Centenário da Umbanda


Figura: Carlos Piquera



Chegamos a 2008, ano do Centenário de nossa querida Umbanda, a partir da anunciação do Caboclo das Sete Encruzilhadas.

Lá no longínquo ano de 1908, por uma absoluta discriminação religiosa por parte da sociedade Espírita da época, uma Entidade de muita luz que identificou-se como Caboclo das Sete Encruzilhadas incorporou-se no jovem Zélio com a finalidade de por ordem na comunicação de espíritos que não fossem “doutores” ou que não tivessem títulos mas que estavam prontos para praticarem a Caridade aos que deles precisassem e também ao combate de “baixas magias”, comumente praticadas na época.

Passou-se o tempo, a nova religião Umbanda então iniciada sofrendo perseguições, discriminações e todo o tipo de humilhação das pessoas de outras religiões e os Umbandistas da época, com persistência e abnegação superaram todos esses percalços e finalmente chegamos aos dias de hoje.

E o que estão fazendo com e pela Umbanda na atualidade?

Maus Umbandistas esqueceram os princípios básicos de nossa Religião e estão cometendo os maiores absurdos possíveis em nome dela, não levando em consideração os esforços despendidos pelas nossas gerações anteriores.

Querem vender suas mediunidades ou a falta dela, explorar pessoas, misturar a nossa com outras religiões, esquecendo-se que temos uma cultura própria, devidamente ensinada pelo mundo espiritual que nos orienta diuturnamente a evoluir pelas boas práticas, pelas reformas pessoais, pela ajuda ao próximo e pela dedicação à causa Umbandista.

Fazem de tudo para que inimigos da nossa Religião tenham argumentos para nos atacarem, nos caluniarem.

Graças a Deus e ao “Povo que habita a Aruanda”, nem tudo está perdido ainda.

Não podemos jamais esquecer que os rumos de nossa Religião são ditados pelo mundo Espiritual e por maiores convicções que tenhamos, as regras são escritas por eles e certamente o fazem pensando no melhor para todos os envolvidos com nossa crença e para a humanidade.

Devemos nos conscientizar que a nossa Religião é linda e que seguindo as orientações tão bem transmitidas pelas Entidades instrutoras que visitam nossos Terreiros periodicamente, poderemos ainda ter o que comemorar.

Com muita dedicação, desprendimento, boa vontade e amor ao próximo, conseguiremos realizar a missão que o mundo espiritual nos delegou e nos afiançou que é buscar nosso próprio crescimento espiritual e o auxílio aos mais necessitados que precisem de uma palavra de fé, confiança e esperança.

Certamente aqueles que vibram, se dedicam e que saem de suas casas para irem aos Terreiros praticarem a Caridade pura, simples e de graça, através de sua mediunidade, devem comemorar, e muito, esse histórico Centenário pois hoje fazem parte dessa história e estão construindo um mundo melhor, no qual o amor ao próximo tem muito valor.

Devemos lembrar sempre que com o Amor e dedicação que temos pela Umbanda hoje, estamos plantando a Umbanda do futuro, que certamente terá cada vez maior participação para o bem das novas gerações que virão.

Como diz um ditado, “A árvore que Deus planta dá bons frutos” e Deus usa nossa querida Umbanda para enraizar essa árvore do Amor, da Humildade e da Caridade em cada Terreiro de nossa amada Religião.

Muitos de nós provavelmente não estaremos mais encarnados no Sesquicentenário da Umbanda (150 anos de seu inicio) mas, certamente alguém lá encarnado, terá a consciência que muitos Umbandistas de verdade fizeram muito para que nossa Religião continuasse sobrevivendo com responsabilidade e eficiência e contribuindo para que o Mundo Espiritual pudesse atuar entre os encarnados, pela vontade de Deus.

Quanto aos que, mesmo fazendo parte da Umbanda, somente usaram e usam seu nome para praticarem falcatruas, esses só passaram e precisarão de muito auxilio das Entidades Espirituais para que consigam encontrar a paz, nessa ou em outra vida.

Salve o centenário da Umbanda !

Renato de Oxossi