Arquivo mensal: setembro 2010

OGÚN NA GUERRA DO PARAGUAI


(O ponto cantado de HUMAITÁ)

Retirado do Livro: As Mirongas de Umbanda – Tancredo da Silva

Quando o Brasil declarou guerra ao Paraguai, dominado pelo ditador Francisco Solano
Lopez, formaram-se diversos batalhões de voluntários em todo o país, especialmente nos Estados onde havia maior percentagem de descendentes africanos. Entre parêntesis: a guerra do Paraguai influiu muito na evolução social do elemento afro-brasileiro. Faziam parte dêsses batalhões sacerdotes dos cultos africanos, recrutados, às vêzes à fôrça, em bom número, no Maranhão, na Bahia, no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, além de outros Estados.

No dia da passagem e batalha de Humaitá, os primeiros a sabverem da vitória das armas brasileiras foram os terreiros, onde o orixá Ogún Megê baixou e transmitiu a boa notícia, em 1867.

No mesmo dia da vitória, ainda ignorada aqui, Ogún tirou a seguinte corimba, que muitos cantam sem conhecer o que significa:

No campo de Humaitá
Venceu-se a guerra, meu Pai
Ogún, com seu cavalo de côr
Ogún Megê
Ogún Yara
Venceu-se a guerra, meu Pai
Ogún, com seu cavalo de côr

E assim foi anunciada a vitória dos brasileiros no Passo de Humaitá, festejada nos terreiros com grande entusiasmo. Até hoje, depois de quase um século, canta-se êste ponto:

Humaitá, Humaitá
Ó Rei de Umbanda
Ogún já venceu demanda.

Os sacerdotes africanos ajudaram o triunfo brasileiro, com a proteção de Ogún. Depois da guerra do Paraguai, muitos escravos obtiveram alforria, o que contribuiu para a emancipação final. Os terreiros ganharam prestígio com tais acontecimentos.

Quadro pintado por Mario Tossi

JARDIM DAS FOLHAS SAGRADAS


SINOPSE

Jardim das Folhas Sagradas conta a história de Bonfim, negro baiano que tem sua vida virada pelo avesso com a revelação de que precisa abrir um terreiro de candomblé. Com os espaços disponíveis cada vez mais raros, ele acaba procurando um lugar na periferia empobrecida e degradada. Afastado da tradição e questionando fundamentos como o sacrifício de animais, Bonfim cria um terreiro modernizado e descaracterizado, o que lhe trará graves conseqüências.

Numa época em que o crescimento urbano acelerado e a favelização transformam as cidades em espaços cada vez menos habitáveis, o candomblé, religião ancestral trazida pelos escravos africanos, tem uma grande lição de convívio e preservação da natureza a oferecer. A Bonfim e a toda cidade de Salvador.

Site do Filme (clique)

EVENTO


O Posto Samaritano Abolição, Vinculado ao Programa CVV de Apoio Emocional e Prevenção ao Suicidio nos dias 16 e 17 de Outubro de 2010, realizara curso para capacitação de novos voluntários da entidade. Nos dois dias do evento 16 e 17/10 o horario vai das 13hs às 19hs- sera apresentada a filosofia da entidade e a forma de conduta a ser seguida pelo voluntário.

INSCRIÇÕES:

As inscrições podem ser feitas pessoalmente na sede da entidade na Rua Abolição, 411- Bela Vista – SP em horário comercial ou pelo telefone 3242-4111 apos as 19hs00 ou via e-mail: abolicao@postosamaritano.org.br ou 30 minutos antes do curso.

DURANTE A ATIVIDADE:

Durante a atividade – que é gratuita – haverá seleção dos interessados em colaborar com a entidade. Para ser voluntário Samaritano, vinculado ao Programa CVV Prevenção ao suicídio, Apoio Emocional e valorização da vida, basta ter mais de 18 anos, ter disponibilidade de tempo (média de 4 horas e meia por semana), disposição para ajudar o próximo e abertura para o auto conhecimento e ser treinado.

INSTITUIÇÃO SEM FINS LUCRATIVOS:

Instituição sem fins lucrativos os postos Samaritanos desenvolvem trabalhos de apoio emocional por meio de contatos telefônicos, atendimento pessoal, via correio, e-mail e mais recentemente, via chat, no próprio site da entidade (www.cvv.org.br).

Obs: É necessário o comparecimento aos 2(dois) dias do evento.

Local de fácil acesso a pessoas com dificuldades de locomoção.

CONFIRA O ENDEREÇO:

http://www.cvv.org.br.

Oferendas e Magismo da Natureza


SAMADHI – RAMATÍS – PSICOGRAFADA POR
NORBERTO PEIXOTO


Na ascese evolutiva da centelha espiritual, conforme haja o processo de interiorização rumo ao Eu Superior, vai ocorrendo o “distanciamento” dos planos da forma. Há uma “perda” ou abandono gradativo dos corpos mediadores.

Com certeza o espírito em evolução habitará um dia planos mais “mentais”, destituídos da forma, como idealizais, mas o que é para vós a diferença entre a evolução mediana ou a superior? Como podereis estabelecer esses critérios na carne? Uma benzedeira analfabeta no interior do país pode ser um espírito evoluído, ao contrário de um tribuno espiritualista de grande conhecimento e destaque. Assim como o que “concebeis” ser um espírito evoluído, de nome conhecido para vós, pode ser de evolução mediana diante do pai velho discreto e anônimo que atende os doentes na tenda desconhecida, que é vista com olhar preconceituoso por ser umbandista. Mas, para esse espírito iluminado que “desce” vibratoriamente de planos angelicais inconcebíveis para a visão nebulosa dos retidos no ciclo carnal, a procedência terrena da agremiação mediúnica não tem a menor importância, exercitando esse amorável ser a verdadeira caridade, humilde e anônima, como dizia o Divino Mestre: “Guardai-vos, não façais as vossas obras diante dos homens com o fim de serdes vistos por eles…” É conveniente lembrar que há três realidades distintas ligadas ao conceito de elemento, e, por questões de nomenclatura, às vezes se confundem. São elas: Elementais, Espíritos da Natureza e Formas de Pensamento Elementares.

Os Elementais ou Energias Elementais – às vezes chamados de Elementais da Natureza – são energias primárias que sustentam toda a natureza. Não possuem forma nem, obviamente, individuação; apresentam-se em quatro modalidades ou faixas vibratórias, cada uma sintonizada com um dos quatro elementos: terra, água, fogo e ar. Como já abordado em outro livro1, o corpo físico do homem, à semelhança da terra, do ar, do fogo e da água, é instrumento participe da orquestra que toca a sinfonia cósmica. Essas formas energéticas, Elementais da Natureza, encontram-se também em vós por um mecanismo de semelhança. Muitas vezes, o homem desequilibrado dessas energias em suas polaridades vê-se diante de inusitadas situações, no mais das vezes adoecendo seriamente. Os magos de antigamente manipulavam com destreza essas energias primárias ligadas à natureza, propiciando a cura junto aos locais vibratórios adequados, quais sejam as cachoeiras, matas, praias ou pedreiras. Com a movimentação dos Elementais, junto a esses recantos, conseguiam o reequilíbrio necessário, polarizando as cargas magnéticas despolarizadas.

A segunda realidade são as Formas-pensamentos Elementares, produtos da mente humana e compostos de substância astro-mental. As de baixo teor constituem a pior forma de poluição psíquica do planeta. Pairam à vossa volta, densas e deletérias, como decorrência das emanações mentais de baixa condição moral de grande parte dos terrícolas. Essas formas, por similaridade magnética e vibratória, têm as características de um dos quatro elementos da natureza, porque originalmente todos os encarnados têm em sua constituição energética do complexo físico, etérico e astral correspondência vibracional com as energias da natureza que os abrigam em seu “habitat” no orbe; do ar, da terra, do fogo e da água. Quando da constituição da Forma-pensamento no Éter, o próprio magnetismo planetário encarrega-se de atraí-las, por um forte mecanismo de imantação, aos sítios vibracionais correspondentes ao elemento energético que preponderava no corpo somático quando das emissões mentais, e que se encontra na natureza materializada ou manifesta na dimensão física. Naturalmente ocorre a desintegração desses morbos psíquicos continuamente emanados pelas mentes doentias dos encarnados. Sendo assim, é por isso que vós tendes uma sensação de leveza após um período de refazimento junto à matas, cachoeiras, praias ou após uma caminhada num parque em dia ensolarado.

Essas Formas-pensamentos foram erroneamente confundidas pelos videntes alquimistas da Idade Média com os espíritos que estagiam nos quatro sítios vibratórios da natureza terrícola, descritos na antiga Cabala hebraica (salamandras, silfos, gnomos e ondinas), interpretação equivocada que persiste até os dias de hoje.

Os magos negros e feiticeiros movimentam para o mal a fim de causar doenças e desequilíbrios, por meio de rituais próprios, essas Formas-pensamentos Elementares eterizadas, que vagueiam no Plano Astral e que deveriam se desintegrar nos recantos vibracionais e energéticos da natureza _ ígneos, eólicos, telúricos e hídricos (dos elementos fogo, ar, terra e água). Agem pela manipulação mental, imantando-as na auras e centros de energias (chacras) daqueles que pretendem atingir. A invocação dessas Formas-pensamentos Elementares é perigosa no que se refere aos arcanos mágicos da natureza, podendo causar sérios danos aos incautos e maldosos de coração que assim procedem. Esses médiuns magistas, denominados macumbeiros e conhecidos pelos despachos que “tudo resolvem”, regiamente remunerados, vinculam-se a entidades desencarnadas de baixo escalão vibratório e moral, vampirizadoras, criando sérios comprometimentos cármicos de que, em muitos casos, somente muitas encarnações depois vão desvencilhar-se. Não têm absolutamente nenhuma relação com a Umbanda, muito menos com seu principio hermético e Aumbandhã.

A terceira realidade é a dos Espíritos da Natureza, às vezes simplesmente denominados Elementais, o que tem dado margem a equívocos. Constituem um reino de entidades ainda não-humanas. São vinculados a determinados campos magnéticos e vibratórios, semelhantes em freqüência aos Elementais do fogo, do ar, da terra e da água. São as salamandras, silfos, gnomos ou duendes e ondinas. Esses Espíritos da Natureza estagiam nesses sítios vibracionais do Astral à “espera” de um corpo hominal. São servidores dos reinos da natureza. Encarnarão inicialmente em planetas mais atrasados, algo inóspitos, mas semelhantes às vibrações desses”Elementais“. Esses irmãos não possuem a natureza setenária dos homens, não tendo ainda os corpos mental inferior e superior despertos, não possuindo, por isso, livre-arbítrio, discernimento e consciência moral. São capazes de sensação e visão. Potencializam as formas de pensamento, emoções e sentimentos dos seres humanos, ampliando-os. Se as emissões de pensamentos do médium magista que os invoca forem de ódio, desastre e destruição, direcionando-os contra outro ser humano, multiplicar-se-ão sobremaneira as forças movimentadas para o mal, pois eles são eficientes manipuladores das energias da natureza. Refletem as ações dos homens a que se vinculam, pois, sendo amorais, são indefiníveis do ponto de vista do bem ou do mal, tendo uma conduta semelhante a um animal doméstico; um cão pode ser dócil ou feroz, condição que reflete, na maioria das vezes, o estado psicológico do homem que o criou.

Determinados sons, cores e invocações, aliados à força mental do pensamento do médium magista ou mago que tem a assistência dos bons espíritos, despertam a sensibilidade desses Espíritos da Natureza para o bem e para a cura, associados aos fluidos ectoplásmicos exsudados, repercutem no Plano Astral, que é de grande plasticidade em relação ao impulso mental, levando a uma materialização fluídica invisível a vós. Essas exteriorizações ritualísticas se fazem necessárias como ferramentas de apoio para a formação da egrégora requerida a essas manipulações. A música eleva ou diminui a freqüência cerebral e as descargas eletromagnéticas, aumentando ou diminuindo o número de sinapses nervosas. Os mantras, os cânticos sagrados, eram muito utilizados na Atlântida, na Índia e no Egito antigo, proporcionando, quando repetidamente utilizados, profunda inspiração devocional e facilitando a concentração. Na Umbanda, a formação da egrégora e a canalização das emoções do corpo mediúnico são realizadas por meio dos cânticos, apurando as vibrações, reequilibrando a mente com o corpo e facilitando a sintonia com os guias e protetores.

As oferendas de coisas materiais junto à natureza seguem o princípio de que essas ofertas sejam compostas das energias primárias dos quatro elementos, exatamente as que estão faltando aos médiuns. A idéia é restituir-se à natureza aquilo de que se está precisando para refazimento, para recomposição do equilíbrio do equipamento mediúnico, e assim mantendo respeitosamente a harmonia da natureza doadora (2). Claro está que a simples presença junto da natureza já seria suficiente para tonificar o homem no seu complexo etérico-astral. Na verdade, são um mecanismo de auxílio válido, que serve de apoio exterior para um intercâmbio “magístico” com os Elementais, tornando-o mais efetivo. Obviamente prepondera a força mental invocativa que se forma na egrégora coletiva, que tem a assistência amorosa dos bons espíritos, caboclos e pretos velhos. Mas nenhum espírito elevado, mentor caridoso, precisa de oferendas materiais. A melhor oferta sempre foram os bons sentimentos e o amor ao próximo (3).

São práticas espúrias, ignorantes e menores as oferendas junto à natureza? Ou será o puro mentalismo a solução para todos os males? Quantos de vós conseguireis ser todo o tempo “mental”? Não é pelo fato de o orbe terrícola estar mudando de pré-escola para o ensino primário que deveis ridicularizar o que não compreendeis em sua plenitude. Malgrado as opiniões contrárias, a magia sempre existiu e continuará existindo no Cosmo. Uma mera oração sonorizada caracteriza um instrumento ritualístico que vos leva a uma manipulação energética, qual médium magista junto aos recantos da natureza. Não esqueçais que as energias ígneas, eólicas, telúricas e hídricas estão em vós, e não desprezeis as práticas ligadas à natureza, de que sois muito necessitados para o perfeito fluxo energético entre todos os corpos mediadores do espírito, em especial o complexo físico, etérico e astral.

Rogamos ao Pai que estejais todos vós imbuídos de um único ideal, crístico, e que o conhecimento seja a mola propulsora do discernimento dos homens, fazendo com que cada individualidade em evolução encontre seu caminho, mas que tenhais interiorizado que no Cosmo infinito muitos são os trajetos que levam a um mesmo destino. Incompreensões, quando existem entre vós, não refletem o que verdadeiramente ocorre na Espiritualidade, e sim a vossa estreita percepção das realidades vibratórias que vos cercam, decorrência da limitação consciencial que o corpo físico impõe ao espírito em eterno aprendizado e aperfeiçoamento. No mais das vezes, obnubilam a sensatez sobre o que seja a pura caridade cristã, chegando vós ao ponto de distinguir um espírito do outro, baseando-se em valores terrenos excludentes, deterministas, preconceituosos e transitórios.

Da maneira que julgardes sereis julgados, é da Lei que rege os movimentos ascensionais do espírito eterno, e conforme medirdes igualmente vos medirão. A consciência da Nova Era impõe a convivência harmoniosa entre todos, o que inevitavelmente acontecerá neste milênio que está no seu início, e podereis constatar no futuro próximo, pois sois imortal assim como o Pai.

Ramatís

Os sacos pretos e azuis de Cosme e Damião


Rosiane Rodrigues

Não é de hoje que sinto falta das hordas de crianças correndo “atrás de doce” no dia 27 de setembro. Consagrado aos santos Cosme e Damião pelos católicos e incorporado ao calendário umbandista, a data registrada em minha infância como sinonimo de balas, suspiros, maria-mole e muita diversão (a gente nem ia para a escola, mamãe deixava comer doces o dia inteiro. Era uma festa!) tem meio que desaparecido das gerações mais jovens. Há pouco tempo, a proibição severa de uma mãe evangélica para que seu filho não chupasse uma bala – ofertada por uma vizinha de longa data, mas espírita – me chamou a atenção. Tanto a criança quanto a vizinha ficaram desconsertadas. Não sei se proibir o consumo de doces de Cosme e Damião é uma prática moderna de todas as religiões protestantes, mas nunca mais vi a tal senhora distribuir balas nas redondezas. Foi munida de todo meu espírito investigativo – e diante da constatação de várias pessoas – que resolvi procurar quem poderia me dar uma resposta definitiva ao assunto. Será que a tradição de entregar guloseimas no dia de Cosme e Damião está acabando?

Bom, se a data está saindo de moda do calendário religioso nada mais óbvio que ouvir os vendedores de doces para saber o que está acontecendo. Atuando na venda de doces e artigos para festas há 17 anos, o agnóstico Pader Martins (38), dono de uma loja no Méier, Zona Norte do Rio, foi quem revelou: “Nos meses de setembro e outubro só utilizo sacos pretos e azuis para empacotar os doces de Cosme e Damião”. A explicação veio de forma sucinta. “É que os compradores não querem ser identificados como pessoas que dão doces nessa época do ano e pedem a máxima discrição possível para a entrega”. A cor das sacolas não permite que os produtos sejam expostos aos olhares dos curiosos. Pader também cita um exemplo. “Tenho uma cliente de classe média alta, moradora de uma cobertura, na melhor rua do Méier. Ela esteve aqui e comprou R$ 700,00 de doces para serem distribuídos no dia 27, mas pediu que a entrega (na casa dela) seja feita depois das 19h, em sacolas não identificáveis. Acho que ela não quer que os vizinhos saibam da sua prática”, contou. Fui até o galpão da loja e vi várias sacolas bem amarradas e algumas caixas que em nada lembravam que ali estavam pacotes de guloseimas que – certamente – farão a alegria de centenas de crianças, na próxima segunda-feira.

Nenhuma pergunta tem uma só resposta. Para Patrícia Tavares (35), católica e gerente de uma loja no bairro do Pechincha (Jacarepaguá, Zona Oeste), que comercializa biscoitos e doces o ano inteiro, não há neste período um boom de vendas, mas também não há queda. “A venda de doces é perene. O que chama a atenção é que nos meses de setembro e outubro as pessoas que compram fazem questão de dizer que o produto não será distribuído no dia 27, em homenagem aos santos. Os evangélicos que vêem aqui dizem que as guloseimas serão distribuídas em suas igrejas para que as crianças não sejam tentadas a comer os doces doados nas ruas, que são do demônio”. Eis aqui um ponto interessante. Vale notar que esta é uma prática (comprar os mesmos doces oferecidos por religiosos ou não, para as crianças das igrejas) completamente diferente das restrições alimentares de outros segmentos religiosos. Patrícia, assim como Pader, acreditam que a tradição de Cosme e Damião sofreu alterações profundas. “Antes as pessoas saíam da loja com orgulho de suas compras, faziam questão de mostrar que iam fazer a homenagem aos santos. Hoje, têm vergonha”, concluem. Na loja do Pechincha as sacolas não mudam de cor, mas a rede dá a opção de que o cliente escolha entre a que tem a imagem dos santos estampada e a que não tem.

Quem somos nós para dizer o que é certo e o que é errado. Acredito apenas que a reflexão sincera, desprovida de dogmas e imbuídas de um profundo respeito ao próximo, pode contribuir para o debate. Fico pensando: mas o que um monte de doce pode ter de tão maléfico? Quem não acredita em santos – católicos ou não – deve ter medo de uma maria-mole dado ao filho no dia 27 de setembro? Proibir que nossas crianças devorarem guloseimas ofertadas por pessoas que não pactuam da nossa mesma visão de mundo não é, de certa forma, impedi-las de conviverem e respeitarem as diferenças? Será que o fundamentalismo religioso baseia-se em práticas aparentemente tão inocentes que sequer nos damos conta de seu alcance? Não seria este um momento festivo para que crianças de vários credos, cores e classes socias se conhecessem e brincassem juntas?

Não conheço nada que aproxime e integre mais crianças que brincadeiras e guloseimas. Nelson Mandela (líder da luta Anti-Apartheid, na África do Sul) já disse que para amar – ou odiar – é preciso aprender. Façamos a primeira opção, para que as próximas gerações possam viver o 27 de setembro (e todos os outros dias do calendário) com toda a alegria e contentamento que nós – os maiores de 35 anos, de todas as crenças, cores e classes – vivemos.

Rosiane Rodrigues é jornalista

Fonte: Jornal Extra – Blog Religião e Fé

PORQUE NÃO FUI À CAMINHADA


Na semana que passou refleti a respeito da Caminhada, e resolvi que mesmo que houvesse condições, esse ano eu não iria, como não fui. Quem sabe ano que vem, eu vá e aprecie de perto a confraternização, que este ano reuniu milhares de pessoas e espero continuar reunindo.

Eu espero que todas aquelas pessoas tenham realmente consciência do que representam, da força que estão mostrando, ao assumirem suas religiões ao mundo, que a intolerância e a intransigência de ver ser abolida da sociedade humana, não somente em relação às religiões, mas em relação a todos os pontos de conflito que separam nossos irmãos em humanidade.

Espero que cada irmão tenha refletido que nós somos o próprio templo, e temos de cuidar de nosso corpo e espírito, honrando-o, protegendo-o, mantendo-o limpo de fato, mas sobretudo moralmente, em tempo integral, não somente em momentos como esse que ocorreu, não somente dentro de uma casa religiosa. Somos seres duais o tempo todo, corpo e espírito, nos relacionando e mostrando nossa conduta para os outros seres humano visíveis, e para um público dezenas vezes maior na invisibilidade. Temos de ser incorruptíveis aqui e acolá. Mostrar que nossas intenções são as mesmas dos dois lados, e não sermos vendilhões do templo, ou crianças inconseqüentes que seguem uma doutrina sem nos dedicarmos ao seu estudo e compreende-la de fato, praticando-a. Não é católico que apenas vai á igreja esporadicamente e só reza nesses momentos, não é espírita aquele que apenas vai a algumas palestras apenas pelos passes no final. Não é umbandista aquele que fica atrás dos pretos velhos e caboclos ”mais formosos”, escolhendo e pulando filas, para se descarregarem, sem saber que isso pode ser feito no interior de suas almas, em comunhão consigo mesmo.

Chego então ao ponto que quero. Verifico que temos sim, Fé, mas não temos União. Não temos um pensamento único. E essa excessiva dicotomização que a Umbanda vem sofrendo a afasta cada vez mais da possibilidade de união. Vejo a necessidade de se chegar a um acordo, e que haja de algum modo uma diretriz, como ocorrem com todas as religiões. Onde o representante de uma religião, se argüido, falará sobre a mesma da mesma maneira que A.B ou C. Dentro desta caminhada, se fizessem perguntas a 10 umbandistas, o percentual de respostas divergentes poderia chegar até 100%. Com risco de haver manifestação de intolerância intra-religioso.

Como haveremos de conciliar as raízes caboclas e africanas de nossa religião? Quem elegeremos como autor que direciona nossas condutas? Se muitos repudiam a Missão do caboclo das Sete Encruzilhadas, a quem seguiremos? Se sabemos da importância dos Exus de Lei em nossos templos, onde eles são citados, e onde estudaremos suas formas de manifestação, o que é e o que não é permitido? Quantos templos umbandistas mantém cursos para os médiuns novatos? Quem está ensinando? Baseados em que literatura?  Isto, sem falar que há alguns que acham que Umbanda não é para ser estudada em livros, mas somente escutada a partir da relação com os guias. Se não está havendo uma unificação em nossos próprios pensamentos e condutas, o que estaremos representando numa caminhada dessas, o que estaremos aprovando ou não? Saberemos o que o outro irmão representante está fazendo em seu terreiro, ele estará sabendo o que fazemos no nosso? O que ele acredita é o que acreditamos, o que ele sabe é o que sabemos?

Nada disso que escrevo supõe fanatismo, mas tendo visto tantas coisas, presenciado tantas desavenças, observado tantos desatinos em nome de minha religião, eu espero que nas próximas Caminhadas , cada umbandista que estiver ali, não esteja apenas desfilando e descontraindo, mas esteja verdadeiramente representando uma crença, ciente de seus fundamentos, sabendo o que gosta e o que não gosta nas infinitas inserções que dizem ser Umbanda, que saiba defini-la, a começar do nome, suas linhas, suas verdades, sua Força. Nesse dia, vai valer a pena estar lá, ser mais um dando a mão numa imensa corrente pela Paz, vibrando em nome do Amor e da caridade não apenas um desfile festivo.

Sarava a todos!

DESENCARNA A FILHA DO HOMEM…


Queridos Irmãos,

Segundo informações que recebi a nossa amada ZILMÉA MORAES DA CUNHA, filha de Zélio de Moraes desencarnou às 17:30 em Ilha Bela – SP, aguardando mais informações para comentar a passagem de nossa Irmã.

Acima uma página da Entrevista da Senhora Zilméia (clique e relembre), confirmando a noticia garanto a todos vocês que aqui ficamos tristes, mas a “caboclada” e os Negos e Negas Velhas, as Crianças estão todos em festa em ARUANDA, volta a esta cidade espiritual a sua deileta filha, retorna a filha do HOMEM…

QUALIDADES DOS ORIXÁS


Queridos Irmãos,

eu sempre recebo perguntas sobre as qualidades dos Orixás, eu sempre digo a mesma coisa e continuarei a dizer na “Umbanda” que sou filho não há qualidades de Orixás , mas como reconheço a Umbanda como plural tenho que trazer a vocês o que falam a respeito das qualidades dos Orixás, eu baixei no programa E-Mule tudo que trago a vocês infelizmente não havia a menção do Autor, mas há coerência no que fala os devidos textos, lógico que há convergências na grafia, mas é o que o autor entendeu, eu dificilmente poderia falar ou argumentar sobre o assunto, mas posso sim repassar e quem puder ajudar em trazer aos leitores informações melhores que o façam e quem conhecer o autor nos envie e-mail.

povodearuanda@povodearuanda.com.br

QUALIDADES DOS ORIXÁS

EWÁ EXÚ LOGUN EDÉ
NANÃ OBALUAIYÊ OGUM
OMULU OXALÁ OXÓSSI
OXUM OXUMARÉ OYA – IANSÃ
XANGÔ YEMANJÁ

Eu apenas repasso a vocês o que tive acesso, e com toda sinceridade eu desconheço o que repasso, espero que todos tenham o discernimento de utilizar e retirar as duvidas junto aos seus Pais/Mães no Santo e que nos traga mais discernimentos.

Estejam sempre em paz!

Mosquitoeira


Armadilha letal para mosquitos, temperada com atitude de civilidade

Prevenir a dengue deve ser uma obrigação de cada cidadão. Não deixar pneus, embalagens e recipientes acumulando água é a maneira mais importante para evitar a proliferação de mosquitos, inclusive dos Aedes aegypti. Com uma simples garrafa pet de um e meio a dois litros, é possível fazer uma armadilha que retira do ambiente as futuras gerações de mosquitos.

Construir uma Mosquitoeira genérica – mosquitérica- é muito simples. O segredo é a motivação para executar as etapas apresentadas a seguir. Depois de pronta, ela vai atrair as fêmeas de mosquitos para depositarem seus ovos naquela maternidade. Os ovos ficam fixados na borda interna da tampa da mosquitérica, pouco acima da lâmina dágua

Como a água evapora muito rápido na mosquitérica, as fêmeas depositam os ovos cada vez mais abaixo e quando você completar o nível da água, os ovos serão encharcados. As larvas de Aedes aegypti que eclodirem desses ovos ficarão presas dentro da mosquitoeira e assim permanecem durante todas as suas formas de vida: larva, pupa e adulto alado.

1. Materiais: uma garrafa pet de 1,5 a dois litros; uma tesoura; uma lixa de madeira nº 180; um rolo de fita isolante preta; um pedaço (5 x 5 cm) de tecido chamado micro tule,; quatro grãos de alpiste ou uma pelota de ração felina;


2. Tire a tampa da garrafa e, com um jeitinho especial, remova o anel do lacre da tampa, sem danificá-lo. Reserve este lacre; ele será usado como componente da sua mosquitérica;


3. A próxima etapa é cortar a garrafa em duas partes. Antes de iniciar o corte, amasse a garrafa até obter uma dobra. Com o plástico dobrado fica mais fácil cortá-lo. Agora, use esse corte como furo para posicionar a tesoura e cortar o restante da garrafa; Uma das partes vai servir de copo e a outra, como um funil, será a tampa;

4. Agora você vai lixar toda a superfície da tampa, que corresponde à face interna da boca do funil, até torná-la completamente áspera e fosca (lixe sempre no sentido único, da boca do gargalo, para o funil, no fundo). Essa peça constituirá a tampa da mosquitoeira;

5. Corte o micro tule (5cm X 5cm) e cubra a boca da garrafa. Use o anel do lacre que você guardou como presilha. Esta fase exige o jeitinho especial, pois é necessário forçar a presilha para alcançar, pelo menos, a segunda volta da rosca.

6. Para estabelecer a altura ideal do nível da água na mosquitérica é preciso encaixar a tampa, com o bico para baixo, dentro do copo. Identifique, de cima para baixo, o intervalo de altura que vai da boca do copo até o fundo fosco da tampa. O ponto médio desse intervalo deve ser considerado como a altura do nível da água na sua mosquitoeira. Marque esse nível com um pedaço de fita isolante, bem fino, como se fosse uma linha, colada pelo lado de fora do copo Essa marca também delimitará o espaço de ar que ficará acima da água, entre as duas peças da mosquitérica.

7. Chegou a hora de começar a montagem da mosquitérica: acrescente água no copo, de forma que fique uma camada aérea de 3 a 4 cm (da boca do copo para baixo)l; coloque o alimento (quatro sementes de alpiste ou uma pelota de ração felina triturados dentro d’água; posicionar a tampa, de maneira simétrica, com o bico para baixo e então vede as duas partes da mosquitérica, usando fita isolante. Use a fita isolante para fixar as duas peças da mosquitérica e, ao mesmo tempo, vedar o espaço entre a borda do copo e a face externa da tampa.

Pronto!
Complete com água até o nível marcado com a tirinha de fita isolante.

8. Coloque a armadilha em local fresco e sombreado. Após uma semana, verifique a altura da coluna de água. Se estiver abaixo do nível, complete-a. Com o nível da água mais alto, os ovos que foram depositados na superfície áspera da tampa ficarão dentro d’água e, em poucos dias, será possível visualizar larvas de mosquitos nadando na parte inferior da mosquitérica

De agora em diante, observe-a todos os dias, acrescentando água à medida que esta for evaporando. As larvas se alimentarão dos micróbios presentes na água, que são alimentados pelos grãos ou sementes adicionadas. Os ovos eclodem, no estágio 1, e crescerão passando pelos estágios 2, 3 e 4, até se transformarem em pupas. Estas, por metamorfose, se transformarão na forma alada de mosquito (no caso da mosquitérica, os mosquitos que chegarem a esta fase, morrerão afogados dentro da armadilha).

9. Você pode saber se as larvas que apareceram são da espécie Aedes aegypti da seguinte maneira: usando o foco de luz de uma lanterna, ilumine as larvas presas dentro da mosquitérica. Se as larvas, lá presentes, fugirem da luminosidade, elas são Aedes aegypti. Então, você pode ter a seguinte certeza: têm alguém na redondeza criando esses “bichinhos”, como animais de estimação (mascote).

Como a armadilha funciona…

O mosquito vai ser atraído para a armadilha (que deve ser colocada em um lugar não iluminado já que o mosquito foge da luz). A superfície áspera faz aumentar a evaporação, atraindo os insetos. A fêmea deposita os ovos na parte seca. Logo acima da linha da água. Quando chove ou quando você adiciona mais água à armadilha, a água hidrata os ovos e deles eclodem as larvas. As larvas então descem para comer no fundo.
Como as larvas recém eclodidas são muito pequenas, elas conseguem passar pela grade do micro-tule que está no bico do funil. Ao passarem para a área interna da armadilha, onde está o alimento, essas larvas crescem neste ambiente, e não conseguirão retornar ao exterior do funil, já que o único caminho está bloqueado pelas malhas do micro tule. Continuando as fases de desenvolvimento, elas já estão grandes demais para poder, mais uma vez, passar pela trama do tule. A mosquitérica associada com atitude de civilidade constituem uma solução simples, econômica e ecológica para acabar tanto com os mosquitos da dengue como com todos os incômodos decorrentes da presença de mosquitos, no ambiente urbano. Aqueles que têm alergia à picada de mosquitos que digam da importância dessa situação para o bem-estar da população.

Você sabia…

A invenção da Mosquitoeira® foi idealizada e patenteada pelo Sr. Antônio C. Gonçalves Pereira, funcionário contratado da COPPE-UFRJ junto com o Engenheiro Hermano César M. Jambo. Como o produto não teve sucesso comercial, mas a população estava à mercê da dengue, a equipe do Professor Maulori Cabral, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) criou, usando garrafas PET, a versão genérica da Mosquitoeira®, chamada Mosquitérica, uma armadilha de eficiência equivalente porém de custo quase Zero;

Você sabia:

Que só as fêmeas do Aedes aegypti picam as pessoas; e que elas têm capacidade para voar até 200 metros na sombra, e produzir uma média de 300 ovos durante sua vida?;

Que os ovos de Aedes aegypti, depois de secos, podem continuar viáveis por até dois anos numa superfície seca, esperando a presença de água para eclodir?

Que existe um componente genético na dengue hemorrágica. Ou seja, há pessoas que, mesmo sendo contaminadas pelos mosquitos nunca apresentam os sintomas da dengue – mesmo sendo picada pelo aedes aegypti -, enquanto tem outras que, se contaminadas, vão expressar a virose de forma branda, intermediária ou grave, podendo até manifestar a forma hemorrágica?

Que as estatísticas indicam que 57% de todos os casos de dengue hemorrágica registrados no mundo acontecem em crianças com oito anos, apesar de não se saber, exatamente, o porquê disto?
Informações Adicionais:

Não é necessário esvaziar a mosquitérica para continuar a usá-la. Para esvaziá-la, agite o líquido de maneira a molhar todos os espécimes voadores que estejam.presos. Depois é só tirar a tampa e derramar o conteúdo líquido na terra de um jardim ou vaso de planta. Caso queira jogar no vaso sanitário, adicione detergente líquido na água, espere as larvas e pupas morrem e só então jogar.

Nota: Este texto foi elaborado a partir de uma compilação de textos e entrevistas geradas pelo Prof. Maulori Cabral e pela Profa. Maria Isabel Liberto, ambos do Departamento de Virologia do IMPPG-UFRJ e diversos artigos encontrados na internet. Fotos realizadas pelo fotógrafo Philip Glass.

IMPORTANTE: Queridos Irmãos, levem esta idéia aos Terreiros, pois praticando a Cidadania estará praticando a Caridade e assim iremos nos livrar desta praga, apenas com a conscientização da população é que iremos nos livrar dos males da dengue e salvar vidas.

Fonte: FAPERJ