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É PRECISO CURAR A CRUELDADE DO MUNDO


Ao tentar definir a palavra crueldade, me defrontei com sua amplitude. O que vem a ser crueldade? Será de um significado universal? E as diferentes compreensões, culturas, os infinitos níveis de consciência?
Crueldade na verdade, é tudo o que adoece a alma, escurece a ambiência de quem vive nela, tanto o causador como a vítima. Crueldade é doença mais grave que todas as doenças que andam grassando o mundo, e estas são a própria consequência de que algo não anda bem na atmosfera terrestre. Continue Lendo

É DIA DE OXÓSSI !!!


Oxóssi, filho de Oxalá e Iemanjá, Orixá da caça, ao qual foi dado o comando e proteção das matas e tudo que nela está, as árvores, as flores e frutos, cada animal vivente, as águas.
Hoje, o culto de Oxóssi vive no coração do Brasil, pois em sua origem, na Mãe África, quase ninguém se lembra mais dele, onde chegou a ser rei no Keto, como traz o relato de Pierre Verger. Continue Lendo

MORUBIXABAS DA UMBANDA


Benjamim Figueiredo chamava os Caboclos da Umbanda de alta hierarquia, de morubixabas,chefes. Matta e Silva escreveu bastante sobre eles no livro “Mistérios e Práticas na lei de Umbanda”. E reli alguns estudos do Terreiro de Umbanda Caboclo Folha Seca. Assim, tive vontade de escrever este texto, relembrando alguns dados sobre estas poderosas entidades da nossa Umbanda, que tanto nos ajudam e protegem, caminhando conosco em todas as horas, e aos quais sempre estaremos gratos pela irradiação luminosa… Continue Lendo

OXÓSSI


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Quando seus caboclos correm as matas da jurema, os pássaros começam a sinfonia, as árvores sacodem os seus galhos, as flores se abrem para o Sol.
Os caminhos são ornados e perfumados de capim limão, alfazema, guaco e malvarisco. E a cobra coral, a sucuri e a jiboia se acalmam sob o poder de sua presença.
Caboclos flecheiros das aldeias longínquas de Aruanda, venham nos valer também em nossas casas urbanas, nos fortaleçam com seu vigor e argúcia, nos ensinem a arte da certeira mira, para que não sejamos mais apenas deploráveis alvos das más energias, e sim aqueles que alcançaram o autodomínio, autoconsciência e senhores de nossas vidas.
Não nos permitam esmorecer, nem reclamar, nem sentir autopiedade. Que sejamos plenos junto a cada amanhecer e cada por-do-sol, tendo a natureza a nos mostrar seu fluxo, seu movimento constante, e desta energia que se move, saibamos nos nutrir e continuar nossas lutas.
Força abençoada de Aruanda, que os caboclos de Oxossi estejam conosco a nos proteger, nos tornando fortes e dignos desta Fé!

Saravá Oxóssi! Okê Arô!!!

 

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ
contato@semcensuras.com.br

ARARIBÓIA – FALANGEIRO DE OXÓSSI


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Araribóia foi chefe indígena da tribo Temiminó, um grupo Tupi, que vivia numa das ilhas da baía da Guanabara. Guerreiro flecheiro, seu nome significa “Cobra Feroz” ou “Cobra das Tempestades”.“Araib”, em Tupi, significa “Tempo Mau, Tempestade, Tormenta” e “Bói” significa “Cobra”. Importante lembrar que os índios que habitavam as matas de Rio Bonito – RJ também eram temiminós. Isto me faz imaginar em quantos destes valentes guerreiros lutaram contra os franceses no início da história do Brasil-Colonia e se estaríamos aqui se a história fosse diferente… Me faz também pensar que tudo tem uma determinação maior, e que muitas vezes não sabemos ver.

Os temiminós eram mais numerosos no Espírito Santo. Na Baía de Guanabara eram minoria, contra os 70 mil índios Tamoio que aqui dominavam e se aliaram aos franceses, que em 1555 dominaram a Capitania do Rio de Janeiro. Na ocasião, o reino de Portugal enviou para o Brasil aquele que foi o terceiro governador geral da colônia, Mem de Sá. Chegando aqui, Mem de Sá se aliou a Araribóia, que se converteu ao cristianismo, tomando o nome de Martim Afonso de Souza. Esta aliança foi útil para ambos os lados, e muito pela valentia de Araribóia, houve a vitória portuguesa. Com isso, Araribóia conquistou o respeito dos portugueses e em 1568 ganhou as terras onde foi fundada a aldeia se São Lourenço, depois chamada sesmaria de Niterói.

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Araribóia venceu os franceses duas vezes. A primeira, em 1560, juntos com seus guerreiros flecheiros, tomando o forte de Coligni. E na segunda vez, em 1564, tornando-se herói na tomada da Fortaleza de Uruçumirim, na hoje Praia da Glória e depois destaca-se como herói na Batalha de Paranapecu, trecho da Ilha do Governador, que ia da Ponta do Galeão até as Flecheiras.

Infelizmente, anos depois, Araribóia se indispôs com o sucessor de Mem de Sá – Antônio Salema . Dizem que aconteceu o seguinte: “Frente a frente com um representante do rei, o índio cometeu uma descortesia: sentou-se sobre as pernas cruzadas. O ato foi imediatamente repreendido, mas em vez de se penitenciar, o índio decidiu confrontar a autoridade. “Não sem cólera e arrogância”, respondeu o seguinte: “Se tu souberas quão cansadas eu tenho as pernas das guerras em que servi a el-rei, não estranharás dar-lhe agora este pequeno descanso; mas já que me achas pouco cortesão, eu me vou para minha aldeia, onde nós não curamos desses pontos e não retornarei mais à tua corte”.

Como ele tinha grande prestígio, continuou comandando a sesmaria de Nictheroy, então chamada São Lourenço. Porém, durante o século XIX, com o argumento de que os índios já estavam civilizados e deveriam ser assimilados como cidadãos do Império, todas as aldeias foram extintas, e suas terras incorporadas ao patrimônio dos municípios. Foi o que aconteceu com a aldeia de São Lourenço em 1866.

Na Espiritualidade, encontrou os caminhos de Aruanda, e o Caboclo Araribóia continua lutando com seus guerreiros sob a tutela de Oxóssi, defendendo com a mesma bravura, somada aos conhecimentos que obteve do Alto, todo aquele que sofre perseguição e assédio das trevas. Com certeza, sua vida como Araribóia foi apenas mais uma entre tantas, onde muitas e muitas vezes, defendeu valorosamente um ideal e a justiça. Sua história nos mostra como vencer as adversidades, a ter firmeza, acreditar nas convicções próprias, e também ter fé em Deus.

Quando estivermos sob intenso ataque das sombras, quer através da matéria, quer seja somente a luta espiritual, peçamos a Araribóia que nos faça valer, que nos dê Força e resistência a todo Mal, para que nos mantenhamos acreditando naquilo que achamos certo, naquilo que traz o caminho correto e a caminhada digna. Que nossos pensamentos e atos sejam certeiros como sua flecha, e que não nos afastemos da Verdade, da Esperança, e da Luta em nome da Luz Maior.

Alex de Oxóssi

Rio Bonito – RJ

Fontes estudadas
Reportagem de Eduardo Bueno para a revista Época de 05/07/99

A SUAVE LUZ DO TERREIRO DE UMBANDA


Soa a campainha três vezes, chamando os médiuns. É hora de mais um encontro sagrado com os Orixás.

Encaminhando-se lentamente em direção ao terreiro, já se sente o aroma das ervas queimadas, e os cânticos de quem vai cruzando o templo com os defumadores.

Cada um vai se concentrando, guias de variadas cores na mão, já sentindo as vibrações no plexo esplênico, sintonizando-se com as vibrações das entidades protetoras da casa. Os atabaques começam a tocar, e cada um passa cantando pelo defumador na entrada, sensação boa de irmandade com aqueles que defumam cada filho de santo e depois toda a assistência, preparando para mais uma noite de trabalhos espirituais.

Ao pisar no espaço abençoado, o pensamento de cumprir mais uma missão, permeando todo o corpo com os fluidos magnéticos que impregnam o ambiente, e que circulam sob as batidas persistentes, sob as vozes uníssonas.

Chega-se ao congá, pedindo proteção aos chefes espirituais, às entidades que participam das egrégoras do terreiro, e em muda prece, faz-se a oração de alma, pedindo proteção por mais esta noite, batendo cabeça para cada orixá ali presente e sobretudo, á Oxalá, que através da imagem ali presente, parece olhar cada um, enchendo de ânimo, Amor e Fé.

Enfim, o médium conseguiu ali chegar, lutando contra o cansaço, a fome, os percalços do dia, seus problemas pessoais, seus embate e vivências. Conseguiu combater o desânimo, a preguiça, e toda uma série de contratempos que parecem lhe afastar da meta. Mas ali está, nada mais importa, agora é o tempo dos caboclos, dos pretos velhos, e de todas as falanges que lhes seguem, compondo o círculo sagrado das emanações da Luz Divina.

Ao início dos trabalhos, sempre cantando, o corpo acordando para as danças ancestrais, pede-se proteção ao anjo da guarda na missão abençoada, e todos se prostram para mais uma gira, reverenciando humildemente todas as evocações do chefe espiritual da casa, já incorporado no Babalorixá, comandando com a firmeza de sempre, mostrando sua Força ao manter tudo na mais perfeita harmonia, mesmo entre tantas emanações que reverberam em toda parte, incluindo a assistência, de onde vem angústias, dores e empecilhos.

Os caboclos chegam girando, cortando as demandas, quebrando grilhões com seus gritos, que cortam o ar, em mais vibrações que são como raios que dispersam toda dor, toda aflição.

Desfilam os caboclos de Oxóssi, trazendo o frescor das matas, o Prana vital da Natureza. Os caboclos de Ogum perfilam-se em harmonia, guerreiros incansáveis da Paz. E os atabaques contam as façanhas de Xangô, e o terreiro se enche de caboclos que trazem das pedreiras a Magia, a Luz, a energia que tudo equilibra.

A gira prossegue, e agora são os pretos velhos que se aproximam, com seu passo lento e olhar sereno, procuram seus cavalos, seus banquinhos, seus cachimbos, pembas e mandingas, e começam suas consultas. Sem pressa alguma, acolhem cada filho, lhes dão passes, e palavras de alento. Aconselham, contam histórias, trabalham com seus cambones, de maneira calma e ininterrupta, dando assistência a todo e qualquer apelo, corrigindo os pensamentos sem uma palavra rude, mostrando os caminhos, sem interferir nos arbítrios, ao mesmo tempo que em silêncio, vão limpando as auras, curando dores, atuando muito mais do que falam, pois são os mais sábios.

A madrugada se aproxima, é preciso terminar os trabalhos. Vão-se os pretos velhos em suas manifestações, para se colocarem ao lado de seus médiuns, junto de todos os outros guias espirituais.

Todos se ajoelham novamente, agradecem por mais uma oportunidade de trabalho edificante, cada um com seus próprios anseios apaziguados. Além do cansaço físico, sentem-se renovados em energia, pois o maior alimento é a Caridade prestada.

As luzes voltam a clarear com força, trazendo cada um ao plano terreno. É o momento de todos se confraternizarem com abraços e sorrisos, enquanto se reúnem mais uma vez, para bater a cabeça diante o congá, imantado das poderosas forças que lhe habitam. Cada um cumprimenta o Babalorixá e prepara-se para a volta para casa. Muitos, levarão horas para chegarem em seus destinos.

E,enquanto isso, no terreiro, nesse momento iluminado apenas com as luzes das velas, ainda ficará muitas horas fervilhando com a espiritualidade ali presente, até que todos os pedidos sejam auxiliados, todos os nós desatados, todas as demandas desmanchadas.

Suave Luz do terreiro de Umbanda, que permanece mostrando a presença da Senhora Velada, a infinita Sabedoria traduzida em Paz, Amor, Perdão, Serenidade e Equilíbrio, a verdadeira Jornada.

Salve Umbanda querida! Salve Orixás Benditos! Que sua Luz sempre brilhe sobre nós, que estamos na Busca.! Obrigado pelos caminhos, obrigado pelas lições, obrigado por ter-nos permitido vê-la, e em ti vivê-la!

Alex de Oxóssi
Rio Bonito – RJ

O ARCO E A FLECHA


Segundo consta, o arco e flecha vem sendo utilizado desde a Idade da Pedra Lascada, há cerca de 12.000 anos.

Achados arqueológicos mostraram que os egípcios o utilizavam há cerca de 5.000 anos atrás para caça e também nas guerras.

O mais inusitado é que arcos e flechas foram encontrados em todas as partes do mundo. Histórias mitológicas dos gregos, dos romanos, dos vikings e druidas possuem sempre seus deuses e heróis utilizando arco e flecha.

Muito utilizado como arma de guerra, adaptado pelo homem de acordo com a necessidade, se o guerreiro estivesse a cavalo, ou a pé, ou ainda em carruagens, leves e rápidas ou pesadas e lentas. Também muito utilizado em torneios, na época em que os guerreiros descansavam entre uma batalha e outra, e nos nossos dias, como esporte olímpico.

Na China, o arco e flecha data da dinastia Shang ( 1766-1027 a.C.) e depois, no século VI, apareceu no Japão, logo sendo assimilado entre as artes marciais.

O arco e flecha se tornou obsoleto como arma de guerra com a introdução do fogo de artilharia, o que ocorreu na Guerra de 30 anos, no início de 1600 da era cristã, que envolveu vários países da Europa a começar pelo que é hoje Alemanha.

Mas se continuarmos a estudar, verificaremos que o índio norte-americano sempre foi exímio no uso do arco e flecha, do mesmo modo que o nosso índio brasileiro, com ligeiras diferenças de tribo para tribo, como ainda os pigmeus, que até hoje o utilizam. Sobre estes últimos é interessante comentar que há pigmeus com arcos e flechas muito semelhantes, em diferentes partes do mundo, como o Sudeste da África, Sul da Ásia, Oceania, Brasil e Bolívia.

Enfim, há muito o que se pensar, nestas “coincidências” que ocorreram durante a evolução humana ao longo dos séculos, com continentes e oceanos a separar os diferentes povos.

Partindo desta introspecção no campo material, vamos refletir também o uso do arco e flecha no Mundo Espiritual. Frequentemente os caboclos de Umbanda se apresentam como flecheiros, sob o comando da Linha de Oxóssi. Ora, se eles precisarem agir, lutarão contra outros espíritos desencarnados. De que então serviriam suas armas? Eles se apresentam como índios que defendem uma linha de frente de demanda. Isto necessariamente não significa que todo caboclos flecheiro foi índio em sua última encarnação. Mas tem aptidão para confrontos e firmeza suficiente para enfrentar ataques das sombras e de entidades voltadas a prejudicar que se dedica ao caminho do Bem.

Enquanto que na Terra material, o arco e flecha ajudava na obtenção de alimento e nos confrontos, no astral, é uma arma usada com maestria de outras formas. Por exemplo, nos lugares muito sombrios, onde equipes de resgate de espíritos sofredores têm de encontrar alguém específico, os caboclos flecheiros lançam suas flechas para o alto, e como elas, no mundo astral, são confeccionadas de ectoplasma, elas são plasmadas, neste momento para irradiarem luz e clarearem o ambiente das sombras a fim de que sejam encontrados os espíritos que serão resgatados. Suas flechas, com seu poder magístico podem também se transformar em cordas de luz isolando áreas restritas a entidades trevosas, ou mesmo enrolar-se ao redor de um espírito para que ele não prossiga em seu intento de prejudicar alguém.

É sabido que toda grande descoberta no plano físico da Terra, já existia antes no Astral Superior, e depois surge na mente de um encarnado, como se fosse sonho ou inspiração, para que ela possa ser materializada na terra, colaborando com o Progresso da Humanidade. Quanto ao arco e flecha, feito de pura energia e utilizado no astral, ainda é um mistério para nós, mas nos basta saber que quem os utiliza, quando na vibração do Bem, conhece profundamente seus mistérios e fundamentos, sempre nos mantendo em segurança. Quem sabe um dia, também nós conseguiremos partilhar desses conhecimentos e outros, se obtivermos o merecimento.

Salve todos os Caboclos!

Salve nosso Pai Oxossi!

Alex de Oxóssi

Como sei que Orixá devo oferendar?


Mãe Mônica Caraccio

Este é um artigo especial que prometi aos alunos do Grupo de Estudo Religioso Umbandista que realizo. Porém, como é um assunto de extrema importância e que traz duvidas a muitos Umbandistas.

Nós umbandistas, sabemos que um dos atos ritualístico mais importantes para a nossa religião são as Oferendas que realizamos aos Orixás eOferenda aos Guias Espirituais. Sabemos também que a nossa maior benção é ter a força da natureza à nossa disposição, afinal ao oferendar um Orixá em um ponto de força, além de ativar a Divindade, ativamos também as forças elementais da natureza deste local em uma ação dupla de pura Força e Poder. Portanto, além de termos uma grande responsabilidade com a preservação da natureza, temos também a responsabilidade de saber onde, como e para quem pedir o amparo e a sustentação em nossas dificuldades, assim não ativaremos forças contrárias ou desnecessárias às nossas necessidades.

Vejam só a importância deste conhecimento: Imaginem que ‘Fulana’ está perdidamente apaixonada por um homem comprometido, que a tem como segundo plano. Que Orixá ‘Fulana’ deve oferendar solicitando ajuda? A maioria responderia essa questão dizendo que a oferenda deveria ser feita à Orixá Oxum, mas eu digo que, neste caso, ‘Fulana’ deve oferendar o Orixá Oxumaré. Calma, eu explico: como pedir a Oxum a união e a harmonia entre o casal se essa união é errada? Afinal ele é comprometido! Não seria mais correto pedir a Oxumaré a diluição dos sentimentos viciosos e desequilibrados que envolvem os dois para que assim, libertos do vicio da paixão, eles possam equilibrar seus sentimentos? Não seria mais correto pedir a Oxumaré uma renovação emocional abrindo horizontes e energias mais puras? A mesma coisa é pedir movimento e direção na vida a Nanã, abertura de caminho a Oxalá ou paciência a Ogum! Não é que as Forças Divinas não atenderão nossas solicitações, mas se podemos facilitar, agilizar, melhorar e, principalmente, direcionar nossas solicitações por que não fazê-las? É uma questão de bom senso e sabedoria, não acham? Por isso, preparei um material de estudo bem resumido e de fácil compreensão para que todos possam direcionar ao máximo suas solicitações em oferendas, lembrando que, antes de tudo, o auto conhecimento, o respeito e a fé são fundamentais.


OXALÁOferendamos Oxalá quando necessitamos fortalecer ou despertar em nosso íntimo os sentimentos de fé, paciência, tolerância, perdão e compaixão. Quando precisamos colocar em nossas vidas mais esperança e confiança.

OYÁOferendamos Oyá quando necessitamos despertar ou equilibrar a religiosidade em nossas vidas, ou seja, é a Ela que clamamos quando nossa fé ou nossa religiosidade está desvirtuada pelo fanatismo, quando está ausente ou até pela má utilização da fé. É Oyá quem absorve os excessos da fé. A Ela também solicitamos envolver, purificar e redirecionar, com suas ondas espiraladas, os eguns perdidos no tempo, aqueles espíritos que ha muito tempo vagam no astral, que já se encontram perdidos e com seus mentais vazios tornando-se alvos fáceis para as grandes quiumbas que os escravizam e os utilizam para o mal. Além desses tipos de eguns, Ela também recolhe aqueles que nos acompanham desde muito tempo, de vidas passadas, e que por um sentimento de vingança emocional nos envolvem desequilibrando-nos até hoje. Ela é a Dona do Tempo cronológico.

OXUMOferendamos Oxum pedindo que Ela amoleça o nosso ou outros corações, a fim de se tornarem mais amorosos. Pedimos a Ela que estimule a união através dos sentimentos de amor puro e fraternal. Só através do amor puro é que a verdadeira união acontece e essa união vale em todos os sentidos (profissional, social, familiar, etc). Com essa união vem a felicidade, ou seja, a verdadeira prosperidade é concedida a nós. Portanto Ela é a Mãe da Concepção, aquela que tudo concede quando há amor.

OXUMARÉOferendamos Oxumaré quando é necessário diluir sentimentos que estão desequilibrados. Por se tratarem de sentimentos viciados eles são ou se tornarão dolorosos como, por exemplo, o sentimento da paixão ou do desejo. É importante salientar que algumas vezes não percebemos o desequilíbrio emocional em que nos encontramos, portanto, se fazem necessários o auto conhecimento, o verdadeiro querer melhorar e, principalmente, a fé. A Oxumaré solicitamos também que renove o nosso emocional trazendo a pureza dos sentimentos pois este é o Orixá da renovação do amor na vida dos seres. Ao trazer a cura emocional Ele é também capaz de, automaticamente, curar o físico, sendo assim, oferenda-se Oxumaré também para socilitar a cura.
OXÓSSIOferendamos Oxóssi para que ele nos ajude no raciocínio consciente, ou seja, para que ele nos traga o conhecimento, o esclarecimento e a sabedoria em todos os sentidos da vida. A Ele também solicitamos a coragem, a rapidez, o espírito caçador para as novas empreitadas. Pedimos que sustente nossa caminhada espiritual com sabedoria e que cure nossos mentais desequilibrados. Oxóssi é um Orixá guerreiro, que nos traz a força da atitude, a força da vontade, enfim, é o Orixá que nos ajuda naquilo que mais precisamos para evoluir: O Conhecimento. É um Orixá que tem como domínio as matas e ervas e por isso propicia também a cura energética e mental.
OBÁOferendamos Obá para pedir concentração mental e quietude racional, ajudando a boa memória e a capacidade de assimilação mental. No entanto, a Ela também solicitamos que nos ajude a eliminar pensamentos negativos ligado aos dogmas e conhecimentos errôneos, pedimos que nos ajude a esquecer aquilo que nos negativa. Obá, com sua ação discreta e firme, estimula nossa interiorização favorecendo o auto conhecimento e paralisando todas as formas viciadas de conhecimentos. Essa Orixá nos traz o sentido do “chão firme”, portanto, devemos clamá-la naqueles momentos em que nos encontramos sem chão ou aéreos demais, precisando de concentração e firmeza de pensamento.

XANGÔ – um dos Orixás mais temidos pelo fato de ser Ele o determinador da Justiça e quem ativa a Lei em nossas vidas, fazendo valer o ponto que diz “quem deve paga e quem merece recebe”. Portanto, oferendar Xangô é muito forte e muito especial, é nesse momento que devemos baixar nossas cabeças e permitir que seja feita a vontade de Deus e não a nossa. E é esse o “espírito da coisa”: não se oferenda Xangô para pedir a nossa justiça, mas a justiça Divina. Infelizmente, isso pouco acontece, pois as pessoas estão viciadas em seus desejos e julgamentos e vão logo aos pés do Grande Rei Xangô pedir seus desejos, o que é um grande erro. Devemos oferendar Xangô para buscar e pedir equilíbrio entre a razão e a emoção, a justiça, a sensatez, a razão, a determinação e a coragem para recebermos aquilo que merecemos. Pedimos a Ele que nos mantenha sensatos e livres de quaisquer julgamentos, tanto os que emitimos quando os que recebemos.

EGUNITÁ – mesmo sabendo que poucos conhecem ou cultuam essa Orixá, vale a pena dizer que Ela é o fogo vivo e divino, portanto a Oferendamos quando queremos que essa ação do fogo queime e consuma todas as energias negativas, todos os excessos emocionais e todos os cordões negativos que nos envolvem e envolvem nossas casas. Ela também ajuda a consumir energias de vícios.

OGUM – falar desse Orixá é falar de coragem, lei, ordem, ordenação, retidão e determinação, portanto Oferendamos Ogum para receber em nosso íntimo esses atributos e para manifestá-los em todos os sentidos das nossas vidas, seja profissional, material, emocional ou espiritual. Quando o Oferendamos pedimos também que nos envolva com sua força guerreira, solicitamos a abertura de nossos caminhos e a proteção de seus Guardiões da Lei. Ogum não julga nada nem ninguém pois esta atribuição pertence a Xangô. Ogum é quem aplica a Lei, portanto oferendar Ogum no sentido de submissão à Lei Maior e à Justiça Divina (ou seja, submissão a Deus) é dar as costas para receber os “chicotes” da Lei. Esses doem, mas são necessários para cessar nossas dividas cármicas acelerando nossa evolução espiritual. Feliz daquele que tem coragem, amor e fé suficientes para sentir tão grande Poder e Ação, fazendo valer o ponto: “o que se ganha de OgumOgum pode tirar”. É por isso que dizemos que Ogum é quem ativa nossas próprias demandas como também é o único que tem o Poder de ordenar a quebra de nossas demandas, tudo pela determinação da Lei de Deus.

YANSÃOferendamos Yansã para pedir movimento e direção em todos os sentidos da vida, a Ela solicitamos que nos envolva com sua Força guerreira para nos ajudar em nossas mudanças e conquistas, portanto, a Oferendamos quando estamos com nossas vidas estagnadas, quando nos encontramos depressivos, sem energia, sem direção, perdidos e cheios de dúvidas, afinal Yansã é a manifestação da alegria e da paixão pela vida e pelo que faz. Pedimos também a força e o movimento de Yansã para que envolva e encaminhe todos os eguns, espíritos negativos que desvirtuam nossa caminhada material, emocional e espiritual, direcionando-os aos domínios de Obaluaiyê ou Omulu onde serão conduzidos aos seus lugares de merecimento. Ela esgota os seres e os redireciona, abrindo novos caminhos por onde evoluirão de forma menos emocional. Yansã é a Orixá do Tempo climático, Senhora dos ventos, dos raios, do movimento e da direção.

OBALUAIYÊOferendamos este Orixá para pedir que Ele nos ajude em nossa evolução espiritual e que nos traga a sabedoria junto com a paciência – a sapiência. Ele é o Senhor das Passagens, portanto é ele quem permite a nossa passagem de um nível para outro, isso quer dizer que é ele quem nos conduz e quem abre as porteiras em nossas mudanças de estágios ou graus espirituais, por isso é a Ele que clamamos quando nos encontramos estagnados e paralisados. Também é Ele quem nos conduz nas mudanças de estado encarnado para desencarnado e vice-versa, ou seja, é ele quem acolhe os espíritos que acabaram de desencarnar, assim como conduz os espíritos que irão reencarnar. A Ele pedimos estabilidade, proteção e sabedoria anciã. Também pedimos para transmutar e transformar nossos sentimentos, portanto, é Ele quem permite e proporciona a cura da alma.

NANÃOferendamos Nanã para solicitar que Ela decante nossos sentimentos e lembranças negativas, que nos ajude a esquecer as mágoas, o rancor, a dor, etc. A Ela pedimos maturidade e mobilidade para viver em harmonia e com sabedoria.

YEMANJÁ – a grande Mãe da Vida é ofertada quando precisamos de coisas novas em nossos caminhos, por isso pedimos a Ela que gere em nós a vontade de viver, de crescer, de melhorar, etc. Pedimos que Ela gere em nós, e para nós, novas oportunidades em todos os sentidos da vida. Como grande Mãe que é, Ela rege a família e portanto equilibra e apazigua os laços familiares e o sentido de “ser mãe”. Ela nos favorece suas qualidades geradoras, renovadoras e criacionistas, ou seja, Ela nos permite buscar coisas novas, aguçando nossa criatividade e estimulando nossas percepções.

OMULU – sabemos que muitos identificam Omulu e Obaluaiyê como sendo o mesmo Orixá, no entanto, a ação de Omulu é muito mais ativa, pois é um Orixá cósmico, ou seja, atua em nossa vida de forma ativa paralisando nossos desequilíbrios e punindo, caso seja necessário, as terríveis quiumbas que já se encontram de forma super negativadas. Portanto solicitamos a Omulu, o grande Orixá do Fim, que coloque um fim nas ações do baixo astral, um fim em nossos desequilíbrios emocionais e espirituais, assim como um fim às dores da alma, do físico e da mente.

Alguns pontos que merecem ser destacados e devem ser lembrados no momento de oferendar:

• A melhor e mais poderosa de todas as oferendas é aquela que fazemos sem pretensão alguma, somente com o sentido de agradecimento. Essa é a oferenda religiosa que tem como guia nosso coração e que pode ser realizada dentro da nossa casa a qualquer hora, é só ofertar ao Orixá o nosso amor e a nossa fé. Pronto! Eis o segredo da felicidade.

• Tudo que for solicitado só será atendido diante da necessidade e do merecimento da pessoa, portanto, as oferendas não devem ser confundidas com barganhas.

• Não adianta a pessoa oferecer uma feira inteira ao Orixá se não tiver Fé. Muito mais do que está sendo oferecido as Divindades esperam o amor, o respeito, a fé e os sentimentos positivos do fiel no momento da oferenda.

• As Divindades não comem os elementos ofertados, Elas apenas absorvem as energias dos elementos e as conduzem aos seus fieis de forma potencializada e divina, portanto, Ogum não bebe a cerveja, Oxalá não come a canjica, Oxóssi não come as frutas, etc.

• Lembre-se sempre de preservar a Natureza e o respeito à sociedade. Não deixe sujeira nos pontos de força. A Umbanda e a Natureza agradecem.

Muito Axé a todos e bons estudos!

Mãe Mônica Caraccio

Texto e imagem retirados do site Minha Umbanda