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SOBRE OS CANGACEIROS DE ARUANDA


Na linha dos boiadeiros, trabalham espíritos que serviam ao cangaço, principalmente do grupo de Virgulino Lampião. Eram homens valorosos, muitos cometeram atrocidades, mas n a espiritualidade resgataram suas dívidas e hoje estão protegendo e usando seu conhecimento no auxílio dos problemas nossos de cada dia. Continue Lendo

16 DE AGOSTO – SUPLICA A OBALUAIÊ


Meu Pai Obaluaiê, com suas flores sagradas, limpa meu corpo e tira a minha dor e a dor dos homens. Sua palha divina traz o seu axé, meu Pai ! Atotô, que é o Senhor da terra do ciclo da vida e das mudanças !
Salve , meu Pai, que me faz refletir que daqui nada levamos, então temos de nos redimir enquanto tempos tempo…Continue Lendo

SENHOR OMULU


omSenhor Omulu, que rege as passagens dos mundos. Tende piedade de nós e nos proteja de todas as intempéries, de todas as doenças físicas, assim como as da alma.

Que sejamos instrumentos de transmutação através de sua Força, e que consigamos reverter os efeitos de nossas ações destemperadas e doentias, que prossigamos sempre, cumprindo nossos caminhos com condutas retas e pensamentos direcionados à nossa evolução.

Nos ilumine com sua Sabedoria, e que seus ancestrais fundamentos permeiem nossos atos, de modo a estarmos sintonizados na busca do esclarecimento de nossas vidas.

Meu Pai, que ativemos o nosso melhor lado, pois já conhecemos o dissabor de vivermos nas sombras. Queremos aprender também a percorrer todos os caminhos, intemeratos, adquirindo a consciência do certo, do errado, e sobretudo, conhecedores da Lei do Retorno.

Desta forma, por mais que a vida e os viventes nos açoitem com discórdias, injúrias, inveja, por mais que estejamos em tempestades mentais e dificuldades materiais, tenhamos o discernimento constante, mesmo vagando em destroços, daquilo que acreditamos, não permitindo que nasça em nossos corações as plantas daninhas da desconfiança, da desesperança ou falta de Fé.

Que em seu reino possamos participar como convidados, e não como encarcerados por atos errôneos, e desta forma, tenhamos sempre em mente que é necessário autoavaliações constantes para percebermos e nos conscientizarmos de cada pensamento, cada passo, já que nos propomos a segui-lo, e somos conhecedores de sua rigidez e austeridade.
Não tememos sua fúria, meu Pai, e sim nossas próprias dementações temporárias que às vezes nos acometem, e que nos levam a cair e a nos debater nos vales das sombras, e nas noites escuras da alma. Tememos os nossos próprios erros, e por isso estamos aqui, nos prostrando perante esta vibração que nos chega de sua presença, rogando humildemente que nos escude com a compreensão do Amor indissolvível, da entrega sem cobranças, do agir sem outras intenções senão aquelas de conviver neste mundo opressivo tendo os passos firmes, os ombros eretos e a consciência clara.

Afaste de nós, por misericórdia, as vibrações malévolas que teimam em nos perder, atenue as energias deletérias que permeiam a ambiência ao nosso redor, e que aprendamos a magia de transformar tudo ao nosso redor, como aconteceu convosco, ao curar-se suas chagas, e foi pela força daquilo que é o único caminho válido que é o Amor.

Omulu, Obaluiaiê, Xapanã, São Lázaro, todos fazem parte desta vibração que vem da terra, dispersando as energias e fluidos pesados, nos ajudando ao descarregar nosso peso, nossas dores e aflições.

Siga conosco, e abençoada seja sua presença junto a nós!

Atotô, meu Pai, receba a nossa devoção, e cubra com sua palha nossas feridas da alma, para nos transformarmos em agentes de labor salutar, e de contínua construção, em qualquer tempo, qualquer lugar.

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

SILENCIO!!!!!!!!!!


ob
Este é o significado de “ Atotô Obaluaiê”. E assim, fazemos silencio em nossos corações para pedir ao Pai Obaluaiê que nos preserve das dores físicas, mentais, morais e espirituais.

Com seu cetro de palha do dendezeiro, varra para bem longe as doenças físicas , as impurezas e os males sobrenaturais.

Nos ajude em nosso renascimento, na transformação de nossas mentes, na transmutação de nossas energias e na regeneração de nossos espíritos.

Obaluaiê, que rege a linha dos Pretos-Velhos, que possamos ser dignos de receber suas lições de Sabedoria e Paciência, de Tolerância e Renúncia, de Bondade e Generosidade.

Grande Orixá Obaluaiê, lhe pedimos humildemente que nos sustente em nosso caminhar evolutivo, e ao subirmos degrau a degrau , possamos adquirir com sua ajuda, o despertamento para entendermos o valor do desapego, obtermos mais perseverança, e desenvolvermos a humildade verdadeira.

Senhor das Passagens, nos ajude em todos os momentos, nos acompanhe pela nossa jornada terrena para que possamos ser dignos de honrar a Luz Divina em nosso momento supremo. Que possamos fazer de cada dia um altar de reverência à Energia Criadora Universal, à Zambi Maior, compreendendo a importância de nossos passos, nossas realizações, nossos pensamentos, nossas intenções.

Que possamos ser tão cristalinos que não tenhamos vergonha nem medo de procurá-lo, pedindo com a alma pura para nos acompanhar em nossas transformações espirituais assim como em nossa caminhada terrena diária.

Diante de ti e do seu poder, reconhecemos nossa fragilidade, refletimos na nossa finitude, e aprendemos a valorizar a vida, aqueles que andam conosco, o nosso aparelho físico, a nossa saúde e força de trabalho. Aprendemos a não lamuriar, nem desistir de nossas metas nem de tudo aquilo que faça nossas vidas valerem a pena, dentro da retidão e firmeza. Contigo ao nosso lado, seremos perseverantes, sérios, atuantes, fortalecidos pelos elementos terra e água, nos construindo e reconstruindo sempre.

Grande Orixá Curador e Transformador! Cura nossas feridas cármicas, dando-nos Força e Proteção para superarmos nossas mazelas, e nos transformarmos em seres humanos melhores. Não nos deixe cair, não nos permita estagnar em lodaçais de energia maléfica. Nos ajude a superar nossas imperfeições e moldar um novo Ser dentro de nós, melhores, e ainda nesta existência.

Que se faça o grande Silencio do que se cria e transforma. Atotô, Pai Obaluaiê!

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

ATOTÔ, SENHOR OMULU!!!!!! SALVE SENHOR OBALUAIÊ!!!!!!!!!!



Salve Senhor dos Portais, que rege a cura, o caminho das transformações, da evolução, da transmutação!

Aproveitamos este momento para render nossa homenagem à Poderosa Força que emana deste Orixá, norteando as passagens, trazendo saúde a quem precisa, levantando quem se encontre adoentado de mente, corpo e espírito.

Elemento terra, presente na Calunga Pequena, mas também na Calunga Grande, Senhor das Almas, pleno de Sabedoria, vai nos orientando nos diversos passos de nossa caminhada, nos auxiliando nos trajetos difíceis das mudanças que cada um deve enfrentar.

Os Caboclos desta linha estão sob a regência de Obaluaê, e são espíritos dos antigos “pajés” das tribos indígenas. Raramente trabalham incorporados, e quando o fazem, escolhem médiuns que tenham Obaluaiê como primeiro Orixá. Sua incorporação parece um Preto Velho, em algumas casas locomovem-se apoiados em cajados. Movimentam-se pouco. Fazem trabalhos de magia, para vários fins. Alguns caboclos são: Araúna, Acuré, Aimbiré, Bugre, Yucatan, Jupurí, Uiratan, Alho d’Água, Pena Preta, Pena Roxa, Laçador, Caboclo Roxo, Grajaúna, Bacuí, Piraí, Surí, Serra Negra, Tira Teima, Folha Seca, Sete Águias, Tibiriçá, Viramundo, Treme-Terra. Todos chefiados pelo Cacique Arranca Toco.

Os Pretos-Velhos de Obaluaiê são simples em sua forma de incorporar e falar. Exigem muito de seus médiuns, tanto na postura quanto na moral. Defendem quem é certo ou quem está certo, independente de quem seja, mesmo que para isso ganhem a antipatia dos outros. Agarram-se a seus “filhos” com total dedicação e carinho, não deixando no entanto de cobrar e corrigir também. Pois entendem que a correção é uma forma de amar. Devido a elevação e a antiguidade do Orixá para o qual eles trabalham, acabam transformando suas consultas em conselhos totalmente diferenciados dos demais Pretos-Velhos. Ou seja, se adaptam a qualquer assunto e falam deles exatamente com a precisão do momento. Como trabalha para Obaluaiê, e este é o “dono das almas”, esses Pretos-Velhos são geralmente chefes de linha e assim explica-se a facilidade para trabalhar para vários assuntos. Sua “visão” é de longo alcance para diversos assuntos, tornando-os capazes de traçar projetos distantes e longos para seus consulentes. Tanto pessoal como profissional e até espiritual. Assim exigem também fiel cumprimento de suas normas, para que seus projetos não saiam errado, para tanto, os filhos que os seguem, devem fazer passo a passo tudo que lhes for pedido, apenas confiando nesses Pretos-Velhos. Gostam de contar histórias para enriquecer de conhecimento o médium e as pessoas a volta. Normalmente não usam nomes compostos, são chefiados pelo Pai Benedito.

Os Exus são de Omulu e são muito bonitos de se ver emterra são, na maioria pesados curvados e representam a sabedoria da experiência, trabalham no campo do pó ou como alguns chamam a Calunguinha (Cemitério), alguns nomes conhecido são: João Caveira, Exu do Lodo, Tranca Rua do Cruzeiro das Almas, Sete-Campas, Sete-Covas, Sete Cruzes, Capa Roxa, Tira Toco, todos chefiados pelo Exu Tatá Caveira.

Os filhos de Omulú são pessoas que não conseguem viver satisfeitas mesmo quando tudo vai bem para elas. Podem até atingir uma boa situação material e um belo dia, rejeitar tudo, por causa de certos escrúpulos imaginários. São pessoas que, em certos casos, se sentem capazes de consagrar o bem-estar aos outros, fazendo completa abstração dos seus próprios interesses vitais. Os filhos de Omulú, cultivam a sua individualidade, são austeros e causam medo aos outros. São irónicos, secos e por vezes discretos.

Na forma de Omulu-Xapanã ou Omulu Velho, é o “Anjo da Morte”, “Senhor da Escuridão”, “Guardião dos Espíritos Caídos” que rege o desencarne e os domínios negativos do astral. Pode-se considerar que uma de suas manifestações mais características, ocorre no momento da morte, em que sua força se condensa em torno do fio de prata que une o espírito ao corpo e o dissolve de forma brusca ou lenta, conforme os desígnios superiores da vida. Depois da morte, a força de Omulu-Xapanã conduz as almas endurecidas no mal e aqueles que feriram as leis que sustentam o equilíbrio no universo aos domínios de Nanã Buruquê, sua Mãe,, onde essas almas estagiam, amadurecem, até que lhe sejam oferecidas oportunidades de reparação. Outra função de Omulu-Xapanã é paralisar as ações que atentam contra as leis de equilíbrio Tais características fazem com que muitos umbandistas o considerem uma força “perigosa” de se lidar.

Omulu-Obaluaê, O Omulu Jovem, é “O Grande Médico das Almas” cuja vibração estabelece o cordão energético que une o espírito ao corpo e reduz o corpo plasmático do espírito até que fique do tamanho do corpo alojado no útero materno, assumindo todas as características e feições do seu novo corpo carnal que está se formando. Depois do nascimento sua força acompanha os seres refreando seus impulsos, alterando seu psiquismo, em favor da sua evolução. A vibração Omulu-Obaluaê é mais conhecida entre os irmãos de fé pelo dilatado poder de cura. De fato, sua vibração, muito afinada ao plano físico pode trazer benefícios significativos à saúde, especialmente aos portadores de doenças cármicas, tal como, o câncer e aquelas outras, de difícil diagnóstico. Daí serem comuns os doentes e seus familiares renderem oferendas, trabalhos e preces a esse Orixá, uma delas, muito antiga, é bastante popular entre os umbandistas.

Trabalhar na linha vibratória de Omulu exige conhecimento, cuidado e experiência. De modo geral, sua evocação deve ser feita no terreiro pelos guias espirituais, e fora dele, nunca levianamente, pois o risco de atrair quiumbas e eguns é grande. Daí muitos conceberem Omulu como um “Rei” entre os Exus e, de fato, sua vibração se corresponde, pois Omulu tem caminhos com a Quimbanda, especialmente, com a Linha do Cemitério, chefiada pelo Exu Omulu/Omolu, o “Seu Lúcifer”, que comanda os Caveiras, mas tal concepção denota uma visão parcial e distorcida das qualidades desse grande Orixá e leva muitos feiticeiros, infelizmente utilizando o nome da nossa querida Umbanda, a se servirem de sua vibração para provocar doenças físicas e emocionais em suas vítimas. Entretanto, os verdadeiros umbandistas sabem como os Orixás cósmicos são intolerantes e respondem àqueles que evocam suas forças para ferir seus semelhantes.

Como Orixá, emana sua Força aos seus falangeiros, que trabalham num campo vibratório denso, para orienta e encaminhar os que estão ingressando em plano diferente. Como nada se perde na Natureza, estes utilizam os fluídos desprendidos do corpo sem vida para desfazer serviços maléficos e ajudar os que continuam no envoltório físico, e impedem o mau uso destes por seres afastados do Bem, e que desconhecem a Lei de Causa e Efeito.

Comemoramos em 16 de agosto o Orixá Omulu/Obaluaiê, devido ao seu sincretismo com São Roque.

Dia da semana: segunda-feira

Cores: amarelo, preto, vermelho, branco

Oferendas: feijão-preto, carne de porco, pipocas, etc

Fios de conta e guias: preta e branca leitosa, amarela e preta

Frutas: abacaxi

Folhas e ervas: mamona, alfavaca, babosa, barba de velho,

Bebidas: água mineral e vinho tinto doce

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

Fontes consultadas:
Umbanda o Reino da Paz
C.E.U. Caboclo 7 Estrelas
Tupã Oca do Caboclo Tabajara

DESLIGAMENTO DO CORDÂO DE PRATA – MORTE DO CORPO FÍSICO


Comentamos anteriormente sobre o cordão de prata, o cordão de ouro, as ligações entre o corpo material e o perispírito ou psicossoma, e do perispírito com o próprio espírito, também chamado corpo mental.

Trataremos agora do desligamento do corpo físico, isto é, o processo da morte. E há um trecho no livro “Obreiros da Vida Eterna” do espírito André Luiz e psicografado por Francisco C. Xavier, que esclarece magistralmente:

Obreiros da Vida Eterna, Capítulo XIII:

“…Ordenou Jerônimo que me conservasse vigilante, de mãos coladas à fronte do enfermo, passando, logo após, ao serviço complexo e silencioso de magnetização. Em primeiro lugar, insensibilizou inteiramente o vago, para facilitar o desligamento nas vísceras. A seguir, utilizando passes longitudinais, isolou todo o sistema nervoso simpático, neutralizando, mais tarde, as fibras inibidoras no cérebro

….

E porque eu indagasse, tímido, por onde iríamos começar, explicou-me o orientador:

– Segundo você sabe, há três regiões orgânicas fundamentais que demandam extremo cuidado nos serviços de liberação da alma:

o centro vegetativo, ligado ao ventre, como sede das manifestações fisiológicas; o centro emocional, zona dos sentimentos e desejos, sediado no tórax, e o centro mental, mais importante por excelência, situado no cérebro.

Aconselhando-me cautela na ministração de energias magnéticas à mente do moribundo, começou a operar sobre o plexo solar, desatando laços que localizavam forças físicas. Com espanto, notei que certa porção de substância leitosa extravasava do umbigo, pairando em torno. Esticaram-se os membros inferiores, com sintomas de esfriamento

….

Jerônimo, com passes concentrados sobre o tórax, relaxou os elos que mantinham a coesão celular no centro emotivo, operando sobre determinado ponto do coração, que passou a funcionar como bomba mecânica, desreguladamente. Nova cota de substância desprendia-se do corpo, do epigástrio à garganta, mas reparei que todos os músculos trabalhavam fortemente contra a partida da alma, opondo-se à libertação das forças motrizes, em esforço desesperado, ocasionando angustiosa aflição ao paciente. O campo físico oferecia-nos resistência, insistindo pela retenção do senhor espiritual.

O Assistente estabeleceu reduzido tempo de descanso, mas volveu a intervir no cérebro. Era a última etapa. Concentrando todo o seu potencial de energia na fossa romboidal (no cérebro), Jerônimo quebrou alguma coisa que não pude perceber com minúcias e brilhante chama violeta-dourada desligou-se da região craniana, absorvendo, instantaneamente, a vasta porção de substância leitosa já exteriorizada. Quis fitar a brilhante luz, mas confesso que era difícil fixá-la, com rigor. Em breves instantes, porém, notei que as forças em exame eram dotadas de movimento plasticizante. A chama mencionada transformou-se em maravilhosa cabeça, em tudo idêntica à do nosso amigo em desencarnação, constituindo-se, após ela, todo o corpo perispiritual de Dimas, membro a membro, traço a traço. E, à medida que o novo organismo ressurgia ao nosso olhar, a luz violeta-dourada, fulgurante no cérebro, empalidecia gradualmente, até desaparecer de todo, como se representasse o conjunto dos princípios superiores da personalidade, momentaneamente recolhidos a um único ponto, espraiando-se, em seguida, através de todos os escaninhos do organismo perispirítico, assegurando, desse modo, a coesão dos diferentes átomos, das novas dimensões vibratórias.

"A fossa romboidal ou rombóide fica a nível do 4º ventrículo, corresponde mais ou menos a inserção da cabeça ao pescoço, a “ para-nuca”

Dimas-desencarnado elevou-se alguns palmos acima de Dimas-cadáver, apenas ligado ao corpo através de leve cordão prateado, semelhante a sutil elástico, entre o cérebro de matéria densa, abandonado, e o cérebro de matéria rarefeita do organismo liberto.

Para os nossos amigos encarnados, Dimas morrera, inteiramente. Para nós outros, porém, a operação era ainda incompleta. O Assistente deliberou que o cordão fluídico deveria permanecer até ao dia imediato, considerando as necessidades do “morto”, ainda imperfeitamente preparado para desenlace mais rápido.”

Raríssimos espíritos encarnados tem a capacidade de auto-desligamento, ou seja, de desligar os laços que o prendem ao corpo físico. No Brasil, cita-se o caso do grande médium Eurípedes Barsanulfo. Aliás, este grande educador, médium das primeiras horas do Espiritismo brasileiro, que alem de farmacêutico, mantinha em Minas Gerais uma escola nos moldes daquela que educara Allan Kardec, cujo professor foi nada menos que Pestallozzi. Seu desencarne ocorreu com apenas trinta e oito anos, vitima da gripe espanhola, após ter exaustivamente ajudado a todos também acometidos. Diz-se que ele não precisou de ajudar para libertar seus laços perispirituais, e logo estaria participando de comunicações Estranhamente, em sincronia ao ano 1918, também desencarnaram: a médium Italiana Eusápia Palladino, primeira médium de efeitos físicos a ser submetida a experiências por cientistas, Alexandre Aksakof, César Lombroso, Charles Richet, Enrico Morselli dentre outros exponentes da época, como se tivessem sido chamados a um só tempo, em missão para o astral.

A grande maioria precisa de ajuda e amparo, pois o processo de desligamento é difícil para nós, que ainda estamos ligados “vibratoriamente” ao planeta.

Por esse motivo existe na espiritualidade equipes especializadas no desligamento. Elas realizam suas tarefas de acordo com o merecimento dos espíritos que estão desencarnando. Se considerarmos sob a ótica da Umbanda, vamos observar o admirável trabalho dos Exus e Pombogiras na tarefa de proteção, notadamente as falanges ligadas ao Sr. Exu Caveira, e as Linhas do Cemitério, as das Almas, que rendem respeito ao Orixá Omulu/Obaluaiê.

Quando o espírito é merecedor de auxílio durante seu desencarne, aqueles espíritos que tem a tarefa de auxílio nesta área realizam as seguintes tarefas:

• Preparação – O ambiente doméstico, os familiares e o próprio espírito que desencarnará em breve recebem visitas quase que diárias para auxílio magnético e preparação. Alguns recebem uma aparente melhora para consumação das sua últimas tarefas e para o último contato com os que lhe são queridos.

• Proteção – Existem vampiros, obsessores e equipes das trevas especializadas em “vampirizar” os recém-desencarnados. A equipe espiritual tem como tarefa proteger o corpo físico e etérico (até o desligamento total) e o espírito contra as investidas das trevas.

• Desligamento – já descrito acima.

• Encaminhamento – Os espíritos recém-desencarnados são auxiliados para o encaminhamento ao local onde serão amparados, seja um Posto de Socorro, uma Colônia Espiritual ou, infelizmente, deixados por sua conta,mas isso só acontece com os que não podem ser auxiliados, devido a grandes débitos ou apego em que se encontra. Como durante a vida encarnada, atrairá com seus pensamentos aquela realidade com a qual se afiniza.

No livro “Voltei” já em espírito, Bezerra de Menezes, em psicografia de Francisco C. Xavier, esclarece que na maioria dos casos, não seria possível libertar os desencarnados tão apressadamente, e que a rápida solução do problema liberatório dependeria, em grande parte, da vida mental e das idéias a que se liga o homem na experiência terrestre.

Até o rompimento do cordão de prata o espírito encontra-se como um balão cativo (palavras de Bezerra de Menezes), e fica mais suscetível à influência do ambiente onde se encontra, também menos consciente e fraco. Após o rompimento, ocorre um gradual aumento da consciência e fortalecimento.

Quanto à necessidade de existir guardiões na calunga pequena protegendo os recém desencarnados, é fato freqüente, descrito nos livros de Rubens Saraceni e Robson Pinheiro, entre outros. Criaturas trevosas rondam buscando meios de roubar os restos de ectoplasma que ainda persiste algumas horas após o desenlance. Este ectoplasma é o mesmo fluido vital que permeia corpo físico, ligando-o ao perispírito, e pode ter uma utillização incorreta. Felizmente os protetores na grande maioria das vezes conseguem impedir tais cometimentos.

Algumas pessoas, por estarem muito apegadas à matéria, levam às vezes quase 48 horas para finalizar seu processo de desligamento, daí ser o ideal, em caso de cremação, que ela ocorra após este período. Poderemos voltar a escrever sobre isso posteriormente.

No livro “Evolução em Dois Mundos”, André Luiz, espírito, em psicografia de nosso querido Chico e Waldo Vieira, fala da “Segunda Morte”, condição em que o espírito afundou tanto na lama de seus erros e vibrações inferiores, que perde a capacidade de manter seu perispirito, passando a ser um “ovóide”, ser com a mente atrofiada, sem vontade própria, que geralmente se torna prisioneiro de senhores da escuridão.

No entanto, autores de textos relacionados à Fraternidade Branca, também falam da “Segunda Morte”, num sentido mais elevado, onde o espírito, por seu grau evolutivo, perde o envoltório constituído pelo perispírito, que não deixa de ser um tipo de matéria, e se torna praticamente, só Luz. Seria a morte de qualquer resíduo de materialidade, para a ascensão.

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

• Fontes consultadas:
Grupo PAS

QUALIDADES DOS ORIXÁS


Queridos Irmãos,

eu sempre recebo perguntas sobre as qualidades dos Orixás, eu sempre digo a mesma coisa e continuarei a dizer na “Umbanda” que sou filho não há qualidades de Orixás , mas como reconheço a Umbanda como plural tenho que trazer a vocês o que falam a respeito das qualidades dos Orixás, eu baixei no programa E-Mule tudo que trago a vocês infelizmente não havia a menção do Autor, mas há coerência no que fala os devidos textos, lógico que há convergências na grafia, mas é o que o autor entendeu, eu dificilmente poderia falar ou argumentar sobre o assunto, mas posso sim repassar e quem puder ajudar em trazer aos leitores informações melhores que o façam e quem conhecer o autor nos envie e-mail.

povodearuanda@povodearuanda.com.br

QUALIDADES DOS ORIXÁS

EWÁ EXÚ LOGUN EDÉ
NANÃ OBALUAIYÊ OGUM
OMULU OXALÁ OXÓSSI
OXUM OXUMARÉ OYA – IANSÃ
XANGÔ YEMANJÁ

Eu apenas repasso a vocês o que tive acesso, e com toda sinceridade eu desconheço o que repasso, espero que todos tenham o discernimento de utilizar e retirar as duvidas junto aos seus Pais/Mães no Santo e que nos traga mais discernimentos.

Estejam sempre em paz!

Como sei que Orixá devo oferendar?


Mãe Mônica Caraccio

Este é um artigo especial que prometi aos alunos do Grupo de Estudo Religioso Umbandista que realizo. Porém, como é um assunto de extrema importância e que traz duvidas a muitos Umbandistas.

Nós umbandistas, sabemos que um dos atos ritualístico mais importantes para a nossa religião são as Oferendas que realizamos aos Orixás eOferenda aos Guias Espirituais. Sabemos também que a nossa maior benção é ter a força da natureza à nossa disposição, afinal ao oferendar um Orixá em um ponto de força, além de ativar a Divindade, ativamos também as forças elementais da natureza deste local em uma ação dupla de pura Força e Poder. Portanto, além de termos uma grande responsabilidade com a preservação da natureza, temos também a responsabilidade de saber onde, como e para quem pedir o amparo e a sustentação em nossas dificuldades, assim não ativaremos forças contrárias ou desnecessárias às nossas necessidades.

Vejam só a importância deste conhecimento: Imaginem que ‘Fulana’ está perdidamente apaixonada por um homem comprometido, que a tem como segundo plano. Que Orixá ‘Fulana’ deve oferendar solicitando ajuda? A maioria responderia essa questão dizendo que a oferenda deveria ser feita à Orixá Oxum, mas eu digo que, neste caso, ‘Fulana’ deve oferendar o Orixá Oxumaré. Calma, eu explico: como pedir a Oxum a união e a harmonia entre o casal se essa união é errada? Afinal ele é comprometido! Não seria mais correto pedir a Oxumaré a diluição dos sentimentos viciosos e desequilibrados que envolvem os dois para que assim, libertos do vicio da paixão, eles possam equilibrar seus sentimentos? Não seria mais correto pedir a Oxumaré uma renovação emocional abrindo horizontes e energias mais puras? A mesma coisa é pedir movimento e direção na vida a Nanã, abertura de caminho a Oxalá ou paciência a Ogum! Não é que as Forças Divinas não atenderão nossas solicitações, mas se podemos facilitar, agilizar, melhorar e, principalmente, direcionar nossas solicitações por que não fazê-las? É uma questão de bom senso e sabedoria, não acham? Por isso, preparei um material de estudo bem resumido e de fácil compreensão para que todos possam direcionar ao máximo suas solicitações em oferendas, lembrando que, antes de tudo, o auto conhecimento, o respeito e a fé são fundamentais.


OXALÁOferendamos Oxalá quando necessitamos fortalecer ou despertar em nosso íntimo os sentimentos de fé, paciência, tolerância, perdão e compaixão. Quando precisamos colocar em nossas vidas mais esperança e confiança.

OYÁOferendamos Oyá quando necessitamos despertar ou equilibrar a religiosidade em nossas vidas, ou seja, é a Ela que clamamos quando nossa fé ou nossa religiosidade está desvirtuada pelo fanatismo, quando está ausente ou até pela má utilização da fé. É Oyá quem absorve os excessos da fé. A Ela também solicitamos envolver, purificar e redirecionar, com suas ondas espiraladas, os eguns perdidos no tempo, aqueles espíritos que ha muito tempo vagam no astral, que já se encontram perdidos e com seus mentais vazios tornando-se alvos fáceis para as grandes quiumbas que os escravizam e os utilizam para o mal. Além desses tipos de eguns, Ela também recolhe aqueles que nos acompanham desde muito tempo, de vidas passadas, e que por um sentimento de vingança emocional nos envolvem desequilibrando-nos até hoje. Ela é a Dona do Tempo cronológico.

OXUMOferendamos Oxum pedindo que Ela amoleça o nosso ou outros corações, a fim de se tornarem mais amorosos. Pedimos a Ela que estimule a união através dos sentimentos de amor puro e fraternal. Só através do amor puro é que a verdadeira união acontece e essa união vale em todos os sentidos (profissional, social, familiar, etc). Com essa união vem a felicidade, ou seja, a verdadeira prosperidade é concedida a nós. Portanto Ela é a Mãe da Concepção, aquela que tudo concede quando há amor.

OXUMARÉOferendamos Oxumaré quando é necessário diluir sentimentos que estão desequilibrados. Por se tratarem de sentimentos viciados eles são ou se tornarão dolorosos como, por exemplo, o sentimento da paixão ou do desejo. É importante salientar que algumas vezes não percebemos o desequilíbrio emocional em que nos encontramos, portanto, se fazem necessários o auto conhecimento, o verdadeiro querer melhorar e, principalmente, a fé. A Oxumaré solicitamos também que renove o nosso emocional trazendo a pureza dos sentimentos pois este é o Orixá da renovação do amor na vida dos seres. Ao trazer a cura emocional Ele é também capaz de, automaticamente, curar o físico, sendo assim, oferenda-se Oxumaré também para socilitar a cura.
OXÓSSIOferendamos Oxóssi para que ele nos ajude no raciocínio consciente, ou seja, para que ele nos traga o conhecimento, o esclarecimento e a sabedoria em todos os sentidos da vida. A Ele também solicitamos a coragem, a rapidez, o espírito caçador para as novas empreitadas. Pedimos que sustente nossa caminhada espiritual com sabedoria e que cure nossos mentais desequilibrados. Oxóssi é um Orixá guerreiro, que nos traz a força da atitude, a força da vontade, enfim, é o Orixá que nos ajuda naquilo que mais precisamos para evoluir: O Conhecimento. É um Orixá que tem como domínio as matas e ervas e por isso propicia também a cura energética e mental.
OBÁOferendamos Obá para pedir concentração mental e quietude racional, ajudando a boa memória e a capacidade de assimilação mental. No entanto, a Ela também solicitamos que nos ajude a eliminar pensamentos negativos ligado aos dogmas e conhecimentos errôneos, pedimos que nos ajude a esquecer aquilo que nos negativa. Obá, com sua ação discreta e firme, estimula nossa interiorização favorecendo o auto conhecimento e paralisando todas as formas viciadas de conhecimentos. Essa Orixá nos traz o sentido do “chão firme”, portanto, devemos clamá-la naqueles momentos em que nos encontramos sem chão ou aéreos demais, precisando de concentração e firmeza de pensamento.

XANGÔ – um dos Orixás mais temidos pelo fato de ser Ele o determinador da Justiça e quem ativa a Lei em nossas vidas, fazendo valer o ponto que diz “quem deve paga e quem merece recebe”. Portanto, oferendar Xangô é muito forte e muito especial, é nesse momento que devemos baixar nossas cabeças e permitir que seja feita a vontade de Deus e não a nossa. E é esse o “espírito da coisa”: não se oferenda Xangô para pedir a nossa justiça, mas a justiça Divina. Infelizmente, isso pouco acontece, pois as pessoas estão viciadas em seus desejos e julgamentos e vão logo aos pés do Grande Rei Xangô pedir seus desejos, o que é um grande erro. Devemos oferendar Xangô para buscar e pedir equilíbrio entre a razão e a emoção, a justiça, a sensatez, a razão, a determinação e a coragem para recebermos aquilo que merecemos. Pedimos a Ele que nos mantenha sensatos e livres de quaisquer julgamentos, tanto os que emitimos quando os que recebemos.

EGUNITÁ – mesmo sabendo que poucos conhecem ou cultuam essa Orixá, vale a pena dizer que Ela é o fogo vivo e divino, portanto a Oferendamos quando queremos que essa ação do fogo queime e consuma todas as energias negativas, todos os excessos emocionais e todos os cordões negativos que nos envolvem e envolvem nossas casas. Ela também ajuda a consumir energias de vícios.

OGUM – falar desse Orixá é falar de coragem, lei, ordem, ordenação, retidão e determinação, portanto Oferendamos Ogum para receber em nosso íntimo esses atributos e para manifestá-los em todos os sentidos das nossas vidas, seja profissional, material, emocional ou espiritual. Quando o Oferendamos pedimos também que nos envolva com sua força guerreira, solicitamos a abertura de nossos caminhos e a proteção de seus Guardiões da Lei. Ogum não julga nada nem ninguém pois esta atribuição pertence a Xangô. Ogum é quem aplica a Lei, portanto oferendar Ogum no sentido de submissão à Lei Maior e à Justiça Divina (ou seja, submissão a Deus) é dar as costas para receber os “chicotes” da Lei. Esses doem, mas são necessários para cessar nossas dividas cármicas acelerando nossa evolução espiritual. Feliz daquele que tem coragem, amor e fé suficientes para sentir tão grande Poder e Ação, fazendo valer o ponto: “o que se ganha de OgumOgum pode tirar”. É por isso que dizemos que Ogum é quem ativa nossas próprias demandas como também é o único que tem o Poder de ordenar a quebra de nossas demandas, tudo pela determinação da Lei de Deus.

YANSÃOferendamos Yansã para pedir movimento e direção em todos os sentidos da vida, a Ela solicitamos que nos envolva com sua Força guerreira para nos ajudar em nossas mudanças e conquistas, portanto, a Oferendamos quando estamos com nossas vidas estagnadas, quando nos encontramos depressivos, sem energia, sem direção, perdidos e cheios de dúvidas, afinal Yansã é a manifestação da alegria e da paixão pela vida e pelo que faz. Pedimos também a força e o movimento de Yansã para que envolva e encaminhe todos os eguns, espíritos negativos que desvirtuam nossa caminhada material, emocional e espiritual, direcionando-os aos domínios de Obaluaiyê ou Omulu onde serão conduzidos aos seus lugares de merecimento. Ela esgota os seres e os redireciona, abrindo novos caminhos por onde evoluirão de forma menos emocional. Yansã é a Orixá do Tempo climático, Senhora dos ventos, dos raios, do movimento e da direção.

OBALUAIYÊOferendamos este Orixá para pedir que Ele nos ajude em nossa evolução espiritual e que nos traga a sabedoria junto com a paciência – a sapiência. Ele é o Senhor das Passagens, portanto é ele quem permite a nossa passagem de um nível para outro, isso quer dizer que é ele quem nos conduz e quem abre as porteiras em nossas mudanças de estágios ou graus espirituais, por isso é a Ele que clamamos quando nos encontramos estagnados e paralisados. Também é Ele quem nos conduz nas mudanças de estado encarnado para desencarnado e vice-versa, ou seja, é ele quem acolhe os espíritos que acabaram de desencarnar, assim como conduz os espíritos que irão reencarnar. A Ele pedimos estabilidade, proteção e sabedoria anciã. Também pedimos para transmutar e transformar nossos sentimentos, portanto, é Ele quem permite e proporciona a cura da alma.

NANÃOferendamos Nanã para solicitar que Ela decante nossos sentimentos e lembranças negativas, que nos ajude a esquecer as mágoas, o rancor, a dor, etc. A Ela pedimos maturidade e mobilidade para viver em harmonia e com sabedoria.

YEMANJÁ – a grande Mãe da Vida é ofertada quando precisamos de coisas novas em nossos caminhos, por isso pedimos a Ela que gere em nós a vontade de viver, de crescer, de melhorar, etc. Pedimos que Ela gere em nós, e para nós, novas oportunidades em todos os sentidos da vida. Como grande Mãe que é, Ela rege a família e portanto equilibra e apazigua os laços familiares e o sentido de “ser mãe”. Ela nos favorece suas qualidades geradoras, renovadoras e criacionistas, ou seja, Ela nos permite buscar coisas novas, aguçando nossa criatividade e estimulando nossas percepções.

OMULU – sabemos que muitos identificam Omulu e Obaluaiyê como sendo o mesmo Orixá, no entanto, a ação de Omulu é muito mais ativa, pois é um Orixá cósmico, ou seja, atua em nossa vida de forma ativa paralisando nossos desequilíbrios e punindo, caso seja necessário, as terríveis quiumbas que já se encontram de forma super negativadas. Portanto solicitamos a Omulu, o grande Orixá do Fim, que coloque um fim nas ações do baixo astral, um fim em nossos desequilíbrios emocionais e espirituais, assim como um fim às dores da alma, do físico e da mente.

Alguns pontos que merecem ser destacados e devem ser lembrados no momento de oferendar:

• A melhor e mais poderosa de todas as oferendas é aquela que fazemos sem pretensão alguma, somente com o sentido de agradecimento. Essa é a oferenda religiosa que tem como guia nosso coração e que pode ser realizada dentro da nossa casa a qualquer hora, é só ofertar ao Orixá o nosso amor e a nossa fé. Pronto! Eis o segredo da felicidade.

• Tudo que for solicitado só será atendido diante da necessidade e do merecimento da pessoa, portanto, as oferendas não devem ser confundidas com barganhas.

• Não adianta a pessoa oferecer uma feira inteira ao Orixá se não tiver Fé. Muito mais do que está sendo oferecido as Divindades esperam o amor, o respeito, a fé e os sentimentos positivos do fiel no momento da oferenda.

• As Divindades não comem os elementos ofertados, Elas apenas absorvem as energias dos elementos e as conduzem aos seus fieis de forma potencializada e divina, portanto, Ogum não bebe a cerveja, Oxalá não come a canjica, Oxóssi não come as frutas, etc.

• Lembre-se sempre de preservar a Natureza e o respeito à sociedade. Não deixe sujeira nos pontos de força. A Umbanda e a Natureza agradecem.

Muito Axé a todos e bons estudos!

Mãe Mônica Caraccio

Texto e imagem retirados do site Minha Umbanda

De Olhos Fechados


Marco Boeing – ASSEMA – Curitiba – PR

Sentado ali em frente de seu congá o velho pai de santo relembra com surpreendente nitidez sua infância e seu primeiro contato com espiritualidade.
Nitidamente ele se vê na tenra infância a brincar sozinho no amplo quintal da casa de seus pais.
Lembra-se que alguma coisa o fez olhar para as nuvens e diante dele uma estranha imagem se forma: um velho sentado ao redor de uma fogueira e um menino a ouvir-lhe estórias. De alguma maneira o menino ao ver aquela cena sabia que se tratava dele mesmo. O tempo passou e a cena jamais esquecida e também jamais revelada, o acompanha em sonhos e lembranças.
Cresce e acaba se tornando médium Umbandista. Aos poucos vai conhecendo seus guias, que vão tomando seu corpo nas diversas “giras de desenvolvimento”. Primeiro o Caboclo que lhe parece muito grande e forte, depois os demais… Até que, ao completar 18 anos, seu Exu também recebe permissão para incorporar.
Já não é mais médium de gira, a bem da verdade ocupa o cargo de pai pequeno do terreiro.
Percebe que não tivera uma adolescência como a da maioria dos jovens que lhe cercam na escola. Não vai a bailes, festas… Dedica-se com uma curiosidade e um amor cada vez maior à prática da caridade. Os anos passam e acaba pôr abrir seu próprio terreiro. Inúmeras pessoas procuram os seus guias e recebem um lenitivo, uma palavra de consolo e esperança.
Foram tantos os pedidos e tantos os trabalhos realizados que já perdera a conta. Viu inúmeras pessoas que declaravam amor eterno pela Umbanda e bastava que alguns pedidos não fossem alcançados na plenitude desejada que já se afastavam, criticando o que ontem lhes era sagrado…
Presenciou pessoas que, vindas de outras religiões, encontraram a paz dentro do terreiro, mantido a duras penas, uma vez que nada cobrava pelos trabalhos realizados (“Dai de graça o que de graças recebestes”).
Solteiro permanecia até hoje, pois embora tivesse tido várias mulheres que lhe foram caras, nenhuma delas agüentou ficar a seu lado, pois para ele a vida sacerdotal se impunha a qualquer outro tipo de relacionamento. Amava mesmo assim todas aquelas que lhe fizeram companhia em sua jornada terrena.
Brincava, o velho pai de santo, quando lhe perguntavam se era casado e respondia, bem humorado, que se casara muito cedo, ainda menino. A curiosidade dos interlocutores quanto ao nome da esposa era satisfeita com uma só palavra: Umbanda, este era o nome da esposa.
Com o passar do tempo, a idade foi chegando; muitos de seus filhos de fé seguiram seus destinos vindo eles também a abrirem suas casas de caridade. O peso da idade não o impede de receber suas entidades. Ainda ecoa, pelo velho e querido terreiro, o brado de seu Caboclo, o cachimbo do Preto-velho perfuma o ambiente, a gargalhada do Exu ainda impressiona, a alegria do Erê emociona a ele e a todos…
Enfim, sente-se útil ao trabalhar. Hoje não tem gira. O terreiro está limpo, as velas estão acessas e tudo parece normal. Resolve adentrar ao terreiro para passar o tempo, perdera a noção das horas. Apura os ouvidos e sente passos a seu redor, percebe que alguém puxa pontos e que o atabaque toca. Ele está de costas para todos e de frente para o congá. O cheiro da defumação invade suas narinas…
Seus olhos se enchem de lágrimas na mesma proporção que seu coração se enche de alegria. Estranhamente, não sente coragem ou vontade de olhar para trás, apenas canta junto os pontos. Fixa seus olhos nas imagens do altar, fecha os olhos e ainda assim vê nitidamente o congá, parece que percebe o movimento do terreiro aumentar.
Vira de costas para o congá e a cena o surpreende: vê Caboclos, Boiadeiros, Pretos Velhos, Marujos, Baianos, Erês e toda uma gama de Guias… Até Exus e Pomba Giras estão ali na porteira. Se dá conta que os vê como são, não estão incorporados. Todos lhes sorriem amavelmente.
Dentre tantos Guias, percebe aqueles que incorporam nele desde criança. Tenta bater cabeça em homenagem a eles, mas é impedido. O Caboclo, seu guia de frente, se adianta, lhe abraça, brada seu grito guerreiro… Os demais o aco Os demais o acompanham. O velho pai de santo não agüenta e chora emocionado… As lágrimas lhe turvam a vista. Fecha seus olhos e ao abri-los todos os guias ainda permanecem em seus lugares embora calados…
Nota uma luz brilhante em sua direção, Iansã e Omulu se aproximam, seu Caboclo os saúda e é correspondido. A luz o envolve completamente. Já não se sente mais velho. Na verdade sente-se jovem como nunca. Seu corpo está leve e ele levita em direção à luz. Todos os guias fazem reverência… O terreiro vai ficando longe envolto em luz… Ele sorri alegre… A missão estava cumprida…
No dia seguinte, encontram seu corpo aos pés do congá. Tinha nos lábios um sorriso…