatamente se curou.

Agora aquela família toda chorava. Lá fora na estrada, Obaluaiê sorria feliz e
seguia sua caminhada.

ATOTÔ!!!!