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A QUESTÃO DA VIGILÂNCIA


Ao reencarnarmos, voltamos ao planeta após termos um itinerário previsto dentro das nossas boas intenções de superarmos nossas faltas e sobretudo, iluminarmos a nossa ignorância.

Porém, quando adentramos no espesso véu da ambiência terrestre, o padrão vibratório se faz denso e muito pesado, de modo que, inicialmente, nossos propósitos saem do alcance de nossa consciência. Apenas nossa alma permanece como bússola para nossos intentos predeterminados.

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ALQUIMIA MENTAL


Cada um é dono de seu corpo, de sua mente e de seu espírito. Cada um sabe o que se passa realmente dentro de si, e desta forma deve aprender a não julgar, classificar, ou ter preconceito contra ninguém ou nada ao redor, e sim, refletir, analisar e escolher o que é melhor para si, o que lhe afiniza mais, e o que acha que lhe é mais próximo e semelhante. Mesmo inconscientemente, cada um buscará a sintonia mais próxima e será atraído por aquilo que mais necessita complementar-lhe. Continue Lendo

COMBATENDO A OBSESSÃO ESPIRITUAL


Cada um de nós sempre terá por perto algum espírito potencialmente obsessor. Simplesmente porque os espíritos estão em toda parte ao nosso redor, quer aceitemos isso ou não. E para se manterem na densa ambiência material do nosso planeta, naturalmente não serão espíritos de pura luz que estarão em permanente contato…Continue Lendo

VIBRAÇÕES DE PRETO VELHO


Quando falamos em Preto Velho, nos vem à mente quatro palavras básicas: calma, sabedoria, humildade e caridade.

Voltando no tempo, durante o período colonial brasileiro, as grandes potencias européias da época subjugaram e escravizaram negros vindos de diversas nações africanas, transformando-os em mercadorias, seres sem alma, apenas objetos de venda de trabalho.

Nesse mercado, os traficantes negreiros costumavam se utilizar de maneiras diversas para conseguir arrebanhar sua “mercadoria”: chegavam surpreendendo a todos na tribo, separavam, é claro, sempre os mais jovens e fortes. Costumavam buscar os negros nas regiões Oeste, Centro-Oeste, Nordeste e Sul da África. Trocavam por outras mercadorias, como espelhos, facas e bebidas, os que eram cativos oriundos de tribos vencidas em guerra e trazendo como escravos os que eram vencidos.

No Brasil, em principio os escravos negros chegaram pelo Nordeste; mais tarde, também pelo Rio de Janeiro. Os primeiros a chegarem foram os Bantos, Cabindos, Sudaneses, Iorubas, Minas e Malés.

Para a África, o trafico negreiro custou caro: em quatro séculos foram escravizados e mortos cerca de 75 MILHÕES de pessoas, basicamente a parte mais selecionada da população.

Esses negros, que foram brutalmente arrancados de sua terra, separados de suas famílias, passando por terríveis privações, trabalharam quase que ininterruptamente nas grandes fazendas de açúcar da colônia. O trabalho era tão árduo, que um negro escravo no Brasil não chegava a durar dez anos.

Em troca de tanto esforço, nada recebiam, a não serem trapos para se vestir e pão para comer, quando não eram terrivelmente açoitados nos troncos pelas tentativas de fuga e insubordinação aos senhores. Muitas vezes, reagiam a tudo suicidando-se, evitando a reprodução, matando feitores, capitães-do-mato e senhores de engenho.

O que restava ao negro africano escravo no Brasil era sua fé, e era em seus cultos que ela resistia, como um ritual de liberdade, protesto a reação contra a opressão do branco. As danças e cânticos eram a única forma que tinham para extravasar e aliviar a dor da escravidão.

Mas, apesar de toda a revolta, havia também os que se adaptavam mais facilmente à nova situação. Esses recebiam tratamento diferenciado e exerciam tarefas como reprodutores, caldeireiros ou carpinteiros. Também trabalhavam na Casa Grande, eram os chamados “escravos domésticos”. Outros, ainda, conquistavam a alforria através de seus senhores ou das leis (Sexagenário, Ventre Livre e Lei Áurea). Com isso, foram pouco a pouco conseguindo envelhecer e constituir seu culto aos Orixás e antepassados, tornando-se referencia para mais jovens, ensinando-lhes os costumes da Mãe África. Assim, através do sincretismo, conseguiram preservar sua cultura e religião.

ATUAÇÃO DOS PRETOS VELHOS

Esses são os Pretos Velhos da Umbanda, que em suas giras nos terreiros representam a força, a resignação, a sabedoria, o amor e a caridade. São um ponto de referencia para aqueles que os procuram, curando, ensinando e educando, aos encarnados e desencarnados necessitados de luz e de um caminho a trilhar.

Um Preto Velho representa a humildade, jamais demonstrando qualquer tipo de sentimento de vingança contra as atrocidades e humilhações sofridas no passado. Pretos Velhos ajudam a todos, independente de cor, sexo ou religião.

Em sua totalidade, não se pode afirmar que as entidades que se apresentam nas giras são os mesmos Pretos Velhos escravos. Muitos passaram por ciclos reencarnatórios e podem ter sido em suas vidas anteriores médicos ou filósofos, ricos ou pobres, e, para cumprir sua missão espiritual e ajudar aos necessitados, escolheram incorporar a forma de Pretos Velhos. Outros, nem negros foram, mas também escolheram essa forma de apresentação.(grifo nosso)

Muitos podem estar perguntando: “Mas então os Pretos Velhos não Pretos Velhos?”. A explicação é simples: todo espírito que já alcançou determinado grau de evolução tem a capacidade de descer sob qualquer forma passada, pois é energia pura, a forma é apenas uma conseqüência da missão que vem cumprir na Terra. Podem também, em locais diferentes, se apresentarem como médicos, Caboclos ou até Exu, depende do trabalho a que vêm realizar. Em alguns casos, se tiverem autorização, eles mesmos nos dizem quem são.

MENSAGENS DE PRETO VELHO

A principal cararacterística de um Preto Velho é a de conselheiro; para alguns, são como psicólogos, amigos e confidentes, para outros, são os que lutam contra o mal com suas mirongas, banhos de ervas, pontos riscados, sempre protegidos pelos Exus de Lei.

A figura de um Preto Velho representa a paciência e a calma que todos sempre devemos ter para evoluir espiritualmente, essa é a sua principal mensagem.

Certas pessoa costumam procurar um Preto Velho apenas para resolver problemas materiais, usando os trabalhos na Umbanda para beneficio próprio, esquecendo de ajudar ao próximo. Quanto a isso, esses maravilhosos Espíritos de Luz deixam sempre uma importante lição, a de que essas pessoas, preocupadas apenas consigo próprias, são escravas do próprio egoísmo, mas sempre procuram ajudá-las brincando de “pedir obrigações”. Mas em meio a essas pessoas, sempre haverá os que podem ser aproveitados, que em pouco tempo vestirão suas roupas brancas, descalçarão seus pés e farão parte dos trabalhos de caridade do terreiro. Essa é a sabedoria do Preto Velho, saber lapidar o que há de bom em cada um de nós.

Pretos Velhos levam a força de Zambi a todos que buscam aprender a encontrar sua fé, sem julgar ou colocar pecado em ninguém, mostrando que somente o amor a Deus, ao próximo e a si mesmo, poderá mudar sua vida e seu processo de ciclos reencarnatórios, aliviando os sofrimentos cármicos e elevando o espírito. Assim fortalecem a todos espiritualmente, aliviando o peso do fardo de cada um, e cada um pode fazer com que seu sofrimento diminua ou aumente, de acordo com a forma de encarar os acontecimentos de sua vida: “Cada um colhe o que plantou. Se plantares vento, colherás tempestade. Mas, se entender que lutando poderá transformar seu sofrimento em alegria, verá que deve tomar consciência de seu passado, aprendendo com os erros, galgando o crescimento e a felicidade futura. Nunca seja egoísta, sempre passe aos outros aquilo que aprende. Tudo que receber de graça, deverá dar também de graça. Só na fé, no amor e na caridade, poderá encontrar seu caminho interior, a luz e Deus” (Pai Cipriano)

APRESENTAÇÃO DA ENTIDADE

O termo “Velho, Vovô e Vovó, são usados para mostrar sua experiência, pois, quando pensamos em alguém mais velho, entendemos que este já viveu muito mais tempo do que nós, com coisas para nos passar e historias para nos contar através de sua longa experiência. No mundo espiritual isso é bastante parecido, e a característica da entidade Preto Velho é sempre o conselho.

Suas vestes são bem simples e não necessitam de muitos apetrechos para trabalhar, apenas da concentração e atenção de seu médium durante a consulta. Costumam usar cachimbo, lenços, toalhas e algumas vezes fumo de corda ou cigarro de palha.

Sua incorporação não necessita de dançar ou pular muito. A vibração começa com um “peso” nas costas, fazendo com que o médium incline o corpo para frente, sempre com os pés bem fixos no chão. Andam apenas para as saudações ao Atabaque, Conga e Babalorixá. Atendem sentados praticando sua caridade. Raras às vezes alguns mantêm-se em pé.

Sua simplicidade se manifesta em sua maneira de ser e de falar, sempre usando um vocabulário simples. A maneira carregada com que falam é para mostrar que são bastante antigos.

A Linha de Preto Velho possui suas características gerais, mas cada médium tem uma coroa diferente, determinando as diferenças entre os Pretos Velhos.

As diferenças ocorrem porque cada Preto Velho trabalha em nome de um Orixá, utilizando a essência de cada força da natureza em sua atividade. Essas diferenças são facilmente percebidas na forma de incorporação.

Retirado da Revista Espiritual de Umbanda (Edição Especial 1 Editora Escala)- Pesquisa e texto: Virgínia Rodrigues

Referencias Bibliográficas:

– Portal Guardiões da Luz
– Luz da Fraternidade
Revista USP nº 28 – As Religiões Negras do Brasil
– As Religiões Negras do Brasil

Grafite sobre papel de Lima Peres

A RAÇA NEGRA E A OPINIÃO DE KARDEC


Afinal, as idéias colocadas em  O Livro dos Espíritos e na Revista Espírita são preconceituosas ou não?


Por Norberto Peixoto


Após o término de uma palestra, que sempre ocorre antes da sessão de caridade, nesta oportunidade o tema central sendo “A universalidade das manifestações espirituais”, me procura uma mulher da assistência, bastante triste, com os olhos marejados e me faz a seguinte pergunta:

– Por que os espíritas proíbem os pretos velhos de se manifestarem? Sinto a presença de uma mentora preta velha e não permitem a manifestação nos trabalhos mediúnicos, o que me deixa com uma tristeza e abafamento no peito. O que eu devo fazer?

Como ela, existem muitas pessoas passando pelo mesmo “abafamento”, sendo cerceadas de manifestarem mediunicamente as formas espirituais em conformidade com suas afinidades e compromissos cármicos evolutivos. Vários médiuns, infelizmente, ainda que de forma velada, pelo temor de que seus companheiros de centro espírita fiquem sabendo que eles frequentam uma choupana de Umbanda, têm clamores, queixas e dúvidas semelhantes ao exposto e que acabam se repetindo. Constatamos, na prática, que o preconceito racial espirítico sobressai-se assustadoramente, só que ninguém fala sobre o assunto. É uma espécie de tabu.

A proibição de manifestação de Espíritos na forma astral de pretos velhos e caboclos – para ficar só nestas duas – é monitorada e desestimulada nos centros espíritas “ortodoxos”, e estes Espíritos são tratados como obsessores ou, no mínimo, como entidades menos esclarecidas, não importando o conteúdo de suas mensagens.

Responder à pergunta “porque os espíritas proíbem a manifestação dos pretos velhos e caboclos” não é tão fácil, se a intenção é nos aprofundarmos e encontrarmos a gênese espírita que possivelmente motiva a cultura refratária, preconceituosa e de exclusão racial de muitos médiuns em relação às formas dos Espíritos mentores que se aproximam deles. Claro que, em se tratando de Espíritos sofredores, nas sessões mediúnicas com a finalidade de atendê-los, é permitido as manifestações. Mas quando o “matreiro” preto(a) velho(a) ou “altivo” caboclo(a) se apresenta como mentor no centro espírita, aí o caldo desanda e dê-lhe doutrinação nos “pretinhos” e na “caboclada” do lado de lá. Isto me faz lembrar da manifestação do Caboclo das Sete Encruzilhadas, através da mediunidade de Zélio de Moraes, e da tentativa de doutrinação desta entidade missionária dentro de um centro espírita carioca afiliado à Federação Espírita Brasileira. Esta entidade, de grande evolução, é uma das principais responsáveis pela consolidação da Umbanda na Terra. Já naquela época, em 1908, o cerceamento dos Espíritos que se apresentavam com suas vestes perispirituais na aparência negra ou indígena era costumeiro nas mesas “Kardecistas”.

Mas afinal, qual a consideração de  Allan Kardec e do Espiritismo em relação aos negros africanos?

Fomos pesquisar e encontramos na Revista Espírita, de abril de 1862, o artigo “A perfectibilidade da raça negra”, exarando a opinião do ilustre estudioso e pedagogo francês. O artigo começa com a seguinte pergunta: A raça negra é perfectível?

Para quem não sabe, a perfectibilidade é um neologismo criado por Rousseau para exprimir a capacidade que o homem possui de aperfeiçoar-se. Logo, Kardec, ao perguntar se a raça negra é passível de aperfeiçoamento, demonstra, no mínimo, dúvida.

Jean-Jacques Rousseau foi um filósofo, escritor e teórico político. Uma das figuras marcantes do Iluminismo francês defendeu que todos os homens nascem livres, e a liberdade faz parte da natureza do homem.

Importante registrar que, nos séculos passados, o conhecimento dos europeus sobre a cultura africana era escasso

No artigo em questão, Allan Kardec, inicialmente, faz uma longa introdução para falar dos corpos e dos Espíritos que os animam, inferindo que cada espírito tem o corpo que merece e que umas raças evoluem e outras não, o que ocasionaria que, conforme os espírito evolui, vamos também ocupando corpos em outras raças mais evoluídas, o que nos leva a ir reencarnando em raças diferentes conforme avança a nossa evolução espiritual. Então raças inferiores oportunizariam corpos também inferiores e não comportariam a encarnação de Espíritos mais evoluídos numa determinada etnia.

Perfectibilidade da raça negra

Transcrevemos na integra os últimos parágrafos, conclusivos, do referido artigo, para que os leitores possam beber direto da opinião de Kardec:

“Chegamos agora a perfectibilidade das raças; esta questão, por assim dizer, está resolvida pelo que precede: não temos senão que deduzir-lhe algumas conseqüências. Elas são perfectíveis pelo Espírito que se desenvolve através de suas diferentes migrações, em cada uma das quais adquire, pouco a pouco, as qualidades que lhes faltam; mas, à medida que as suas faculdades se estendem, falta-lhe um instrumento apropriado, como a uma criança que cresce são necessárias roupas maiores; ora, sendo insuficientes os corpos constituídos para seu estado primitivo, lhes é necessário encarnar em melhores condições, e assim por diante, à medida que progride.

As raças são também perfectíveis pelo corpo, mas isso não é senão pelo cruzamento com as raças mais aperfeiçoadas, que lhes trazem novos elementos que as enxertam, por assim dizer, os germes de novos órgãos. Esse cruzamento se faz pelas emigrações, pelas guerras, e pelas conquistas. Sob esse aspecto, há raças, como famílias, que se abastardam se não se misturam com sangues diversos. Então, não se pode dizer que isso seja a raça primitiva pura, porque sem cruzamento essa raça será sempre a mesma, seu estado de inferioridade relacionado à sua natureza; ela degenerará em lugar de progredir, e é o que a conduz ao desaparecimento num tempo dado.

A respeito dos negros escravos, diz-se: “São seres tão brutos, tão pouco inteligentes, que seria trabalho perdido procurar instruí-los; é uma raça inferior, incorrigível e profundamente incapaz”. A teoria que acabamos de dar permite encará-los sob uma outra luz; na questão do aperfeiçoamento das raças, é preciso ter em conta dois elementos constitutivos do homem: o elemento espiritual e o elemento corpóreo. É preciso conhecê-lo, um e o outro, e só o Espiritismo pode nos esclarecer sobre a natureza do elemento espiritual, o mais importante, uma vez que é este que pensa e que sobrevive, ao passo que o elemento corpóreo se destrói. Os negros, pois, como Espíritos, sem duvida, são uma raça inferior, quer dizer, primitiva; são verdadeiras crianças às quais pode-se ensinar muita coisa; mas, por cuidados inteligentes, pode-se sempre modificar certos hábitos, certas tendências, e já é um progresso que levarão numa outra existência, e que lhes permitirá, mais tarde, tomar um envoltório em melhores condições. Trabalhando para o seu adiantamento, trabalha-se menos para o presente do que para o futuro, e, por pouco que se ganhe, é sempre para eles um tanto de aquisições; cada progresso é um passo adiante, que facilita novos progressos.

Sob o mesmo envoltório, quer dizer, com os mesmos instrumentos de manifestação do pensamento, as raças não são perfectíveis senão em limites estreitos, pelas razões que
desenvolvemos. Eis por que a raça negra, enquanto raça negra, corporeamente falando, jamais alcançará o nível das raças caucásicas; mas, enquanto Espíritos, é outra coisa; ela
pode se tornar, e se tornará, o que somos; somente ser-lhe-á preciso tempo e melhores instrumentos. Eis porque as raças selvagens, mesmo em contato com a civilização,
permanecem sempre selvagens; mas, à medida que as raças civilizadas se ampliam, as raças selvagens diminuem, até que desapareçam completamente, como desapareceram as raças dos Caraíbas, dos Guanches, e outras. Os corpos desapareceram, mas em que se tornaram os Espíritos? Mais de um, talvez, esteja entre nós.

Dissemos, e repetimos, o Espiritismo abre horizontes novos a todas as ciências; quando os sábios consentirem em levar em conta o elemento espiritual nos fenômenos da Natureza, ficarão muito surpresos em ver as dificuldades, contra as quais se chocavam a cada passo, se aplainarem como por encanto; mas é provável que, para muitos, será preciso renovar o hábito. Quando retornarem, terão tido o tempo de refletir, e trarão novas idéias. Encontrarão as coisas muito mudadas neste mundo; as idéias espíritas, que repelem hoje, terão germinado por toda parte e serão a base de todas as instituições sociais; eles mesmos serão educados e nutridos nessa crença que abrirá, ao seu gênio, um novo campo para o progresso da ciência. À espera disso, e enquanto estão aqui, que procurem a solução deste problema: Por que a autoridade de seu saber, e suas negações, não detêm, por um único instante, a marcha, dia a dia mais rápida, das idéias novas?

As opiniões de Kardec expostas neste artigo não fazem parte da codificação espírita. Nesta época, ele não poderia saber que muitos imperadores, generais governantes e religiosos, muitos romanos, prussianos e otomanos, bem como o clero sacerdotal católico espanhol, português e italiano – em peso ligados à “santa” inquisição – encarnavam como negros e já estavam no Brasil escravizados bem antes da época dos seus escritos. Seguindo o encarnando numa raça “inferior”, cai por terra a sua teoria da imperfectibilidade da raça negra, pois corpos inferiores não poderiam dar vida a Espíritos superiores, dado que eles vinham de raças e corpos mais evoluídos de encarnações anteriores, antes da encarnação como primitivos negros escravos vindos para o Brasil.

A questão racial e a justiça da reencarnação, na visão de Kardec

Em  O Livro dos Espíritos, encontramos a questão 222, que trata da pluralidade das existências – das reencarnações sucessivas. Kardec colocou seis perguntas pelas quais contrapõe à crença contraria à reencarnação para ter a confirmação nas respostas dos Espíritos. A sexta questão coloca em analise a perfectibilidade das raças de acordo com as idéias de superioridade e estagnação evolutiva Kardequiana. Seguem as seis questões:

– “Admitindo, de acordo com a crença vulgar, que a alma nasce com o corpo, (…) perguntamos:

1º Por que mostra a alma aptidões tão diversas e independentes das idéias que a educação lhe fez adquirir?

2º Donde vem a aptidão extra normal que muitas crianças em tenra idade revelam, para esta ou aquela arte, para esta ou aquela ciência, enquanto outras se conservam inferiores ou medíocres a vida toda?

3º De onde provêm, em uns, as idéias inatas ou intuitivas que noutros não existem?

4º De onde vêm, em certas crianças, o instituto precoce que revelam para o vicio ou para as virtudes, os sentimentos inatos de dignidade ou de baixeza, contrastando com o meio em que elas nasceram?

5º Por que, abstraindo-se da educação, uns homens são mais adiantados do que os outros?

6º Por que há selvagens e homens civilizados? Se tomardes de um menino hotentote recém-nascido e o educardes nos nossos melhores liceus, farei dele algum dia um Laplace ou um Newton?” (Allan KardecO Livro dos Espíritos, FEB.)

Observem a lógica perfeita do raciocínio das questões formuladas por Kardec, fruto de um sentimento de injustiça dos que não têm a reencarnação como crença, conquanto, inevitavelmente, uns acham que são mais ou menos favorecidos que outros pela Providência Divina. E é nesse contexto que ele coloca a pergunta racial, demonstrando que não se admitindo a reencarnação, Deus seria injusto ao nascermos uns negros e outros brancos, ou seja, alguns inferiores e outros superiores. Assim Kardec, a priori, assume na questão formulada em  O Livro dos Espíritos que o negro – hotentote – é inferior ao branco europeu, e traz o conhecimento da reencarnação para que possamos entender essa diferença.

Todavia, justiça seja feita: a questão 222 está entre aquelas que não constituem uma pergunta direta aos Espíritos superiores responsáveis pelas respostas para a codificação, mas considerações do próprio codificador. Ao todo, são 11 páginas da lavra de  Allan Kardec, contendo argumentos sólidos de sua inteligência e perspicaz senso de observação e análise.

Opinião de Kardec e não dos Espíritos

Obviamente, não podemos afirmar que as idéias de inferioridade da raça negra sejam também dos Espíritos superiores – ainda bem! Cremos que, nesta questão, Allan Kardec deixou passar a sua opinião pessoal, a qual, comprovadamente, em nenhum momento foi corroborada pelos Espíritos responsáveis por  O Livro dos Espíritos, o que torna este importantíssimo livro de estudos incólume ao equivoco de Kardec.

Posteriormente, Kardec considera que Deus é justo. O erro é não considerarmos que teremos diversas encarnações, e que estamos comparando pessoas em degraus diferentes da sua “evolução espiritual”. Ou seja, um menino negro do sudoeste da África, da etnia hotentote, jamais será um Newton ou Laplace, mesmo estudando nos liceus europeus em mesma condição de igualdade com os meninos de lá. É claro que isso é um equivoco e não baseia em opinião cientifica abalizada decorrente de estudos metodológicos comparativos e pesquisas amostrais documentadas. Se assim fosse, não teríamos na história, Martin Luther King e Nelson Mandela, e atualmente, um negro chamado Barack Hussein Obama, advogado e político bem-sucedido, o 44º presidente dos Estados Unidos da América, já que seria possível um corpo de negro ser animado por um espírito brilhante e intelectualmente superior como mencionados.

Reforçamos que Allan Kardec tinha, para si, classificado rigidamente as raças em superiores, colocando os europeus como mais evoluídos.

Kardec segue escrevendo sobre os chineses em relação aos europeus:

“O progresso não foi, pois, uniforme em toda a espécie humana; as raças mais inteligentes naturalmente progrediram mais que as outras, sem contar que os Espíritos, recentemente nascidos na vida espiritual, vindo a se encarnar sobre a Terra desde que chegaram em primeiro lugar, tornam mais sensíveis a diferença do progresso. Com efeito, seria impossível atribuir a mesma antiguidade de criação aos selvagens que mal se distinguem dos macacos, que aos chineses, e ainda menos aos europeus civilizados” ( Allan Kardec, A Gênese, Ed. Lake, São Paulo, 1ª edição, comemorativa do 100º aniversário dessa obra, p. 187, o sublinhado e o negrito são nossos).

“Um chinês, por exemplo, que progredisse suficientemente e não encontrasse na sua raça um meio correspondente ao grau que atingiu, encarnará entre um povo mais adiantado”. (Allan Kardec, O que é o Espiritismo, Edição da Federação Espírita Brasileira, Brasília, 32ª edição, sem data, pp. 206-207. A edição original de Qu’est CE que Le Spirisme é de 1859).

Se os chineses são menos evoluídos enquanto raça, imaginemos como não seria a China hoje se eles fossem evoluídos como os europeus?

Creio que o que escrevemos explica a raiz e a gênese da preferência por Espíritos brancos, clérigos, doutores, eruditos, europeizados e judaico-cristãos nas lides mediúnicas espíritas em detrimento dos pretos(as) e caboclos abrasileirados nas mesas e na literatura espírita. Faz parte do inconsciente coletivo que envolve – e não poderia se diferente – o mediunismo.

É claro que não queremos colocar a memória e o espírito de  Allan Kardec em situação delicada perante as outras raças e, particularmente, contra os negros. Todavia, como qualquer homem, ele foi influenciado pelas injunções culturais e sistema de valores de sua época (grifo nosso). Especialmente quanto aos africanos, se mostrou equivocado, como podemos verificar nos seus escritos na revista espírita e nas suas opiniões em  O Livro dos Espíritos, o que de nenhuma maneira desmerece o “pentateuco kardequiano” e sua importância.

Allan Kardec parte de um sentido estético estreito para desembocar numa conclusão racial limitada e errônea do biótipo africano, enquanto supostamente inferior ao branco. Necessariamente, isso não quer dizer que Kardec fosse racista, o que, cremos, seria contrário aos seus princípios éticos e humanistas.

Há que se considerar que o negro XIX não é igual ao negro de hoje, assim como nenhuma outra raça o é, muito menos os chineses, que construíram uma potencia econômica. Com o advento da civilização e da urbanização das cidades, obviamente, todas as raças dos diversos países passaram a conviver em grupos sociais mais aptos para reencarnação de Espíritos de maior porte intelectual e moral, em função das leis de afinidade que regem o processo palingenésico – reencarnações sucessivas.

Influência cultural

Importante registrar que, nos séculos passados o conhecimento dos europeus sobre a cultura africana era escasso. Sociedades africanas de características totêmicas coexistiam nessa época com culturas alhures bem desenvolvidas, como uma forma notável de organização do estado, com rei, ministros, militares e funcionários, além do que, apresentavam um sistema agrário auto-suficiente e estrutura religiosa, teológica e de crença cosmogônica bastante evoluídas, como acontece com os nagôs – yorubás – até os dias atuais.

É incorreto rotular a obra kardequiana de racista – pura e simplesmente – como fazem certos irmãos mais exaltados com a proibição de manifestação dos pretos(as) velhos(as) e também dos caboclos nos centros espíritas. Essa palavra possui uma carga semântica muito forte inadequada para definir suas posições de doutrina. Seria o mesmo que taxá-lo de machista devido a sua posição em relação à mulher ou de direitista e ultrarreacionário, pelas posições contrárias ao socialismo e ao movimento proletário francês.

Por outro lado, não dá para “dourar a pílula” e ser condescendente com o codificador da doutrina espírita. Ele manifestou, explicitamente, no que escreveu – e as letras têm memória pela eternidade – um preconceito em relação ao negro.

Longe de ser racista, podemos afirmar que ele tinha uma idéia preconceituosa para com essa etnia – assim como a grande maioria dos intelectuais europeus da época – mesmo não havendo nenhum indicio de que ele tenha discriminado algum individuo ou grupo de origem negra, seja no movimento espírita ou fora dele.

Assim como  Allan Kardec se equivocou em relação à raça negra e aos chineses, na sua teorização intitulada “A perfectibilidade das raças” e nos seus dizeres em  O Livro dos Espíritos – o que nada tem a ver com os Espíritos superiores responsáveis pela codificação do Espiritismo – assim, também, nos dias de hoje permanecem os equívocos das humanas criaturas e falíveis espíritas, como também o somos. Cabe a cada um de nós procurar o ambiente que nos faça sentir à vontade para manifestarmos os nossos mentores, seja preto(a) velho(a), branco(a) velho(a), caboclo novo, chinês amarelo, cigano ébano, hindu adolescente, criança, freira ou doutor…, seja no centro espírita ortodoxo, espiritualista universalista ou nesta Umbanda de todos nós, de todas as raças, cheiros, sons e cores. Hoje em dia, temos a liberdade de escolha e não somos obrigados a nenhum constrangimento, especialmente no tocante a algo tão importante como é a mediunidade para os nossos Espíritos endividados tão sedentos de evolução. Afinal, alguém conhece um espírito perfeito encarnado como médium?

Fica a nossa mensagem para os espíritas que sentem “abafados” por não poderem manifestar seus mentores conforme suas predileções raciais: mudem de centro para arejarem suas mediunidades, eis que, por ora, os centros não vão mudar. Não joguem fora seus mandatos mediúnicos, tão dolorosamente conseguidos antes de encarnarem. Não deixem os obreiros do lado de lá com “ a pá e a colher de pedreiro na mão” pelo fato de que não aceitam o uniforme que eles usam para a nossa própria segurança e evolução. O nome do local na Terra e a forma e preferência racial dos Espíritos é o que menos importa diante do edifício que urge ser construído: a caridade com amor incondicional.

Retirado das Páginas 44, 46, 47, 48, 49 da Revista Cristã de Espiritismo – Ano IX – Edição 69 – Editora Minuano

Exus e Pomba Gira na Umbanda – Simbolismo e Função –


Pai Juruá.

QUEM É A POMBA GIRA

Quem são as Guardiãs Pombas Gira?

Vamos falar bem reduzidamente o que seriam as Guardiãs Pombas Gira:

Se os Guardiões Exus são marginalizados, mais ainda são as senhoras Guardiãs Pombas Gira.

Há muitas pessoas que as associam com prostitutas, ou simplesmente, mulheres que gostam de se expor aos homens e sedentas por sexo. As distorções e preconceitos são características dos seres humanos quando eles não entendem corretamente algo, querendo trazer ou materializar conceitos abstratos, distorcendo-os. Essas nossas irmãs em Deus nada mais são que espíritos desencarnados, que como os Exus, viveram na Terra e hoje, por afinidade fluídica, militam como mais uma corrente de trabalho portentosa dentro da Umbanda.

Não temos culpa se certos “Médiuns” medíocres dão passividade para quiumbas ou mesmo fingem uma incorporação de uma Guardiã Pomba Gira, para serem aceitos e terem suas opiniões e mesmo trejeitos aceitos pela comunidade religiosa. Com certeza, exteriorizam somente aquilo que suas mentes doentias acham serem certos.

Dentro da hierarquia das Guardiãs Pombas Gira, estão divididas em níveis diversas outras Pombas Gira, da mesma forma que as demais legiões. É claro que em alguns casos podem ocorrer que uma delas em alguma encarnação tivesse passado pela experiência dolorosa de ser uma prostituta, mas, isso não significa que as Guardiãs Pombas Gira tenham sido todas prostitutas e que assim agem. As que foram, hoje estão integradas na Umbanda, a fim de realizarem a grande reforma íntima através da caridade e do Mediunismo redentor.

Não se torna uma Guardiã Pomba Gira pelo simples fato de se ter errado perante as Leis Divinas. Afinal, quem nunca errou na vida? Ser uma Guardiã Pomba Gira exige preparo, conhecimento, magia, discernimento e muito amor. É mais uma corrente de trabalho espiritual na Umbanda, onde espíritos seletos atuam na faixa vibratória que mais se afinizam.

As Guardiãs Pombas Gira não são a representação da sexualidade e nem da sensualidade, mas sim frenam os desvios sexuais dos seres humanos e direcionam essas energias para a construção da espiritualização, evitando a destruição espiritual e material de cada ser.

A sensualidade desenfreada destrói o homem: a volúpia. Este vício moral é alimentado pelos encarnados e desencarnados pela invigilância das Leis de Deus, criando um ciclo ininterrupto, caso as Pombas Gira não atuem neste campo emocional, frenando-o e redirecionando-o.

As Guardiãs Pombas Gira são grandes magas e conhecedoras das fraquezas humanas. São executoras da Lei.

Cabem as Guardiãs Pombas Gira esgotar os vícios ligados ao sexo, equilibrando o ser humano.

Gostaríamos de salientar que as Guardiãs Pombas Gira não são Exus fêmeas como dizem muitas das literaturas encontradas, mas sim, é mais uma das hierarquias de Deus;

Tudo que se refere ao estudo sobre os Guardiões Exus vale também para as Guardiãs Pombas Gira, ou seja, elas se manifestam na Umbanda através de espíritos incorporados as suas hierarquias. Elas são elementos mágicos ativados através de oferendas e elementos religiosos quando ativados num Templo. Também são agentes da Lei de Deus que podem ser ativadas pela Lei Maior. Os Guardiões Exus vitalizam/desvitalizam, as Guardiãs Pombas Gira esgotam o emocional ou despertam o desejo.

As Guardiãs Pombas Gira de Trabalho são tão maravilhosas quanto os Guardiões Exus. Elas realizam curas até mesmo de enfermidades dadas como incuráveis, desmancham trabalhos de magia negra, resolvem problemas, nos dão conselhos preciosos de como bem dirigir nossas vidas, enfim, fazem tudo pelas pessoas bem intencionadas que as procuram para a prática da caridade. È uma pena que ainda existam pessoas que as procuram somente para desmanchar relacionamentos amorosos ou conquistar alguém.

Como nossos irmãos Guias Espirituais, os Guardiões Exus, e as Guardiãs Pombas Gira, quando terminarem o círculo de trabalhos espirituais e permanência nas correntes de trabalho na Umbanda irão para uma faixa de espiritualidade superior, e serão conduzidas pelas Leis do Eterno Amor para o seu verdadeiro destino, a sua perfectibilidade e a verdadeira e eterna felicidade nas moradas do Senhor. Por isso, considerando que as Guardiãs Pombas Gira são criaturas como nós, filhos de Deus, considerando que bem orientadas por Orixás, e Guardiãs Pombas Giras de Lei trabalhem somente para o bem, devemos tratá-las com todo carinho, respeito, procurar compreendê-las e conduzi-las (as não esclarecidas. As que estão iniciando o seu caminho rumo a espiritualidade maior) para o caminho da redenção.

A Legião das Guardiãs Pombas Gira atuam:

• Nas descargas para neutralizar correntes de elementares/elementais vampirizantes, bem conhecidos como súcubus e íncubos, que atuam negativamente, por meio do sexo, fazendo de suas vitimas verdadeiros escravos das distorções sensuais.

• Cortando trabalhos de magia sexual negativa e as ditas “amarrações”, pois ninguém deve se ligar a ninguém a força. Isto é considerado pelos tribunais do astral como desvio de carma e as sanções para aqueles que realizam tais trabalhos são as mais sérias possíveis.

• Cortando trabalhos de magia negra, pois não é permitido pela Lei Divina que as pessoas ou espíritos possam fazer o que bem entenderem, ainda mais ferindo o Livre Arbítrio alheio.

• Neutralizando correntes e trabalhos feitos para desmanchar casamentos.

• Trabalham incansavelmente no combate as hostes infernais, quando estas procuram atingir injustamente quem não merece.

• Trabalham no combate das viciações que escravizam os Médiuns, protegendo-os das investidas do baixo astral, quando se fazem merecedores.

• Fazem à proteção dos Templos onde habita a Espiritualidade Maior, principalmente onde se pautam pelo Evangelho de Nosso Senhor Jesus Cristo.

• Combatem a leviandade, promovendo a firmeza que trás o respeito através do poder da palavra. Tais atributos e a harmonia de seus efeitos combinados, trazem a serenidade mental, onde os Sagrados Orixás atuam, pois quem não sabe o que pensa, não sabe o que diz.

• Trabalham incansavelmente fazendo de um tudo para que seus Médiuns possam galgar graus conscienciais luminosos perante a espiritualidade maior, equilibrando-os, auxiliando-os, mas jamais são coniventes com os desmandos de seus pupilos, corrigindo-os, às vezes, implacavelmente, para que possam enxergar seus erros e retomarem a senda da Luz.

• A Guardiã Pomba Gira, como entidade de trabalho, não são e nunca foram espíritos lascivos, tenebrosos, viciados, atrasados e maldosos, como muitos querem doutrinar.

• A Guardiã Pombas Gira atuam no combate aos quiumbas (na medida do possível ajudando-os a evoluir) e no combate das energias desvairadas e viciantes; nas cobranças e nos reajustamentos emotivos e passionais; nas cobranças da Lei Divina (carma); nas emoções e nas ações dos indivíduos.

• As Guardiãs Pombas Giras conhecem profundamente os mais íntimos segredos dos seres humanos e que apesar dos absurdos em seus nomes, ainda assim, nos auxiliam a evoluir, esperando pacientemente à hora de nossa maturidade.

• A Guardiã Pombas Gira são valorosas Guardiãs da Antiga Sabedoria, da Tradição da Umbanda. Não são vulgares. São guerreiras, heroínas, protetoras e grandes magas.

Lembre-se que nenhuma Guardiã Pomba Gira jamais atua negativamente na vida de qualquer ser, promovendo desuniões, feitiçarias, magias negras, fofocas, maledicências e toda sorte de coisas ruins. Infelizmente a maldade é um imperativo humano. Quando um ser humano, negativamente invoca o poder da Guardiã Pomba Gira, não é a entidade em si que vai atender ao seu pedido maléfico, mas sim, a força Pomba Gira, força magnética ígnea telúrica, que vai ser acionada e utilizada. Seria a mesma coisa que utilizarmos à força elétrica; podemos usá-la para o bem ou para o mal. A força é a mesma, mas não tem vontade própria.

Vamos agora usar de um artigo maravilhoso (de autor desconhecido), adaptando-o, e encontraremos que é a fiel imagem da uma mulher. E isso é ser a Senhora Guardiã Pomba Gira:

SER GUARDIÃ POMBA GIRA….

• Ser Guardiã Pomba Gira é viver mil vezes em apenas uma vida, é lutar por causas perdidas e sempre sair vencedora, é estar antes do ontem e depois do amanhã, é desconhecer a palavra recompensa apesar dos seus atos.

• Ser Guardiã Pomba Gira é caminhar na dúvida cheia de certezas, é correr atrás das nuvens num dia de sol e alcançar o sol num dia de chuva.

• Ser Guardiã Guardiã Pomba Gira é chorar de alegria e muitas vezes sorrir com tristeza, é cancelar sonhos em prol de terceiros, é acreditar quando ninguém mais acredita, é esperar quando ninguém mais espera.

• Ser Guardiã Pomba Gira é identificar um sorriso triste e uma lágrima falsa, é ser enganada e sempre dar mais uma chance, é cair no fundo do poço e emergir sem ajuda.

• Ser Guardiã Pomba Gira é estar em mil lugares de uma só vez, é fazer mil papéis ao mesmo tempo, é ser forte e fingir que é frágil pra ter um carinho.

• Ser Guardiã Pomba Gira é se perder em palavras e depois perceber que se encontrou nelas, é distribuir emoções que nem sempre são captadas.

• Ser Guardiã Pomba Gira é comprar, emprestar, alugar, vender sentimentos, mas jamais dever, é construir castelos na areia, vê-los desmoronados pelas águas e ainda assim amá-las.

• Ser Guardiã Pomba Gira é saber dar o perdão, é tentar recuperar o irrecuperável, é entender o que ninguém mais conseguiu desvendar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é estender a mão a quem ainda não pediu, é doar o que ainda não foi solicitado.

• Ser Guardiã Pomba Gira é não ter vergonha de chorar por amor, é saber a hora certa do fim, é esperar sempre por um recomeço.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ter a arrogância de viver apesar dos dissabores, das desilusões, das traições e das decepções.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ser mãe dos seus filhos e dos filhos dos outros e amá-los igualmente.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ter confiança no amanhã e aceitação pelo ontem, é desbravar caminhos difíceis em instantes inoportunos e fincar a bandeira da conquista.

• Ser Guardiã Pomba Gira é entender as fases da lua por ter suas própria fases. É ser “nova” quando o coração está a espera do amor, ser “crescente” quando o coração está se enchendo de amor, ser “cheia” quando ele já está transbordando de tanto amor e “minguante” quando esse amor vai embora.

• Ser Guardiã Pomba Gira é hospedar dentro de si o sentimento de perdão, é voltar no tempo todos os dias e viver por poucos instantes coisas que nunca ficaram esquecidas.

• Ser Guardiã Pomba Gira é cicatrizar feridas de outros e inúmeras vezes deixar as suas próprias feridas sangrando.

• Ser Guardiã Pomba Gira é ser princesa aos 20, rainha aos 30, imperatriz aos 40 e especial a vida toda.

• Ser Guardiã Pomba Gira é conseguir encontrar uma flor no deserto, água na seca e labaredas no mar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é chorar calada as dores do mundo e em apenas um segundo já estar sorrindo.

• Ser Guardiã Pomba Gira é subir degraus e se os tiver que descer não precisar de ajuda, é tropeçar, cair e voltar a andar.

• Ser Guardiã Pomba Gira é saber ser super-homem quando o sol nasce e virar cinderela quando a noite chega.

• Ser Guardiã Pomba Gira é acima de tudo um estado de espírito, é ter dentro de si um tesouro escondido e ainda assim dividi-lo com o mundo.

REVELAÇÃO DE UMA GUARDIÃ POMBA GIRA
Mensagem psicofônica da Senhora Pomba Gira Sete Encruzilhadas – Médium: Luely Figueiró

Nós andamos agitadas nas encruzilhadas, não estamos gostando do que certos escritores mal informados, que apenas cruzam pelos terreiros e que nem possuem a experiência de incorporação ou de trabalhos dentro da curimba de uma Pomba Gira, se arvoram em falar sobre nossa corrente, sobre nossos trabalhos.

Nos comentam como se fossemos lixo do astral ou menos espíritos apaixonados. Como se bastasse apenas nos oferecer elementos físicos, grosseiros materiais, para fazermos a vontade de todas as criaturas da face da Terra.

Pessoas que escrevem sem possuir o menor gabarito espiritual para comentar os mistérios da hierarquia de um espírito.

Nós estamos realmente agitadas no espaço que ocupamos e muito trabalhamos para formar a corrente deste aparelho, para que ela pudesse verdadeiramente receber a vibração e o ensinamento de todo o trabalho de uma Pomba Gira. Vocês não duvidem e não confundam as coisas que vocês vêem por aí. Aprendam se quiserem a ter o merecimento da proteção e do trabalho de uma Pomba Gira, seus giras.

Pomba Gira é gente já com gabarito de incorporação no exército divino, e quem já se encontra incorporado, como elemento deste exército, para a elaboração de evoluções maiores; não é sofredor nem lixo do espaço e nem desavisado e muito menos apegado a elementos tão físicos e baixos como querem nos apregoar.

Tenham mais humildade para aceitar as coisas do grandioso Senhor, que elabora no dia-a-dia a evolução dos universos siderais e não só o vosso.

Não pensais, pois, que sois o centro do universo, porque não sois não. Em todas as horas, em todos os momentos, o grande Senhor nos envia provas através, até mesmo, de aparelhos Mediiúnicos que nos deixam perplexos, bestializados com os que eles fazem como simples aparelhos e nada mais.

Porque eles são meros veículos de forças maiores; aqui, neste planeta, somos espíritos de certa envergadura, com milênios de aprendizado; nos chamam de Pomba Gira; poderiam ter-nos colocado outros nomes, não importam os nomes que nos tenham colocado.

Nós vos saudamos aqui na Terra, com esta indumentária; respeiteis e saibais compreender nossa natureza espiritual, para que não sejam publicadas aberrações que visem apenas ao comércio medíocre sobre o trabalho sagrado e santificante que traçamos para evolução de todos os paranormais em comunicação conosco.

Isto é de rara importância para todos aqueles que dirigem seus Médiuns, seus filhos.

É de rara importância, queridos, que coloqueis sempre a vossa destra sobre os nossos enviados, filhos de Santo, com uma certa humildade e conhecimento de que todos os irmãos que se comunicam através de sua coroa são espíritos já incorporados num exército divino para elaborar uma tarefa de amor e fraternidade e de respeito por vossas vidas e não de desrespeito, porque este sempre parte de vós e não de nós.

Se existem nos planos do baixo astral desrespeitosos Eguns, é porque daqui partiram assim sem o merecimento de serem incorporados em nossas milícias. São esses pobres vagabundos do astral menor que necessitam mais de orações e caridade.

Vós, como chefes de terreiro e guias menores da Terra, que colocais sobre o peito montões de colares para assim serem reconhecidos, pois sois vós que devereis organizar os trabalhos. Sim, de mãos interpostas conosco, os irmãos do outro lado.

Para estes Eguns e sofredores, estes vagabundos, desairosos e desvairados dos espaços, sejam socorridos e não enlameados com vossos propósitos mesquinhos.

Muitas vezes, tomados por vossas vaidades, não sabeis reconhecer quem pisa dentro de vosso terreiro.

Aquele que é sofredor, aquele que é um mistificador de uma Pomba Gira verdadeira.

Porque a vossa vaidade vos cobre os olhos e vosso peito envergado de tantas “guias” não vos permite ver; cuidado…

Por hoje é só.

Dona Sete.

Pai Juruá.

DESENVOLVER MEDIUNIDADE…


Médium Mãe Luzia Nascimento

Meus filhos!

Oxalá os abençoe!

Observamos que na prática do Terreiro os filhos desejam muito aprender uma técnica eficaz e rápida de como possa melhor desenvolver a mediunidade e por essa razão vamos aqui repassar algumas formas para melhor desenvolve-la:

Desenvolver mediunidade é muito mais que saber entrar em contato com os espíritos ou entidades que formam a banda de cada filho ou permitir que outras sejam esclarecidas por meio da incorporação nas giras e sessões do Terreiro;

Desenvolver mediunidade é desenvolver a si mesmo. É desenvolver sentimento. É trabalhar o rico material espiritual que cada médium possui dentro de si;

Desenvolver mediunidade é silenciar ante a injúria e violência proposital que lhe chega por parte de alguns, porém profundamente educadora desde que observado o ser doente que a lançou contra o outro;

Desenvolver mediunidade é saber colocar esse sexto sentido a favor do bem e do próximo. E para isso todo médium conta com os demais sentidos físicos que por hora estão no corpo humano;

Desenvolver mediunidade é ficar feliz com a vitória íntima do irmão da corrente que está tendo mais confiança e segurança no seu trabalho como aparelhinho de Umbanda;

Desenvolver mediunidade não é sair propagando suas aptidões mediúnicas aos quatros ventos sem saber o verdadeiro valor delas nas descobertas de si próprio;

Desenvolver mediunidade é esforço continuado que não se revela em um só dia ou gira. Muitas vezes leva anos;

Desenvolver mediunidade é saber enxergar muito além do véu de Ísis; mas, é saber enxergasse;

Desenvolver mediunidade não é entender seus mecanismos única e exclusivamente de forma teórica; mas, é sentir as nuances que cada fenômeno propicia em vossas existências;

Desenvolver mediunidade é saber captar as vibrações das energias Orixás, guardando-as como cota extra para repassar no dia-a-dia aos carentes de amor e pão, aos desprovidos de esclarecimento;

Desenvolver mediunidade é exercício de doação e não de restrição;

Desenvolver mediunidade é crescer com a Casa que lhe acolhe, pois, ela é uma extensão de você mesmo;

Desenvolver mediunidade não é decorar o passo-a-passo de uma gira do início ao fim. Mas, é sentir e viver a gira levando consigo o bem-estar da mesma;

Desenvolver mediunidade não é só vestir o branco e estar no Terreiro na hora da sessão. Mas, é guardar o branco da Umbanda tendo o Terreiro em seu coração;

Desenvolver mediunidade é muito mais que querer conhecer seus Guias e Orixás. É permitir que eles lhes trabalhem a Alma;

Desenvolver mediunidade é saber ler a vida na grafia indelével do Criador;

Desenvolver mediunidade é saber colorir os dias com a tinta do amor e a pena da humildade.

Glória a Deus nas alturas,

Paz na Terra aos homens de boa vontade!


Paraguassú, um Caboclo em Terras Brasileiras
Em, 11/07/2008
Médium Mãe Luzia Nascimento

Auto – obsessão no médium


O pensamento é energia que constrói imagens que se consolidam em torno de nós. Impressas no perispírito elas formam um campo de representações de nossas idéias. À custa dos elementos absorvidos do fluido cósmico universal, as idéias tomam formas, sustentadas pela intensidade com que pensamos nelas. A matéria mental constrói em torno de nós, encarnados ou desencarnados, uma atmosfera psíquica ( psicosfera ), onde estão representados nossos desejos. Neste cenário, estarão todos os personagens que nos aprisionam o pensamento pelo amor ou pelo ódio, pela indiferença ou pela proteção etc. Medos, angústias, mágoas não resolvidas, idéias fixas, desejo de vingança, opiniões cristalizadas, objetos de sedução, tudo se estrutura em ” idéias – formas ” na psicosfera que alimentamos. A matéria mental produz a ” imagem ” ilusória que nos escraviza . Por capricho nosso, somos, assim, ” obsedados ” pelos nossos próprios desejos.

A auto – obsessão por mediunismo

São os quadros de manifestações sintomáticas apresentadas por aqueles que, incipientemente inauguram suas manifestações mediúnicas. Com muita freqüência, a mediunidade se manifesta de forma tranqüila e é tida como tão natural que o médium, quase sempre ainda muito jovem, mal se dá conta do que vê, percebe e escuta de diferente.

Outras vezes, os fenômenos são apresentados de forma abundante e o principiante é tomado de medos e inseguranças, principalmente por não saber do que se trata. Em outras ocasiões, a mediunidade é atormentada por espírito médium se vê às voltas com uma série de quadros da psicopatologia humana, ocorrendo crises do tipo pânico, histeria ou outras manifestações que se expressam em dores, paralisias, insônia rebelde, sonolência incontrolável e auto – obsessão. Uma grande maioria tem pequenos sintomas psicossomáticos e se sente influenciada ou acompanhada por entidades espirituais. São médiuns com aptidões ainda muito acanhadas, em fase de aprendizado, uma tenra semente que ainda precisa ser cultivada para se desabrochar.

Causa anímica ou auto – obsessão

As obsessões anímicas são causadas por um influencia mórbida residente na mente do próprio médium. Por vícios de comportamento, ele cultiva de forma doentia pensamentos que causam desequilíbrio em sua área emocional.
Muitas tendências auto – obsessivas são provenientes de experiências infelizes ligadas às vidas passadas. Angústia, depressão, mania de perseguição ou carências inexplicadas podem fazer parte de processos auto-obsessivos. O auto – obsediado costuma fechar – se em seus pensamentos negativos e não encontra forças para sair dessa situação constrangedora. Esse posicionamento mental atrai espíritoespiritual.

A fluidoterapia ( passes, magnetização e água fluidificada ) pode ser utilizada como auxiliar no tratamento das auto – obsessões. A melhor terapia, no entanto, é a reeducação através da conscientização dos seus males e conseqüente mudança de postura.

Fonte: Revista Espiritual de Umbanda